cessidades de viandantes que às do turista.

Mesmo assim não é bastante. Basta dizer que se calcula que a percentagem mínima de ocupação dos hotéis de Lourenço Marquês é de 57 por cento durante mais de 75 por cento do ano Avaliaremos as deficiências quantitativas só fixamos que em 1966 a província toda, com 36 hotéis, 132 pensões, 17 pousadas ou estalagens, num total geral de 183 estabelecimentos, estava dotada apenas com 4617 quartos. Em distâncias como as nossas, com a extensão de costa de 2000 km, 1130 km de largura máxima e uma superfície de 785000 km2, é pouco, é quase nada, para as exigências actuais

Noutros centros importantes não chegam a existir hotéis dignos desse nome é o caso de Porto Amélia e até da ilha de Moçambique, de que se pretende fazer um centro de turismo importante, ao qual já se imolaram, no entanto, numa ponte, umas das dezenas de milhares de contos e não se sabe ao certo ainda quantos mais serão precisos.

Não temos portanto, estradas nem temos hotéis bastantes para o mercado potencial, que é enorme.

Mas em matéria de organização também precisamos de encarar as coisas com realismo porque, sendo o turismo uma actividade de prestação de serviços e de propaganda exterior, não podemos dispensá-la e tem de estar devidamente dotada de meios.

Não posso de deixar de prestar a minha homenagem de profunda admiração pelo esforço dos homens que têm a seu cargo o Centro de Informação o Turismo de Moçambique. Tenho seguido o seu trabalho desde o início e classifico-o de Verdadeiro sacrifício. Sacrifício pessoal e até sacrifício material de alguns responsáveis, dos seus haveres, para servirem a função que lhes está confiada.

O quadro de pessoal deste Centro nos serviços de turismo tem um chefe de serviço, dois chefes de secção dois escriturários, dois dactilógrafos e um servente! As verbas que lhes são atribuídas no orçamento limitam-se a 1719 contos. Só á meses, em Dezembro de 1966, foi criado o Findo de T urismo ao que se juntaram outras verbas, cuja administração lhe competirá e que se calcularam no conjunto, para 1967, em 21000 contos.

Mas até agora, com aqueles meios iniciais - sete funcionários e com 1700 contos de orçamento - tende-se de há cinco anos para cá, fazer também tudo o que respeita a turismo licenciamento, tabelamento dos estabelecimentos, turísticos, acrescidos dos cafés, restaurantes, casas de pasto etc. (somam 9000 os processo em arquivo), elaboração e distribuição de propagandas, vistorias, coordenação de planos, preparação e realização de reuniões nacionais e internacionais, respectiva e representação quando no estrangeiro, etc.

Já se percebe porque falo em sacrifício destes funcionários. É de esperar que a criação do Fundo de Turismo permita um melhor apetrechamento humano para se evitar que os lugares de Centro de Informação e Turismo sejam na verdade extraordinária sobrecarga física e intelectual. Ao director de Centro, Dr. Luís Botelho de Sou s, são devidos públicos agradecimentos porque, além do turismo tem o seu cargo toda a informação da província, as relações com a imprensa local e externa e a delicada e constante tarefa de receber os visitantes que a convite oficial de deslocam á província, sendo, para cada um, preciso pensar nos programas a organizar conforme a sua qualidade e os seus interesses próprios. Aqui deixo esses agradecimentos, em nome do muito que conheço do seu sacrifício, realizando sempre com uma alegria e uma competência que o futuro só conseguirá prejudicar se a sua notável resistência física diminuir.

De tudo o que disse se conclui que para se aproveitar e desenvolver o turismo em Moçambique - que é já hoje uma das grandes fontes de receita da província - são pois, necessárias medidas largas no sentido de a dotar com: Serviços de turismo adequados

1) Estradas que sirvam as zonas turísticas

1) Uma rede hoteleira que permita acolher conforto os turistas, situada em zonas escolhidas e de desenvolvimento assegurado.

Neste momento estudam-se, para tudo o que há a fazer, três hotéis novos e quatro unidades de turismo de praia.

Significa isto que a iniciativa privada, que neste sector tudo tem feito em Moçambique, correndo todos os riscos e aguentando todas a inclemências, não basta para o que é preciso fazer.

E as infra-estruturas, essas têm indisentívelmente de ser preocupação de Estado.

Como julgo Ter demonstrado, o mercado turístico está assegurado. A província, com a criação do Fundo de Turismo, deve Ter esgotado as possibilidades de recorrer a meios próprios para muito que há ainda a fazer. Basta lembrar quem, em matéria de construção de novas estradas, actualmente a grande preocupação tem de ser a das estradas do Norte, condicionadas ás necessidades estratégicas e de ocupação.

Mas como fonte de riqueza o turismo em Moçambique está ainda no início, podemos estar certos. E é uma actividade que, está provado na metrópole exige sementeira farta antes de se colherem os frutos, que surgem com rentabilidade espectacular. Está em estudo o novo Plano de Fomento e julgo que nele é que deverão ser incluídos os necessários meios para o vultoso investimento a fazer nas infra-estruturas. Para os responsáveis pelo seu estudo apelam no sentido de ser dada especial atenção a esta fonte de riqueza para Moçambique.

A inclusão no Plano destas verbas, por altas que sejam será de certeza justificada, repito, pela sua imediata rentabilidade que será aproveitada na melhoria da situação do problema que o ilustre relator das Contas Gerais considera - e muito bem - como afectado a própria integridade do território nacional o déficit na balança comercial e de pagamentos.

E quero terminar Sr. Presidente, com a plena certeza de que a anunciada viagem, para este abo ainda, de ilustres Deputados metropolitanos a esta nossa província per-