O problema mais sério de Timor reside na deficit cada vez mais acentuado da sua balança do comércio. O de 1965 ultrapassa o de todos os anos anteriores.

À causa do agravamento da situação provém directamente do acréscimo nos consumos Este facto traduz melhoria no nível de vida e parece que, em relação a povos vizinhos, ele pode sofrer fácil comparação

Mas o aumento de consumo gera maiores importações sem a contrapartida de maiores exportações. Reflectido na balança de pagamentos que fechou com deficit em 1965, o problema só se resolve com grande investimento de escudos nos, planos de fomento ou canalizados para fins que fins são imediatamente reprodutivos.

É evidente que esta situação não pode prolongar-se indefinidamente Timor, como outras províncias ultramarinas, tem de procurar dentro das suas possibilidades de recursos (físicos, materiais e humanos o suplemento do meios que lhe permitam liquidar os aumentos de consumo.

No I e II Planos de Fomento gastaram-te para cima do 300 000 contos, sendo 72027 contos no principio e 243 245 contos no segundo Incluindo os 36 050 contos utilizados no Plano Intercalai, em 1965, os investimentos, desde 1953, ultrapassam 350 000 contos. Esta grande soma, na relatividade do território, projectou-se nos consumos mas parece ter tido pouca influência na produção interna. Com efeito, o exame do comercio externo revela aumento continuo de importações sem contrapartida adequada nas exportações Na verdade, estas variam, e só em anos de boas, colheitas conseguem ultrapassar a casa dos 50 000 contos.

Os investimentos não parecem ter influenciado pelo lado positivo a balança do comercio e o deficit de 1965, apesar de boas colheitas, é mais do que o dobro do do ano anterior.

Os investimentos do plano de fomento precisam de ser vigiados. Não é sistema investir somas muito grandes em obras sem reprodução. No dia em que não pudessem canalizar-se investimentos para a província, os consumos cairiam verticalmente.

Se Timor produz géneros de bom acolhimento nos mercados consumidores e se é possível alargar a sua produção, por aumento de cultura, como no caso do café, parece de boa política fazer esforços e exercer pressão no sentido de plantar novas áreas. O desvio para empregos altamente reprodutivas dos recursos financeiros enviados para a província, é uma necessidade premente.

Comércio externo As importações atingiram o mais alto nível de sempre no ano de 1965 com a cifra de 131 918 contos. As exportações desceram para entre quase idêntica à de 1978 Os dois totais - 131 918 contos e 57 651 contos -, que produziram um deficit na balança do comercio de 74 267 contos, definem situação angustiosa do comercio externo. Embora se note ligeiro aumento na exportação (2531 contos), a desproporção com o verificado nas importações (mais 41 431 contos) está, na raiz do grande desequilíbrio.

Talvez possa servir do lenitivo a esta situação o fato de ter melhorado o consumo de produtos originados, na zona do escudo, em especial de. Angola e da metrópole, mas o facto do desequilíbrio volumoso persiste o deficit aumentou

38 900 contos. A balança comercial nos últimos 9 anos, desde 1937, e as importações e exportações constam do quadro que segue.

(ver na tabela)