dos que vivem dessas mesadas situações mais que embaraçosas, porque dramáticas e humilhantes. Felizmente que essa situação - que muito preocupa igualmente o Ministério do Ultramar - está em vias de se modificar em breve.

Sr. Presidente: Sei que é conhecida de toda, a Assembleia a causa a que se atribui tão critica situação é o déficit da balança cambial de Angola não obstante o seu saldo positivo de 1 035 300 contos em relação ao estrangeiro em 1965. O deficit registou-se portanto, na balança cambial entre Angola e o conjunto metrópole e outros territórios nacionais. De facto, do parecer das Contas Gerais do Estado do 1965 observa-se, a p 249, que houve saldo negativo com a metrópole (1 579 300 contos), com Moçambique (72 000) e com Macau (81 500). Mas, como já vimos, houve saldo positivo com o estrangeiro e também com Cabo Verde (35 200 contos), Guiné (7600) S. Tomé e Príncipe (25 800) e Timor (208). E houve ainda, como se verifica a p 250, uma diferença de 556 062 contos entre a verba mencionada como exportação de Angola para a metrópole e o montante de cambiais entregues até 31 de Dezembro de 1965.

Quer dizer que havendo sido aquela exportação para a metrópole de 2 022 762 contos, o respectivo contra valor em cambiais está mencionado no quadro de p. 250 por 1 466 700 contos apenas, o que leva o ilustre relator do parecer a sublinhar, com a sua habitual objectividade, a propósito do movimento de cambiais entre Angola e a metrópole para pagamento de mercadorias que - cito

não se compreende bem o saldo negativo de 1 116 700 contos entre o débito e o crédito assinalado nos números do quadro. É esta diferença que afecta o saldo global.

Conviria olhar com atenção para a (...) de divisas para pagamento de mercadorias. Há qualquer coisa de estranho nas cifras. O Ministério do Ultramar deve investigar este problema.

pois resulta a crítica situação a que antes me referi e as mais nocivas implicações na vida económica no desenvolvimento e no futuro da nossa grande província do Atlântico - como se não fora possível mediante a criação de um sistema adequado de prioridade de transferencias, uma solução que resulta a confiança perdida uma solução compreensiva e humana e também por isso mais nítida e vincadamente portuguesa!

Vozes: - Muito bem!

progredir em vez mais bens de consumo que ainda não produza para fazer viver uma população que todos desejamos aumente.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Assim se daria vida e autenticidade ao circuito económico nacional, capaz, só por si, da mais decisiva ajuda à solução do problema nacional de divisas.

E não se tema que debandariam de Angola os capitais, quando tudo leva a crer que mais se fixaram. Aliás, não parece necessário demonstrar que é materialmente impossível fazer debandar os prédios, as explorações agrícolas ou pesqueiras, as fábricas e outras organizações industriais e comerciais.

Quanto às transferências de invisíveis como os rendimento e as mesadas familiares, julgo que sinal positivo será que também aumentem cada vez mais pois isso