A queda do aforro do sector público em 1961 é imputável exclusivamente à. contracção da poupança proveniente da Conta Geral do Estado, urna vez que nos restantes subsectores a poupança evidenciou tendência ascendente ou não acusou variação significativa. Deve assinalar-se a profunda alteração que se produziu na estrutura da poupança do Estado, traduzida pela posição preponderante que o aforro da administração local e da previdência social assumiu na sua formação desde 1961, tendência que parece ter sofrido ligeira alteração em 1965. Não se dispõe ainda de elementos de informação satisfatórios sobro a poupança de «Particulares e empresas». Foi, contudo, possível progredir sensivelmente em relação à metodologia utilizada no Plano Intercalar de Fomento, embora continue a ser necessário efectuar a determinação do respectivo valor de forma indirecta, com as omissões inerentes.

Definida como o conjunto dos lucros retidos e das amortizações, a poupança bruta das empresas traduz o volume dos recursos próprios para financiar quer os seus investimentos de substituição, quer novos empreendimentos, quer ainda para liquidar dívidas contraídas. Considerando a importância que o autofinanciamento bruto das empresas assume no quadro do financiamento da formação bruta de capital do sector privado na generalidade dos países, como parcela fundamental da poupança aplicada por «Particulares e empresas», reveste-se de muito interesse analisar a evolução da poupança das empresas nos últimos anos. Para este efeito pôde dispor-se, pela primeira vez, de um apuramento provisório, feito pelo Instituto Nacional de Estatística, sobre os lucros retidos pelas empresas sob a forma de sociedades, no ano de 1964, e de informações sobre a poupança das empresas sujeitas a contribuição industrial, em 1963 e 1965, o que permitiu obter uma primeira estimativa para a poupança formada nas sociedades naquele ano. Aplicando aos lucros líquidos dos restantes anos do período em análise a proporção média dos lucros retidos no triénio de 1963-1965, obtiveram-se os lucros não distribuídos, que, adicionados às amortizações, nos deram a poupança bruta das empresas privadas sob a forma de sociedades. Como mostra o quadro VI, esta poupança parece ter acusado elevada cadência de expansão no período de 1958-1964: a taxa média de acréscimo ascendeu a cerca de 16,7 por cento. Tal comportamento deve imputar-se não apenas à intensa progressão dos lucros retidos - 18,6 por cento -, mas também ao sensível aumento das amortizações - 14,7 por cento.

Poupança bruta das empresas privadas sob a forma de sociedades

(Preços correntes)