como é indispensável num país que se desenvolve e industrializa.

Em 1965 os consumos de energia eléctrica atingirem um valor dez vezes maior do que o registado das décadas antes e, embora no biénio de 1966-1967 se verifique um certo abrandamento no nosso ritmo habitual de evolução, os consumos de electricidade continuam a crescer a uma taxa média superior às actualmente observadas em vários países industrializados da Europa.

Mas como a nossa capitação de consumo ainda é baixa (atingiremos este ano os 570 kWh por habitante), teremos de continuar a fazer um grande esforço de desenvolvimento do País para subir as capitações e levar os benefícios da electricidade a todas as aldeias e lugares onde vivem e trabalham os Portugueses.

Quanto à electrificação das freguesias, a obra realizada no continente fez subir a sua percentagem de 58 por cento no início de 1961 para 75 por cento no fim de 1966.

Apesar do esforço feito, há ainda uma forte heterogeneidade na distribuíção geográfica dos consumos. Com efeito, cerca de 90 por cento dos consumos provêm de uma terça parte da superfície do continente - a faixa do litoral que vai do distrito de Braga ao de Setúbal.

Este panorama de forte desigualdade entre a zona do interior e a faixa do litoral será atenuado com a correcção progressiva dos desequilíbrios regionais de desenvolvimento, que este Plano de Fomento também considera, para o que é preciso além de outras medidas, implantar na zona norte e na faixa interior do País actividades criadoras de fontes de trabalho e prosseguir, a cadência, acelerada, na electrificação rural e agrícola.

A navegabilidade do rio Douro, já na fase de realização, possibilitar a novas actividades em vários concelhos situados na sua vasta bacia hidrográfica e dará um valioso contributo para atenuar os desequilíbrios de desenvolvimento regional. Também há a esperar efeitos muito benéficos, nas respectivas zonas de influência, de outras obras hidroeléctricas de fins múltiplos, tais como as do Mondego, as do Tejo, as do Guadiana, etc.

O subsector da electricidade tem vindo a satisfazer a procura de energia eléctrica sem restrições e com um nível de qualidade dos serviços que se tomou, de forma geral, francamente satisfatório.

A análise da estrutura global dos consumos mostra que eles se têm mantido nos 70 por cento para o conjunto indústria e agricultura, 25 por cento para os consumos finais e 5 por cento para os serviços de transporte.

A produtibilidade média dos recursos hidroeléctricos economicamente utilizáveis no continente deverá atingir cerca de 15 000 GWh anuais do quais 60 por cento ainda estão por equipar.

Todos os países procuram aproveitar os seus recursos naturais. Por exemplo em 1975 a Suíça conta ter equipado cerca de 95 por cento das suas potencialidades hidroeléctricas e os países da Europa ocidental esperam ter equipado uma média global de 80 por cento dos recursos dos seus rios.

Nós, por essa altura ainda estaremos longe dessas percentagens mas caminharemos nesse bom sentido, visto a política traçada no III Plano de Fomento preconizar que os aproveitamentos hídricos devem prosseguir a um ritme de construções constante e próximo do máximo verificado no passado. De acordo com a política traçada o ritmo de desenvolvimento da produção hídrica deverá proporcionar acréscimos anuais de produtibilidade em ano médio aproximadamente constante e da ordem dos 500 GWh a diferença exponencialmente crescente entre as necessidades do consumo e a produtibilidade hidráulica será preenchida com produções térmicas, para já a térmica clássica e no futuro as centrais nucleares, a partir dos recursos nacionais de materiais cindíveis.

O Governo, ao traçar as medidas de política do Plano, salienta, ao considerar uma adequada conjugação hidráulico-térmica

A conveniência em manter a continuidade do programa hidroeléctrico,

O interesso de adequar esse programa, a capacidade realizadora do País assegurando o bom aproveitamento dos quadros técnicos e dos meios de acção, procurando estabilizar os mercados das indústrias de construção civil e metalomecânicas favorecendo a concorrência destas com as congéneres estrangeiras,

A ponderação global dos encargos para construção, conservação e exploração dos aproveitamentos hidroeléctricos e das centrais térmicas.

O projecto salienta ainda que deverá ser devidamente atendida a prioridade que o carácter de fins múltiplos possa conferir a determinados empreendimentos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:- Esta é a política preconizada pelo Governo e será ela que terá de servir de base a execução do III Plano de Fomento e de directriz aos ajustamentos do programa de obras previstos no projecto para corrigir desvios entre o crescimento dos consumos reais e a capacidade de produção do sistema de centrais nele previsto.

O crescimento dos consumos de electricidade (excluídos os consumos especiais electroquímicos e electrometalúrgicos) processou-se no período de 1962 a 1963 à taxa média anual do 11,4 por cento, ritmo que se manteve de forma bastante regular ao longo desses treze anos.

Os trabalhos preparatórios do Plano, com base em dados até 1965, previam para o próximo hexénio um descimento dos consumos normais a essa taxa de 11,4 por cento, mas em 1966 deu-se uma quebra anormalmente intensa na expansão dos consumos e, embora este ano a taxa de crescimento tenha melhorado, ainda não atingiu a prevista no projecto do Plano.

Deste modo, o sistema produtor proposto no projecto deverá sofrer alguns ajustamentos, feitos com prudência, no sentido do protelar o arranque de algumas obras sobre as quais ainda não seja oportuno actuar podendo assim obter-se alguma redução no programa de investimentos indicado no Plano.

O reajustamento do Plano está a ser feito para os primeiros anos, e aquela revisão geral com que se contava já no termo do 1.º triénio, isto e, em 1970, permitirá ainda rectificar ou ajustar no que foi possível as posições tomadas nestas primeiras estimativas.

O projecto considera os centros produtores e as datas aproximadas de entrada em serviço seguintes,

Reconhece a conveniência de encarar o início, durante a vigência do Plano, dos aproveitamentos de fins múl-