O aumento em relação a 1964 foi de 52 contos. Comparando as cifras dos dois últimos anos, notam-se relativamente pequenas alterações, a não ser na verba global de outras receitas, que ampliou menores valias em diversas rubricas. A conta indica a despesa ordinária de 82 459 contos, mas inclui nela 12 988 contos para pagamento de encargos da divida obtidos de empréstimos. Na análise que se fará adiante, deduziram-se estes 12 988 contos da despesa ordinária, tal como se fez no caso da receita ordinária.

A despesa ordinária elevou-se, com esta alteração, a 69 471 contos, mais 5315 contos do que em 1964.

A seguir indica-se a evolução da despesa durante grande número de anos.

Não se pode dizer que tenha sido muito grande o aumento de despesa, à roda de 3000 contos, por ano, nos últimos cinco anos, O aumento de 5315 contos em 1965 foi maior do que o de anos anteriores.

Tudo mudou no período, por guerras e outros acontecimentos, e as mudanças chegaram a S. Tomé e Príncipe.

No período que decorreu desde 1950, o aumento da despesa ordinária atingiu 48 222 contos, quase cinco vezes a despesa total em 1938.

Uma grande parcela desta despega foi usada em pessoal. Embora pareça haver faltas e desejos de melhores remunerações, não parece que a situação actual possa alterar grandemente as faltas e satisfazer os desejos, aliás explicáveis, de aumento de vencimentos. Talvez se possam reorganizar os serviços reduzindo os quadros por concentração e introduzindo processos de trabalho modernos. As receitas em 1965 elevaram-se a 74 313 coutos e subiram apenas de 2360 contos, menos de metade do aumento das despesas. Se forem calculados os índices na base de 1938 igual a 100, obtêm-se as cifras que seguem.

Há irregularidade nos índices das receitas e despesas. Mas o que corresponde a 1965 nas receitas (782) é inferior ao das despesas (808), apesar de as despesas serem inferiores em 4842 contos. As despesas subiram mais lentamente do que as receitas desde 1938.

Uma das causas desta anomalia reside nos encargos da dívida pública que se agravaram, muito em 1965, como se verificará adiante. É fácil distribuir investimentos para planos de fomento. Quando estes não têm reprodutividade adequada, os encargos do reembolso dos empréstimos contraídos pesam na despesa ordinária, a ponto de ser necessário contrair novos empréstimos para os satisfazer. No apanhado de despesas ordinárias que será feito adiante aparece o serviço da dívida pública com 23 351 contos, mais 14 471 contos. Como se explicou o pagamento desta verba pode desdobrar-se em duas parcelas - a de 1483 contos, que é despesa ordinária e encargos da dívida, e a de 12 988 contos, que é dívida contraída para pagar encargos de dívida. Assim, nas cifras que exprimem as despesas ordinárias deverá deduzir-se do aumento de 18 303 contos os 12 988, que melhor seria terem sido contabilizados no capital da dívida. Com todas estas restrições, a distribuição das despesas ordinárias pode fazer-se na forma apresentada nas contas.