talha da colonização - da colonização que não é de forma alguma o pejorativo «colonialismo» hoje tanto em voga na O. N. U. e na Suécia, se não aquela que foi e é protecção e cristianização, a integração das massas nativas numa comunidade nacional que é a do todos nós, Portugueses, obra máxima de lusitanidade que foi sempre a glória e pode considerar-se hoje o orgulho de toda a Nação.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E isso não se conseguiu pela força do numero ou das armas, que, todos o sabem, foram sempre, e até 1961, reduzidos, quando não insignificantes. Deveu-se, sim, ao alto teor de simpatia humana que as gentes de Benguela souberam por vocação lusíada, inspirar às populações, tornando tradicionalmente aquela cidade, em Angola, como um toda a Nação a cidade-tipo do convívio multirracial Benguela foi assim o cadinho maravilhoso que fundindo o protótipo do português do ultramar é hoje o fundamento impar da razão portuguesa perante o Mundo.

Sr. Presidente, Srs. Deputados. Essa é a traços largos, a historia pregressa da cidade africana portuguesa que em 17 de Maio próximo completará 350 anos de existência. Foi ela a cidade mãe de numerosas cidades vilas e aldeias de Angola. Examinou-se por isso muitas vezes. Os seus progressos foram, por esse motivo, muito lentos e, por vezes, devido a desatenções governamentais, tão arreliantemente lentos, ou até inexistentes que

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Braz Regueiro: - Sr Presidente. Neste mundo conturbando e impregnado de materialismo não sei, em almoeda, a como vai cotada a vida humana.

Sem perigo de atraiçoar a doutrina em que fui nado e criado, a vida para mim continua a não ter preço e, como valor inestimável, é de Deus e transcende, em ultima análise, a ambição e o destino dos homens.

Não podermos usurpar o Poder de Deus, se só Ele nos da a vida inteligente só Ele no-la poderá tirar. Acresce que sou médico e fiz um juramento de Hipocrates chamado que me obriga a aceitar todos os sacrifícios por amor do próximo, com o retorno de um só prémio e uma só compensação - a paz da consciência quando o dever esta cumprido.

A fronte do médico, cinge-a uma dupla coroa de espinhos sofremos as nossas dores

e as dores alheias E, se não for assim a arte de curar nunca seria um sacerdócio.

Guerras calamidades epidemias catástrofes, tudo o que implica sacrifício da vida humana encontra no médico o mais aguerrido e destemido adversário.

Peço a palavra hoje a pedido de algumas mães portuguesas e ao apelo e clamor de uma população indignada que me pedem que levante a minha voz em defesa do prestígio da civilização, da moral, da filantropia e até da crença, religiosa, num protesto contra as famigeradas e perigosíssimas passagens de nível que todos os anos ceifam impiedosa e cruelmente, dezenas de vidas que constituem sem duvida quota-parte do mais inestimável valor nacional.

Raro é o dia em que os diários não registam mais uma vítima de uma dessas ratoeiras que são as passagens de nível. Umas vezes, e a morte por junto por (...) uma camioneta, um automóvel, são estragados pelo monstro de aço e dezenas de vidas se perdem. A catástrofe é então notícia de sensação e arrepia, na medida em que repugna a responsabilidade do crime.

Do crime! Do crime sim.

O quinto mandamento diz «Não matarás» e, na medida em que as vidas se perdem e a indignação geral não encontra re sposta, todos somos culpados, todos somos criminosos.

A não tomarmos medidas imediatas paia evitar esta história trágica dos nossos dias essa mortandade constante a exigir solução e termo esse (...) trágico de mortes a suscitar explosões do raiva, gritos de revolta e acerbos comentários, enquanto não tivermos primordial respeito pela vida do nosso semelhante pela vida humana, pondo dique a uma sequência de desastres que determinam inevitável e justa indignação e naturais protestos e clamores, nunca terá fim a expressão do nosso desgosto e da nossa inquietação.

Todos estes comentários validos, humanos aflitivos e aterradores têm em mua alertar os responsáveis para a solução de um problema que tem tanto de humano como de social.

Que me seja permitido um apontamento particular para o que se vem passando nas fatídicas passagens de nível sem guardas existentes dentro da cidade de Viana do Castelo.

A perda de vidas ultimamente registada, a aumentar o martirológo sempre crescente, tem nestes últimos dias alimentado uma campanha de protesto dos jornais diários e dos regionais a até a televisão portuguesa dedicou ao caso numa das últimas noites acerbo comentário.

Autênticas ratoeiras, uma delas - «A Guilhotina», como tristemente é conhecida - funciona frequentemente, apesar dos letreiros «Pare, escute e olhe», que