duto estrangeiro, quando, em breves anos, se efectivarem as integrações de mercados em que inevitavelmente teremos de participar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: -Fala-se muito em produtividade, em rendimento, em quantidade, infelizmente - e com raras excepções -, muito pouco preocupa a qualidade.

A marca da qualidade enquanto não for possível fazê-la garantir através dos serviços, oficiais, resta como única defesa do produto honesto apor ao seu produto a sua marca, a marca do fabricante.

Eu admito, eu concordo em que a proliferação de marcas de um mesmo produto é nefasta para a exportação Conhecemos todos nós, porém, os resultados maléficos das caixas sem marcas individuais, de contingentes envolvendo produtos do graus de qualidade bem diferenciada.

A união faz a força Não deixemos, porém, que uns se esforcem e outros se deixem rebocar: há sempre quem saiba viver à sombra!

Como exemplo de colectivismo desejável, além da utilização de laboratórios, trago-vos um exemplo que me tem tocado bem de perto a manufactura de calibres do fabricação.

Com raras excepções, a nossa indústria não praticava até há pouc ngenharia, a maior parte no chão das oficinas, não desanimou, antes em mim fez radicar a confiança de que seremos na indústria - à parte aquela muito grande, exclusiva de poucos - aquilo que verdadeiramente soubermos querer.

Vozes: - Muito bem!

atrevimento do arrojado ignorante que é lá capaz de fazer o que anda a apregoar.

Inteligência e prudência, confiança e solidariedade não vejo limites paru a nossa indústria naquilo com que a Providência nos dotou de forte a maravilhosa mão-de-obra e o talento do homem português.

Indústria esperança mais próxima da elevação do nível de vida de nós todos. Apoiemo-la com todos os nossos meios, com raciocínio, e até com a sensibilidade. Cremos um clima de confiança aos que têm dado ou pretendem dar um passo em frente, para que eles sintam que não estão sozinhos, paia lhes dar coragem e compreensão.

Que não haja disputa, argumento, entre agricultores e industriais não há lugar para escolha ou prioridades.

Vozes: - Muito bem!

O Sr Pinto de Mesquita: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr Henriques Monta: - Sr. Presidente. Têm sido oportunamente assinalados nesta Câmara centenários de acontecimentos relevantes e de personalidades em nentes, nacionais e universais. Também hoje evocarei aqui uma grande figura que pertence à humanidade Devemos-lhe muito! Mais e muito mais que a Sócrates, Platão ou Arquimedes! Mais e muito mais que a Dante, Camões ou Shakesperie! Mais que ao infante D Henrique, a Moise ou Pasteur. Não era membro de qualquer areópago de imortais. Não era homem de cúria, nem de escola ou academia, mas de letras gordas, quase analfabeto, de pele tisnada, sulcos fundos no rosto, cabeça mal guarnecida de cabeleira decadente, sandálias nos pés e armado a um bordão. Chega até nós sem aparato de embaixador, como um peregrino, discreto e algo estra-