Outra fibra produzida em Angola, esta de mercado certo na metrópole, ainda não entrou no ritmo das possibilidades. O algodão é essencial às indústrias metropolitanas, que importam grandes quantidades - 1 687 578 contos (89 448 t) em 1965. Mas o ultramar apenas comparticipou com 751153 contos (40 585 t), e Angola com 84 557 contos, ou 4466 t.

A produção declinou em 1965, relativamente aos anos que se seguiram a 1950. Ainda em 1959 atingiu 73 700 t, para se reduzir muito em 1963 e 1964. Parece ter recuperado alguma coisa em 1965 no algodão em caroço, para 19 500 t. Não parece difícil melhorar muito a produção desta fibra. Se em certos casos, como no do café, a colocação do produto domina a cultura, neste caso o mercado está à vista. A influência na zona do escudo do consumo de algodão ultramarino seria da ordem das muitas centenas de milhares de contos. Parece que Angola deveria ter a ambição de enviar para a metrópole pelo menos tanto algodão como a sua irmã Moçambique, cerca de 36 0001 em 1965, ou 666 000 contos, em vez das 4466 t que enviou. A melhoria da produção de milho e a sua exportação merecem um comentário. O número de cultivadores aumentou e a distribuição de sementes seleccionadas parece ter tido efeitos proveitosos. A exportação em 1965 auxiliou a balança do comércio com cerca de 168 200 t, em vez de 104 000 t em 1964.

No tabaco, a produção deve ter atingido 6340 t, repartidos por 2660 t na região de Malanje e 3680 t nos distritos do Sul. São estes últimos os mais produtivos, agora com a vantagem de se dedicarem aos tipos virgínia. Foi possível aumentar a exportação para 2343 t, metrópole, estrangeiro (600 t) e Moçambique (100 t). O resto foi consumido na província ou ficou em armazém. Parece estar a encaminhar-se agora no bom sentido a produção de tabaco. A pesca é uma actividade de grande projecção no Sul da província, em Benguela e Moçâmedes. Ainda não atingiu o grau de prosperidade merecida.

Em 1965 a pesca de 256 600 t foi idêntica à de 1964, e inferior a muitos dos anos anteriores a 1960. Não se compreende bem esta estagnação nas capturas de pescado, em zona abundante de peixe, onde vêm pescar barcos de países longínquos.

Assim, a contribuição dos produtos da pesca, a farinha, o peixe seco, os óleos e as conservas parece terem mercado assegurado e produziram cerca de 365 000 contos em 1965, contra 356 000 contos em 1964.

Os números aproximados da pesca são os que seguem:

Toneladas A economia angolana é bastante sensível às indústrias extractivas, que, por enquanto, se limitam quase só à produção de diamantes, que desempenha um papel fundamental, e aos minérios de ferro e petróleos. O valor bruto da produção foi da ordem de 1 453 000 contos em 1965, mais 6,3 por cento do que em 1964, o que é pouco, e ainda assim o acréscimo proveio todo dos diamantes, pois houve declínio nos minérios de ferro e petróleos, cerca de 84 500 t nos primeiros e 250 000 t nos segundos.

Talvez que o quadro seguinte dê melhor ideia da produção mineira de Angola em milhares de toneladas:

Julga-se que nos anos mais próximos se acentuará a produção de minérios de ferro nas minas de Cassinga, que produziram 815 000 t em 1965.

No que se refere a petróleos, a baixa foi muito grande, pois a produção elevou-se cerca de 900 000 t em 1964.

9. As indústrias transformadoras devem ter alcançado produção bruta superior a 3 milhões de contos, com um aumento muito grande nos últimos anos. Grande parte desta produção utiliza-se nos consumos internos.

Têm posição dominante nas indústrias transformadoras o açúcar, os derivados do petróleo, a cerveja, o cimento, o tabaco, os têxteis, as gorduras, a alimentação e outras. Os valores da produção de algumas indústrias podem exprimir a sua importância:

Contos

Produtos minerais não metálicos....... 227 000

Nas bebidas predomina a cerveja, com 37 654 000 1 e 331 277 contos; nos produtos não metálicos o cimento, com 245 500 t, ou 118 300 contos. A nota das principais produções mostra progresso sensível no conjunto, em especial nas indústrias transformadoras. É por isso de admirar o surto no aumento das importações, como se nota no quadro seguinte:

Houve um aumento de 886 883 contos, o que não poderia deixar de se reflectir no saldo, dado que as exportações, contra iodas as expectativas, diminuíram de 120 311 contos. O sentido contrário dos dois factores do comércio externo deu como resultado menos 1 007 194 contos no saldo, que se reduziu para pouco mais de 146 200 contos. 0 exame do peso das mercadorias exportadas nos últimos dois anos mostra uma considerável diminuição em 1965 (menos 566 174 t).

Ela proveio em especial de menores saídas de minério de ferro, que, aliás, não tiveram grande influência no