Como certamente o aproveitamento das automotoras não virá a dispensar a manutenção do actual comboio no percurso só Salamanca-Barca de Alva (para correio, bagagens, etc ), parece que seria possível, sobretudo depois de a linha do Douro permitir marcha mais rápida, estabelecer com a (...) uma segunda correspondência em Barca de Alva, em termos do permitir que o comboio espanhol enlaçasse com os directos do Douro, o que seria útil para os passageiros que seguissem para Medina ou de lá viessem. De Vilar Formoso para Salamanca há actualmente umas composições especialmente destinadas aos trabalhadores portugueses que se encontram em França, com as quais se poderia obter em FueNtes de Santo Esteban enlace fácil.

É de notar que recentemente foi criada uma boa ligação directa Lisboa-Madrid por automotora faz-se o trajecto, em percurso diverso, em menos de dez horas. Não serve, porém, essa ligação à cidade do Porto, pois à ida passa no Entroncamento pelas 11 horas - hora a que nenhum comboio saído do Porto de manhã aí chegou - e no regresso poderia ter realmente ligação para o Porto no Entroncamento (onde passa pelas 18 horas e 30 minutos).

Existem actualmente duas automotoras diárias que fazem o percurso Porto-Vigo, e vice-versa, em menos de quatro horas (duas horas, mais ou menos, os 330 km do Porto a Valença), ou seja à média de 65 km/h. E é engraçado que uma, que é de material espanhol é lá chamada a Minhota, e a outra, que é de material português, é chamada cá a Galega.

É preciso que se não mantenha a situação, no Domo, de o comboio mais rápido fazer o percurso de 205 km do Porto a Barca de Alva, em cerca de sete horas (média inferior a 30 km/h).

A propósito da excursão da automotora, O Primeiro de Janeiro trouxe no dia 7 do corrente uma interessante reportagem acerca da região fronteiriça dos concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo e Freixo de Espada à Cinta, à qual muito grato seria ver facilitadas as ligações com a cidade do área, mais uma vez se evidenciando que a ferrovia e a rodovia não são inimigas na sua ânsia de progresso.

Aí ficam, Sr. Presidente, algumas sugestões quanto à resolução do problema da imperiosa restauração da linha do Douro, quer para fins internos, quer para ligações internacionais. Confiemos na boa vontade da C P voltada mais solícita para as linhas de além-Douro uma vez concluída a electrificação da linha do Norte. Confiamos na solicitude do Sr. Ministro das Comunicações que pelo caso tem revelado o seu grande interesse, informando-se in loco do estado das coisas. Agora que o III Plano de Fomento se acha em estaleiro, é ocasião de o caso ser lembrado, com J urgência com que é necessário socorrê-lo.

Ainda uma observação, antes de fechar. Respeita à promoção ligação ferroviária do Pocinho a Vila Franca das Naves, na linha da Beira.

O tráfego do ferro de Moncorvo e, decerto a principal determinante do tal linha. Em todo o caso, ela não pode deixar de integrar-s e como malha da rede circulatória, paralela à fronteira. Além da aproximação que efectivaria entre a zona de Bragança com o Centro do País e com Lisboa, que é do País o centro, prestar-se-á a provocar possível movimento também circulatório, que muito pode ajudar o turismo.

E com isto, Sr. Presidente, ponho ponto, que aliás, como V. Exa. a bem pode observar, desta feita e sem nó.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

palavras que acabei de proferir, é o mesmo da que fiz precisamente há um ano, quando deste mesmo lugar advoguei a necessidade de uma cada vez maior e mais perfeita unidade nacional, isto é, de uma cada vez maior e mais perfeita unidade de ideais e de acção entre a metrópole e as suas províncias ultramarinas, o que não implica necessariamente que se perca de vista a diversidade implícita e explícita nas várias parcelas da Nação. Aliás, esta minha posição não é de hoje ou de há um ano é o, de sempre Jornalista de profissão, nunca em tal capitulo de-