víncia Portuguesa da Ordem Franciscana, foi ainda assistente diocesano e, depois, assistente geral da Juventude Escolar Católica, e, de 1944 a 1949, assistente nacional da Juventude Católica. De 1954 a 1967 desempenhou ainda o cargo de vice-reitor do Seminário Franciscano da Luz.

Em todas estas funções, bem como nas de professor de Religião e Moral no Liceu de Passos Manuel e de assistente de vários organismos da Acção Católica, o padre Diogo Crespo realizou, não só entre a mocidade escolar, como entre as famílias, notável obra formativa, que lhe granjeou justificadamente a admiração de todos e dele fez um dos melhores e mais queridos diligentes da nossa juventude

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - De Frei Diogo disse ainda o poeta de Sonho Azul - o primeiro livro, maravilhoso livro de sonetos, que minha mãe, sendo eu menino e moço, me ofereceu «Tem o segredo de impor a disciplina sem matar a liberdade e ama os rapazes como se todos fossem seus irmãos de sangue e de sonhos».

Era assim mesmo nele, pedagogia e bondade confundiam-se de modo perfeito. Para ele, o verbo «educar» conjugava-se tal como o verbo «amar». Este o seu segredo de modelador de almas!

De salientar também a sua participação em numerosos congressos a que levou comunicações bem reveladoras, pelo alto nível doutrinal e literário, de sólida cultura humanística e filosófica, e de recordar os seus sermões, conferências e difusos, ricos de pensamento, persuasivos, formosos, próprios do orador de raça que foi e soube ser.

A sua actividade encontra-se por outro lado, comprovada no Boletim Mensal das Missões Franciscanas e Ordem Terceira e na Alma, revista de espiritualidade e documentação, que, em substituição daquele Boletim, foi por ele dirigida desde o início, em 1955, até 1963. A revista de filosofia e teologia Hincrarium, aparecida também no ano de 1955, em continuação de outra revista intitulada, modestamente Colectânea de Estudos, teve, até 1957, a direcção lúcida e devotada de Frei Diogo, que a enriqueceu ainda, sob vários pseudónimos, com uma colaboração preciosa.

Valiosos e sempre actuais são os seus trabalhos O Homem Tangente do Infinito, no Viver da Doutrina de S. Francisco, Liberdade e Estetica, A Assunção nos Místicos Portugueses, A Crença do Povo na Imaculada Conceição. Em todas as manifestações deste intenso labor intelectual e catequístico se evidencia de modo admirável a superioridade do seu espirito, a delicadeza da sua sensibilidade, a profundidade do seu saber, a força da sua fé.

Estes atributos do seu talento polivalente afirmaram-se ainda na organização do Livro Génio da Bondade, no qual Frei Diogo Crespo coligiu co m superior critério e apresentou, em denso e belo prefácio, alguns estudos do padre Manuel Alves Correia sobre S. Francisco.

Jornalista, escritor e artista, filósofo, orador e doutrinador, missionário, sacerdote franciscano. Frei Diogo foi grande em tudo - e até na dor que o martirizou nos últimos anos de vida!

Partiu, há dias para sempre envolto no seu hábito de monge. Mas ficou, na sublime lição de catolicidade e de portugalidade do seu fecundo magistério moral e patriótico.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado

O Sr Sousa Meneses: - Sr Presidente Srs Deputados. Serei breve, não porque o assunto não seja de extrema importância para o meu distrito, mas porque, desde sempre, pelo menos desde que esta Câmara funciona ao abrigo da Constituição Política de 1933, todos os representantes do distrito têm aqui trazido essa aspiração.

É, portanto, assunto bem conhecido do Governo, e, assim, serei breve, para ser ouvido. Tentei também ser o mais claro possível.

Não me dei ao trabalho de ver se os Deputados pelo meu círculo que aqui estiveram antes de 1926 falaram a pedir a satisfação dessa aspiração.

É possível que sim, porque todos foram homens amantes da sua terra e sentiram, como nos sentimos agora, quanto o distrito se atrasa economicamente quanto as populações sofrem pela falta dessa infra-estrutura.

Mas é certo que, se o fizeram, não podiam ser ouvidos, e muito menos atendidos.

Não podiam ser ouvidos, porque esta Câmara era ruidosa, indisciplinada, inconsequente, nada favorecia o estudo e a análise, a ponderação e o desinteresse, tudo se rendia ao interesse do partido, às lutas entre os partidos, às desavenças entre os homens, aos jogos das votações.

Não podiam sei atendidos, porque os Governos, as dezenas dos Governos, sucediam-se e caíam como as flores da laranjeira quando a noitada sopra forte.

Sucediam-se e caiam, incapazes de resolver a questão de base que sufocava a Nação, que manietava as iniciativas que impossibilitava o desenvolvimento da economia, que tolhia a grei na sua natural e humana ânsia de progresso e bem-estar social. Questão de base, que era a ordem e a disciplina nas finanças públicas.

Mas veio a Revolução, e todos aqueles que estiveram aqui antes de mim - e cito os mais recentes. Pamplona Forjaz, Teotónio Pires, Cunha da Silveira, Alpoim do Canto, Sousa Meneses, Ramiro Valadão, Ornelas do Rego - compreenderam que ela tinha, trazido a ordem e o progresso à Nação, em todos os sectores da actividade pública, e que era chegado o momento de dar à capital do nosso distinto aquilo de que ela mais necessitava e mais ambicionava.

Necessidade que não era, nem é fruto de um capricho político, ambição que não encobre a satisfação de um êxito pessoal