As causas desta desventura fundamentam-se quase todas na baixa de cotação do cacau, que é o principal esteio da economia provincial.
Este problema da monocultura tem sido tratado nestes pareceres quase desde o inicio da sua publicação, em 1934. O cacau, com produtividade inferior dos concorrentes da província na maior parte dos casos, está sujeito a flutuações de pi ecos, muitas, vozes originadas em dificuldades financeiras ou económicas de países produtores que lançam no mercado inoportunamente grande quantidades de cacau, aviltando os preços O efeito da baixa na cotação reflecte-se no equilíbrio do comércio externo. No curto período de 1905-1965, os valores
unitários variaram entre um máximo de 2 700$ (por tonelada) e um mínimo de 9 400$, em
Assim vai caindo a economia de uma província rica, por efeito da monocultura e de movimentos de cotações com origem em outros países produtores, talvez em seu próprio detrimento. Os pareceres têm aconselhado a diversificação de culturas e
esforços no sentido de melhorar a produtividade. Não parece que tenham tido grande aceitação os conselhos.
O problema não é fácil num pais de arreigadas tradições e muitas vezes de indiferença em malária económica, embo ra S. Tomé e Príncipe tenha atravessado períodos de grande prosperidade.
Teria sido então a ocasião para proceder a alterações de base na sua estrutura, dado que se registavam lucros apropriados.
Não se previu em tempo de "vacas gordas" o tempo de "vacas magras". E daí as dificuldades.
Mencionou-se já a possível cultura de bananas e outros frutos tropicais que hoje tem grande consumo na Europa.
É com agrado que se regista a primeira exportação de bananas. É pequena, apenas 15t, no valor de 17 contos. Mas pode ser que a introdução de uma nova variedade e melhor conhecimento desta cultura, que possa trazer novo alento à economia de S. Tomé e Príncipe.
Os países vizinhos, no continente africano, produzem e exportam grandes quantidades de bananas. A Costa do Marfim, a Guiné, a Somália e o Congo não Têm melhores condições. Dificuldades políticas influenciam a produção nalguns deles, noutros o cultivo é caro, como na Somália. Talvez fosse ocasião de preencher o vácuo deixando por menores remessas de alguns destes países.
É neste sentido que deve caminhar resolutamente a economia de S. Tomé e Príncipe.
Sem descurar as produções actuais, deve fazer-se um esforço no sentido de introduzir novos produtos no mercado.
(a) Valores corrigidos definitivamente na provincia.