As transacções referentes a serviços de turismo têm apresentado nos últimos anos relevo sempre crescente, chegando a constituir a mais importante fonte de divisas no conjunto das receeitas de invisíveis correntes

A abertura do mercado metropolitano às grandes correntes turísticas internacionais, que se processaram no passado recente a ritmos de crescimento excepcionais - superiores a 20 por cento -, foi objecto da definição de uma meta ambiciosa para o período de 1967-1973, com a manutenção da taxa média de crescimento de 20 por cento ao ano. Importa, no entanto, ter presente que, se foi possível obter andamentos excepcionalmente favoráveis, isso se deveu em parte ao muito limitado volume de turistas e de receitas por estes proporcionadas à metrópole anteriormente a 1961 e ao efeito de novidade que desde então caracterizou o surto turístico para o mercado português.

De futuro, uma vez que tais factores tendendo a apresentar influência cada vez menor, terá de prosseguir esforço redobrado de consolidação das posições já conquistadas e do seu alargamento, o que tanto dependerá do volume de financiamento que for possível dedicar à instalação de novos equipamentos turísticos, como da adequação das campanhas de promoção a desenvolver e ainda da medida em que se tornar possível conter dentro de limites razoáveis o fenómeno de crescimento do sistema de preços internos e, por consequência, do custo de vida.

As despesas de turismo dos nacionais no estrangeiro tendem a manter linha de tendência elevada durante o III Plano de Fomento - taxa anual de 12,5 por cento -, embora naturalmente inferior à verificada em período recente, que correspondeu a fase de rápida expansão do intercâmbio turístico com o estrangeiro.

Níveis e tendências de evolução das exportações

(a) Médias de 1957, 1958 e 1959.

As transacções de serviços de transporte e o saldo de rendimentos de capitais constituirão, eventualmente, as únicas parcelas desfavoráveis da balança de invisíveis correntes, podendo conduzir a pagamentos líquidos no montante de 1,3 milhões de contos em 1967 e 2 milhões em 1973.

Isso dever-se-á em parte ao facto de a marinha mercante nacional, apesar, das iniciativas de alargamento e reestruturação da sua capacidade de transporte previstas no Plano, poder manter certas dificuldades em acompanhar o apreciável crescimento das relações de bens com o exterior, para além dos compromissos a que tem de fazer face actualmente. É de supor também que o grande incremento das entradas de capitais estrangeiros no último quinquénio venha brevemente a impor a repatriação de parte dos rendimentos desses capitais, em níveis superiores aos do passado, excedendo assim a compensação esperada das colocações de capitais portugueses no exterior, que atingiram recentemente montantes também consideráveis.

Do movimento global de serviços e de acordo com as tendências presentes deverá, em 19^3, resultar saldo francamente positivo - superior a 12 milhões de contos -, suficiente para cobrir o déficit previsto da balança comercial. Prevê-se que antes do termo do Plano o déficit crescente de mercadorias possa, assim, ser integralmente compensado.

Saldos das transacções correntes com o exterior