incluída entre os trabalhos em curso por virtude da recente reorganização do sistema estatístico.

Entretanto, desconhece-se, de facto, por um lado, o volume da poupança interna formada nos vários sectores - excepto no que se refere ao sector público 1, e, ainda que insuficientemente, às empresas privadas - e, por outro, as exigências de financiamento de cada um deles.

Procurar-se-á, no entanto, analisar, ainda que em termos globais, as necessidades de financiamento ditadas pelo volume de investimento a realizar no período deste III Plano e as potencialidades de financiamento oferecidas pelas várias fontes que se tornou possível identificar, referindo o papel desempenhado pelas diversas instituições e o funcionamento dos mercados que operam a canalização da poupança para o investimento, por forma a determinar as distorções do processo poupança-investimento e a indicar as providências adequadas.

§ 1.° Necessidades e potencialidades de financiamento Análise do passado As necessidades globais de financiamento derivam do volume de investimento realizado, interessando considerar, para esse efeito, além da formação bruta de capital fixo (F. B. C. F.), as. variações de existências, visto comportarem problemas de financiamento semelhantes, embora a prazos menos longos.

Distingue-se entre o investimento do sector privado e o do sector público, ria medida em que envolvem problemas de financiamento diferentes.

A participação do sector privado na F. B. C. F. oscilou rio período de 1953-1965 entre 76 e 82 por cento do total, o que revela Ter-se situado sempre em mais de três quartos do investimento fixo global (quadro I).

A participação do sector público apresentou tendência crescente, devida, em grande parte, à preocupação de dotar o País de infra-estruturas básicas, nomeadamente no domínio das comunicações e no da hidráulica agrícola, apesar do esforço de defesa que foi necessário desenvolver a partir de 1961. Nos dois últimos anos, porém, notou-se certo abrandamento, em virtude da quebra motivada pelo facto de importantes obras públicas se aproximarem da fase de acabamento.

As variações de existências revelam a flutuação de valores imposta pêlos movimentos da produção de bens e do aprovisionamento de matérias-primas conjugados com os do consumo, representando em média entre 3 a 5 por cento da formação interna bruta de capital (F. I. B. C.).

Formação interna bruta de capital por sectores

(Preços correntes em milhões de contos)

1 Compreende o sector público administrativo (Estado) - que engloba a Administração Central (Conta Geral do Estado, fundos e servidos autónomos) a administração local e a previdência social - e o sector público produtivo (empresas públicas).