geiros e de carga, fixando ainda as taxas a cobrar dos primeiros por forma a aliviar a lavoura local, que , na fama da sua vida, poderá ter de atravessar a ponte diversas vezes por dia. Ficam isentos de pagamento os peões, as máquinas de lavoura, os tractores agrícolas, as bicicletas, os motociclos, os gados e os veículos tipo móveis- o que tudo leva à conclusão de que , além da economia de tempo e da segurança facultadas pela nova ponte, aquela lavoura verá sensivelmente reduzidos os encargos com que era onerada com o custo da travessa do rio nos barcos que até agora a asseguravam.

2 De momento, nada está assente sobre uma eventual revisão das taxas de portagem, mas admite-se que nalgum aspecto pode operar-se.

3 Os meios financeiros ao dispor da Junta Autónoma de Estradas não permitem prever a construção, em período próximo, da via rápida Coma - Porto Alto, de manifesto interesse, mas de custo bastante elevado.

4 A grande reparação da estrada nacional n.º 118 entre a ponte das Enguias e Porto Alto, compreendendo o seu alargamento e pavimentação, constitui importante melhoria do traçado existente e satisfará o tráfego com segurança e por período razoável, enquanto não for possível executar outro traçado de melhores características técnicas.

O Sr. Presidente:- Enviados pelo Sr. Presidente do Conselho, estão na Mesa a proposta de lei relativa ao III Plano de Fomento e os pareceres emitidos pela Câmara Corporativa e que serão publicados em suplemento ao Diário das Sessões de hoje.

Vão ser enviados a proposta de lei e os pareceres que acabam de referir-se à comissão eventual para poder considerá-los. Muitos deles já a comissão os conhece.

Vão ser-lhe agora comunicados oficialmente pela Mesa.

Pausa.

O Sr. Presidente:- Srs. Deputados. Apresento a VV. As os meus cumprimentos.

A Assembleia foi convocada extraordinariamente para iniciar a discussão sobre a proposta de lei relativa à elaboração e execução do III Plano de Fomento.

A Câmara Corporativa, à qual o projecto de proposta de lei e o do Plano foram enviados em 30 de Junho, emitiu, depois de exaustivo trabalho, os seus pareceres, como já referi.

Estão, pois, preenchidas as exigências constitucionais para a proposta entrar a em discussão na Assembleia Nacional.

Para o estudo das matérias que a proposta abrange, constitui-se uma comissão eventual, que iniciou o seu trabalho no princípio de Outubro e o continuará até á votação final.

Não tenho dúvidas de que VV. Exas. Se conduzirão como sempre, de olhos postos no interesse nacional, podem as soluções para o realizar ser diferentes, mas é sempre no seu prosseguimento que as propõe e defendem.

Neste recomeço da actividade da Assembleia Nacional cumprimento e saúdo VV. Exas.

Devo ainda prestar a minha homenagem, a nossa homenagem, à memória dos Deputados que morreram durante o interregno parlamentar que hoje finda.

Foram eles Manuel Nunes Fernandes, Deputado nas VII, VIII e ainda nas duas últimas sessões legislativas desta IX Legislatura, Henrique de Mesquita Castro Cabrita na I Legislatura, João Maria Porto nas VI e VII Legislaturas, e João Luís Augusto das Neves, nas seis primeiras legislaturas. Todos trabalhavam nesta

Assembleia com o melhor espírito. O Dr. João Augusto trabalhou sempre também na Comissão de Redacção com a maior eficiência.

Traduzo o meu pensamento e tenho a segurança de interpretar também o da Assembleia mandando exarar no Diário um voto de profundo pesar pela sua morte.

Vozes:- Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente:- Dos factos que ocorreram no País com repercussão nacional ou

Internacional e que mereciam uma referência especial destacarei um as comemorações do cinquentenário das aparições de Fátima.

Foi no dia 13 de Maio de 1917. Em 13 de Maio de 1967 cumpriram-se 50 anos sobre aquela data.

Não farei, não era possível fazer aqui, agora, a história e Fátima nestes 50 anos. Nem sei se alguma vez poderá fazer-se. Sim! Há sinais, há milagres, que a marcam com os sulcos do divino, mas ela é sobretudo a revolução das almas. Raro se poderá narrar como quem narra um facto objectivo, friamente sem exaltação.

Sente-se! Essa história é a respiração do ambiente!

Enche-se de beatitude as almas dos peregrinos e até daqueles que vão a Fátima só

com espírito de curiosidade ou de crítica. Quantos destes aí tem caído de joelhos, indiferentes às inclemências do tempo, dominados pelo contágio dos que vão com fé e com esperança!

Sua Santidade o Papa VI q uis vir como peregrino a Fátima; quis VII, neste princípio dia das celebrações do cinquentenário das aparições, rezar à Virgem,

Mãe de Deus, pela unidade, pela paz interior da Igreja, quis rezar pela paz do Mundo, dos irmãos separados, da humanidade sem qualquer restrição. Os progressos

técnicos e científicos são deslumbrantes, desacompanhados do progresso moral, não têm trazido a felicidade ao homem. Não têm podido construir a paz, mas ajudado à guerra entre os homens, ao sofrimento, à fome.

É preciso rezar pela paz Sua Santidade, que tem sido o grande arauto da paz. Escolheu, para o fazer, a Terra de Santa Maria, a Nação Fidelíssima, o Altar do Mundo, Fátima.

Ao pisar terra portuguesa, encontrou a saudá-lo o Chefe do Estado, o Governo, os representantes das Câmaras legislativas e dos tribunais.

Como intérprete autêntico dos sentimentos de todos aqueles e do povo, o Chefe do Estado cumprimentou o augusto peregrino em palavras que nem por serem cheias de dignidade deixaram de ser calcrosas.

Sua Santidade agradeceu e afirmou «a sua satisfação por pisar solo português, abençoada Terra de Santa Maria, donde partiu, no passado, para as regiões mais remotas do Mundo uma generosa plêiade de arautos do Evangelho»

Depois for o caminho para a Fátima, para a Cova da Iria, a que Sua Santidade tinha sobrevoado poucos minutos antes de aterrar. Pelo caminho, à beira da estrada, cordões intermináveis de pessoas, nas povoações comprimiam-se as gentes a mostrarem a sua devoção pelo Papa.

E Paulo VI a todos queria compensar com um sorriso, com um movimento de braços, com a sua benção.

Os peregrinos, cujo número foi avaliado em um milhão e meio, tomam-se de emoção e aplaudem, com devotado afecto, o Santo Padre a quem custa a chegar ao Santuário.