do Governo. «Para Angola, rapidamente e em força». Isto que se disse e diz em meia dúzia de curas palavras foi um clarão enorme que iluminou a Nação interna. E foi cumprido quanto ao esforço militar que foi e é necessário fazer e quanto à citação de meios económicos o financeiros que asseguram esse esforço. Mas não basta, na medida em que esse esforço não promove também o desenvolvimento necessário, lógico, daquela parcela do território nacional, e, sobretudo, na medida em que para além de hoje está o futuro e é o futuro que ó preciso assegurar com as realizações do presente.

Na verdade, o problema básico de Angola, o da fraca densidade populacional e, principalmente, o da reduzidíssima absorção dos excessos demográficos da metrópole mantém-se no mesmo pé, e agora até num pé muito inquietante. Não é ali fácil o emprego, nem sequer para os desmobilizados das forças armadas que pretendam fixar-se os quais seriam os mais bem-vindos dos novos povoadores de Angola. < 000 contos. E certamente graças também à sua forte reserva de ouro e divisas, não advindo daquele saldo negativo nenhumas consequências desagradáveis conhecidas de carácter monetário ou cambial.

Exactamente o contrário do que sucede com Angola, cujas transferências cambiais para a metrópole estão atrasadas como, quando não seis meses com as mais profundas e sérias, com as mais graves implicações e consequências na vida económica e no desenvolvimento geral daquela nossa província.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Com as minhas considerações não pretendo de modo algum enegrecer a panorâmica da situarão de Angola neste momento. Como julgo ter acentuado já, a sua vida processa-se com base em finanças sãs as suas receitas ordinárias duplicaram desde o surto do terrorismo, passando de pouco mais de 2 milhões de contos em 1961 para 4 298 000 em 1965, o seu comércio especial, que se multiplicou espectacularmente por vinte no espaço de 1938 a 1965, subiu 50 por cento desde 1961 ao ano de 1965 já citado, e quem quer que visita Angola -como ainda no último Verão sucedeu com alguns dos nossos ilustres colegas nesta Assembleia - nau pode deixar de se impressionar com os numerosos níveis de desenvolvimento patentes um pouco por toda a parte.

Mas quem se debruce mais profundamente e atinja o âmago das realidades com vista ao futuro daquela nossa grande província não pode deixar de se impressionar também com o reverso da medalha a crise que se opõe, ao desenvolvimento de Angola no sentido dos melhores objectivos da nossa política nacional os quais, a nosso ver, vêm a ser precisamente, como já antes disse assegurar o futuro pelas realizações do presente isto é, pela intensificação de investimentos criadores de trabalho e, portanto, de riqueza, sem as quais não é possível mau a emigração metropolitana ou promover a fixação dos (...) das forças aunadas, ou sequer proporcionar emprego as centenas de milhares de autóctones cuja promoção acelerada está neste momento um curso. Esta a situação