Apesar do desassosego nalgumas províncias, que perturbou nas fronteiras as condições de trabalho e o desenvolvimento harmónico do conjunto, e não obstante agravamentos sérios nas cotações de produtos que formam uma parcela das exportações de algumas províncias, como o sisal e o café, foi possível obter resultados que, no conjunto, não destoam dos de anos anteriores. O exame pormenorizado desses resultados mostra a tendência expansionista nos consumos, talvez em excesso das possibilidades, que caracterizou os últimos anos, parecendo ser de vantagem vigiar cuidadosamente as importações e tomar medidas no sentido de evitar a saída das cambiais que não representam pagamentos exigidos pela expansão económica.
Comércio externo
2.º A soma dos saldos negativos das províncias ultramarinas, que atingira valor alto (- 1 601 000 contos) em 1964, agravou-se, c muito, em 1965.
Todas as províncias sentiram os «feitos do agravamento, com excepção de Macau. E nalguns casos, como no de Moçambique, o deficit do comércio externo subiu para cifra (- 1 873 900 contos) que ultrapassa as possibilidades da economia da província.
Os saldos da balança do comércio foram os seguintes, em números redondos:
A soma dos saldos agravou-se de 1 446 200 contos. A quebra é nítida em Angola.
O saldo positivo de 1 153 300 contos de 1964 reduziu-se para 146 200 contos. Associando esta descida no saldo positivo à baixa de Moçambique (cerca de
426 000 contos), obtém-se quase totalmente a perda verificada em 1965.
Não considerando Macau, o deficit deste ano seria 2 313 200 contos.
Balança de pagamentos
A diminuição foi originada pela balança de pagamentos de Angola, que, em relação ao estrangeiro, produziu monos 1 161 000 contos.
Os invisíveis correntes desempenham um papel fundamental em algumas províncias ultramarinas e atingiram cerca de 4 milhões de contos em 1965 nos saldos com o estrangeiro.
Os transportes (Moçambique e Angola), com 1 352 000 contos, e diversos (emigração e outros), com 1988 000 contos, são as receitas principais.
Receitas e despesas ordinárias
4.- A soma das receitas ordinárias, em 1965, atingiu 9 961263 contos, mais 1 100 142 contos que em 1964.
O aumento deu-se nos serviços próprios e nos serviços autónomos, como se reconhece a seguir:
Contos
A influência dos serviços autónomos fez-se sentir em Moçambique através dos transportes.
As despesas ordinárias somaram 9 446 632, sendo iguais as receitas e despesas dos serviços autónomos.