Nacional Ultramarino que apoiou, organizou e incentivou a actividade não só com meios financeiros, mas com carinhoso cuidado de estruturação de uma actividade nova.

E justo que aqui se registe mais este serviço prestado à província.

Vozes: - Muito bem!

só uma réstea de areia tão conhecida para de S. Martinho do Bilena , em que lagoa plácida e imensa se sucede ao Indico em toda a sua pujança, separados só por uma réstea de areia formando duna com pouco mais de 200 m E, o litoral, sucedem-se os recantos, quase todos só aproveitados por campistas, pois, com raras excepções agradabilíssimas, ali nada mais se encontra que nos abrigue ou recolha. E a Natureza a oferecer-se, fecunda, generosa, desejosa de sei conhecida, como que vaidosa da sua capacidade de surpreender primeiro e prender a seguir o que com ele depara. Por toda aquela costa, até ao Noite, encontramos possibilidades turísticas ilimitadas.

Que o digam os que conhecem Bartolomeu Dias, cuja água nos cativa nos seus inúmeros cambiantes de vitral oceânico, ou as praias da Zambézia - no mais perfeito recorte tropical, em fundo de «palmares de sonho» a citarem Fernando Pessoa - e ainda os que em Nacala se deslumbram perante as suas sete baías, foi mando uma só no seu conjunto, ou em Porto Amélia, com a escarpa suspensa em com, que só depois ó água Quase tudo isto está em estado natural, sem que a actividade do homem tenha vindo ainda perturbar o que a Natureza, essa mestra maior de arte, com caminhos do estafeta, lentamente modelou com a brisa, as ondas e as sementes que o mar, o vento, as aves e os insectos transportam sabe Deus, donde.

Se a esta dádiva natural juntar-mos o encanto humano de uma convivência - pacífica de laças, a hospitalidade espontânea dos Portugueses, adoçada ainda pela antiquíssima tradição do mato, quase helénica, em que o que chego, é recebido com o que da melhor se pode pôr à sua disposição, encontraremos talvez a mais forte razão por que essa gente dura, que é a sul-africana ou a idosiana, acorre anualmente o em épocas que abrangem quase todas as estacões à costa moçambicana, enchem os poucos hotéis de que dispomos, acampam aos milhares entre os matos suaves das dunas ou nos recantos mais abrigados dos humana que nos que nos velhos continentes da Ásia e da França se vai reduzindo cada vez mais no impulso das massas sempre crescentes e das aglomerações progressivamente mais esmagadoras.

Pois tudo o que mal descrevi está feito, está ali, oferenda natural e portentosa, que, embora lembrando-nos à magnificência do animal humano, nos transporta, pela expansão do sentido estético, a dimensões, insuspeitadas fazendo com que nos sintamos humildes, mas gigantes perante a grandeza da obra que não é nossa, mas de que integralmente podemos dispor . Perdoem-me uma vez mais a divagação.

Tentarei não reincidir dominando como todo o [...] por esse «chicuembo» moçambicano que se nos prenda nas fibras mais primitivas da alma e dos sentidos. É que nunca como ela, se poderá sentir o tanto de verdade da descoberta do mesmo Fernando Pessoa «já viram Deus as minhas sensações».

Entro por isso nos elementos concretos da minha intervenção.

A província carece de infra-estrutura que permitam conduziu o turismo a sua convemente e necessária extensão.

Os estudos feitos garantem-nos o mercado turístico quer o interno quer no vizinho das nossas fronteiras. Atingem, como disse, centenas de milhares os turistas que entram por terra, constituindo a sua grande maioria. O que me leva a concluir que não haverá grande dificuldade em, «trabalhar» essas zonas, trazendo muitos mais, principalmente atraindo, para além dos que já hoje nos procuram, e que constituem um turismo chamamos-lhe médio, os que aumentaram o turismo rico.

Para tanto carecemos, antes de mais, de estradas que durante todo o ano permitam a circulação rápida e segura até aos centros turísticos existentes e aos muitos outros a tornar conhecidos. O apelo da Natureza é tal que, sem exagero, podemos afirmar que até hoje para atingir as picadas do turismo enérgico ou nas praias da costa há sempre, mas sempre, que experimentar as nossas actuais estradas de areia ou de terra, em que o condutor africano se movimenta mais á vontade, mas os que o não sofrem de uma experiência emocional nem sempre do seu agrado Praia S. Martinho do Bilene, por exemplo, que já constitui uma povoação em crescimento, a ponta final é de 40 km em plena areia, quando não de lama, como deve estar agora depois de feitos 150 km em bela estrada asfaltada Para a Ponta de Ouro situada em linha recta a umas escassas dezenas de quilómetros para sul de Lourenço Marques, percorremos 110 km por estrada da qual nos últimos 30 ou 40 km são uma prova de virtuosismo automobilístico. Sem contar nesta com o encanto africano da travessia de um rio que não tem ponte (porque orçada em 9000 contos) Passa-se á antiga africana de pontão Original, poético, curioso, mas incómodo, com os mosquitos a atormentar-nos enquanto se aguarda a vez numa