O Orador: - O retrato da efectivamente assim. Quando em Agosto de 1962 o venerando Chefe do Estado, Sr Almirante Américo Tomás, se deslocou a Valença para solenemente inaugurar os melhoramentos que entretanto, dentro de um plano gizado em 1959, se haviam concluído, a vida já era outra, transfigurara-se definitivamente Valença recebeu em triunfo o Sr Presidente da República, vitoriou o seu nome venerando e o nome do Sr. Presidente do Conselho, grande obreiro do ressurgimento português

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Naquele período de quatro anos, decorridos desde 1938, engenheiros e arquitectos, técnicos e estetas, sob a direcção pessoal do próprio Ministro das Obras Públicas, operaram a maravilhosa transformação que todos tinham diante dos seus olhos, e que levou o Chefe do Estado a exclamar

Com muita alegria visito esta, teria verdadeiramente linda, a sala de visitas de Portugal como ouvi designar. Há muitos anos que por aqui não pasto e encontro, realmente, a terra remoçada, o que constitui um milagre, regressando à traça antiga, rejuvenesceu aos olhos de todos nós e no coração de todos vós!

Nessa altura, foram inauguradas, as principais obras do plano de melhoramentos, englobando abastecimento de água, saneamento, (...) e espaços públicos, acessos à fortaleza para viaturas pesadas, beneficiação das estradas nacionais na zona extramuros, demolição de algumas dezenas de prédios indesejáveis, beneficiação e restauro da fortaleza, primeira fase da iluminação pública. Pousada de S Teotónio, estação fronteiriça, restauro da Capela do Bom Jesus, de velhas tradições militares, casas para pobres valorização paisagística por meio de

Vegetação. Entretanto, fora elaborado um minucioso ficheiro de todos os prédios do aglomerado intramuros, com o objectivo de se assegurar, no futuro, uma valorização adequada à característica feição arquitectónica da vila, ao mesmo tempo que um novo código de posturas e um regulamento de edificações entravam em vigor

Sr Presidente Inauguradas em 1962 as principais obras de plano de melhoramentos, não quedou por aí a tarefa de ren ovação da vila de Valença, pois, entretanto, iniciou-se já a construção do edifício do tribunal, na qual o Sr Ministro da Justiça tem posto o maior empenho esta em construção extramuros da vila um esplêndido quartel para a Guarda Nacional Republicana, está em vias de iniciar-se a obra, dispendiosa, mas indispensável, da supressão da passagem de nível, que, a pouco mais de um quilómetro da fronteira, serve de estorvo ao crescente tráfego rodoviário internacional que por ali forçosamente tem de passar, a fortaleza foi dotada com um sistema de iluminação festiva, que durante a noite faz realçar, em pormenores de beleza incomparável, velhas muralhas que testemunham, desde há longos séculos, algumas horas decisivas da história de Portugal e em hora do santo que deu o nome à pousada - S Teotónio -, primeiro santo português, confessor e conselheiro do nosso primeiro ser, ergue-se agora , em frente da Capela do Bom Jesus, onde (...) rezar os resultados militares aquartelados na velha praça forte, uma estátua de belo talho, cujo estado foi iniciado pelo malogrado escultor Álvaro De Brés e Vasco da Conceição conclui e executou primorosamente

Por todo o concelho os melhoramentos rurais atingiram ritmo notável, de tal modo que as freguesias (...) e vivem o surto do progresso nacional, em que afinal se integram o progresso do alto Minho e a hora de Valença

Fomos ontem os representantes do distrito de Viana, agradecer ao Eng.º Arantes e Oliveira cumprimos o nosso dever, e isso satisfaz a consciência política de quem na política tem lugar. Todo o distrito vem sentindo a acção tenaz e firme, a capacidade realizadora do ministro das Obras Públicas. Todo o distrito, e particularmente Valença. Por isso eu, saudando o Sr Eng.º Arantes e Oliveira da visita de agradecimento ontem feita pelas forças vivas do Alto Minho cumpro agora, um indeclinável dever daquilo que (...) apelidar (...) política

Vozes: - Muito bem!

O orador: - Sr Presidente e Srs Deputados

Nas explorações a Segunda edição do Portugal Contemporâneo, Oliveira Martins, pretendendo justificar algumas das suas críticas incisivas ao liberalismo, escrevia, a certa altura

(...), parece-me, quanto esses males sociais provinham, não só dos legados da história como da influência deprimente e desorganizada das teorias de naturalismo individualista, herdado da filosofia do século XXII I e popularizado pela Revolução Francesa. Sob nome indefinível de liberalismo - prosseguia -, essas doutrinas, dos seus aspectos sucessivos, vieram terminar afinal no materialismo prático, fazendo dos melhoramentos materiais o pensamento exclusivo do povo e do Governo uma agência de caminhos de ferro.

E concluía

Como se nós valessemos absolutamente mais por andar em doze horas, em vez de trinta ou trinta e seis, a distância de Lisboa ao Porto!

Oliveira Martins escrevia numa época da vida portuguesa em que o liberalismo, esvaziando o Estado de todo o conteúdo ético, retirou ao fomento público significação política e moral. Essa foi apesar de tudo, grande era das obras públicas em Portugal, quando o respectivo Ministério foi criado e se lançou em aparatosa e convincente série de realizações.

Vozes: - Muito bem!

O orador: - É claro que nós não valemos absolutamente mais por irmos ao Porto numa hora, em aviões da carreira ou por irmos a Almada, de automóvel, num quarto de hora através da nova ponte, com rota aberta a todos os caminhos ao sul do Tejo. Mas é bem melhor, e representa inegável conquista do progresso, e ao Porto numa hora, em vez de gastar as 30 ou 36 horas a que Oliveira Martins faz referência ou a em quinze minutos á outra Banda, fora da Líquida pachorrência dos ferry-boats

Vozes: - Muito bem!

O orador: - E os melhoramentos materiais constituem aspecto indispensável da acção de qualquer bom governo