tados u nossa idiossincrasia, à nossa tradição e à nossa vocação histórica.

Pois também agora tenho como imperativo de justiça pi estar homenagem ao Sr. Ministro da Saúde e Assistência pela obra séria, autêntica e de ampla visão que persistente e afincadamente vem realizando no sector da governação pública a que preside e em boa hora lhe foi confiado

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Pelas funções que desempenho nesta Assembleia Nacional e pelas de provedor da Santa Casa da Misericórdia da nobre cidade de Santarém, que ali se alcandora na margem direita do Tejo, posso dar testemunho da acção profícua que o Ministro da Saúde e Assistência está realizando em todos os ramos da saúde e assistência, dos anseios que o estimulam para fazer mais e melhor, das colaborações que solicita abertamente da parte dos que podem de alguma forma contribuir para o esclarecimento e solução dos problemas.

A dignidade e honestidade do seu viver e agir dão-lhe direito a ser considerado como dos melhores que têm servido os verdadeiros objectivos da Revolução Nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Também uma palavra de louvor e homenagem aqui deixo consignada ao Sr Director-Geral dos Hospitais pela inteligente, dinâmica e profícua actividade que desenvolve em benefício da assistência hospitalar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado

O Sr Moreira Longo: - Sr Presidente Suscita sempre o maior interesse a apreciação das Contas Gerais do Estado, pois os seus números, que constituem um verdadeiro barómetro, dão-nos conta do bom ou mau tempo, dos ventos mais fortes ou mais fracos que sopram sobre determinados ângulos da economia do mundo português.

É sobre o capítulo referente a Moçambique que, como é óbvio, se fixam os nossos olhares, a nossa maior atenção, exactamente por ser aquela província que temos a honra de aqui representar, a terra onde vivemos há longos anos, onde temos filhos, netos e todo o património que com o nosso trabalho temos granjeado

Quero com isto significar que são longas e profundas as raízes que ali nos prendem, motivo por que nos vimos dedicando àquelas longínquas terras, a todos os títulos bem portuguesas, dando ao seu progresso a nossa modesta colaboração.

Também, por força dos cargos que vimos desempenhando na vida pública, nos debruçamos com o maior interesse sobre alguns dos problemas que nos silo familiares e que vêm constituindo preocupação, não apenas do público que deles se apercebe e está atento ao que se passa, mas dos próprios governantes, que, sem se pouparem a esforços, nem a canseiras, tudo fazem para que a esses problemas sejam dadas as soluções mais convenientes.

Sr. Presidente. Quando há dias me foi entregue o volume que compreende as Contas Gerais do Estado relativas ao ultramar, deliberei não intervir no assunto, por saber que alguns dos meus colegas moçambicanos, mais versados em matéria de economia e mais chegados aos grandes meios económicos e financeiros, o que lhes é facilitado também pelo facto de residirem na capital tal, não deixariam de trazer a esta Câmara trabalhos cuja estrutura, clareza e realismo constituíam valor que de algum modo dispensavam qualquer achega que porventura viéssemos a gizar.

Pensei depois, não sei se bem, só mal, mas pensei, que ficaria bem aqui uma palavra, embora simples, trazida lá do extremo norte, que de certo modo concorresse para um maior conjunto dos problemas aqui brilhantemente focados e assim exercêssemos uma acção mais ampla e trilhássemos maior número de caminhos que é sempre útil esclarecer nesta mais alta Câmara política do País.

É que os problemas do Norte de Moçambique são-me mais familiares acusam melhor a sua presença, do que os do Sul, pois os vivo dia a dia, se bom que uns e outros sejam comuns a todos nós e todos eles façam parte das nossas grandes preocupações.

Sr Presidente. Antes de iniciar a breve análise de alguns dos assuntos que penso merecerem notória importância, julgo de inteira justiça dirigir uma palavra de consideração e respeito ao autor do relato das Contas Gerais do Estado, Sr. Deputado Eng. Araújo Correia, pessoa que todos consideramos e a quem esta Assembleia muito deve dos seus bem estruturados trabalhos aqui trazidos ao longo de muitos anos.

Sem me querer ocupar dos vários campos que parecem reflectir os pontos fracos da nossa actividade moçambicana, não só para não me alongar muito, como também para não cair em repetição de temas e de assuntos já focados, ocupar-me-ei primeiramente das possibilidades do aumento das nossas exportações de produtos agrícolas, que tanto podem concorrer para aprumar o fiel da nossa balança de comércio.

E evidente que os produtos que estão condicionados à agricultura nativa, donde derivam grandes quantidades para exportação, quer em produto bruto, quer industrializado, não correspondem ao volume que deles se poderia esperar, se a tal actividade déssemos, como se impõe, condições e auxílio especiais que possibilitem o aumento da produção e da produtividade.

Não trago nada de novo à Assembleia sobre este assunto, pois já tive oportunidade de o apresentar há alguns anos, sem que, contudo, reatemos melhoria digna de especial relevo.

O que pretendo é frisar, e teimosamente, que não é possível multiplicar o número relativo às exportações de produtos agrícolas de origem nativa se não nos divorciar-mos, tão rapidamente quanto possível, dos sistemas arcaicos usados pelas populações, prestando-lhes o maior auxílio traduzido numa programação de ordem técnica, da qual a maquinaria para derruba faça parte integrante.

Desta forma podemos franquear-lhes maiores áreas de terrenos derrubados e lavrados, o que indubitavelmente lhes vai proporcionar um grande aumento de produção.

Aliás, experiências feitas em culturas algodoeiras a cargo dos nativos demonstraram já quantos benefícios se colheram, havendo casos em que, por exemplo no ano passado, em campos experimentais, vários agricultores conseguiram aumentar para o dobro as suas produções, somente porque fizeram as suas sementeiras em terrenos derrubados e devidamente lavrados por maquinaria agrícola.

Ora, neste campo, o remédio está nas nossas mãos, e, se soubermos querer, podemos ocupar lugares preponderantes na escala das nossas exportações de produtos agrícolas de origem nativa, especialmente de oleaginosas, que nas terras de Moçambique encontram condições extraordinárias de fertilidade