(a) Compreende as novas aquisições de títulos privados através do Orçamento Geral do Estado e das instituições de Previdência, os financiamentos efectuados pelos Fundos de Melhoramentos Agrícolas, de Turismo, de Fomento da Exportação, de Renovação da Marinha Mercante e de Renovação e Apetrechamento da Indústria da Pesca e os imóveis adquiridos pela Previdência.

(b) Inclui os empréstimos a médio e longo prazos da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência, as novas aquisições de títulos privados por esta instituição e o credito hipotecário concedido pela Caixa Económica de Lisboa.

(c) Compreende os empréstimos directos e as participações financeiras efectuadas pelo Banco. Em 1903, deduziu-se a importância de 517 milhares de contos do financiamentos externos obtidos polo Banco de Fomento Nacional e que foram utilizados por esta instituição no financiamento da actividade privada. Em 1963 e 1965, deduziram-se os empréstimos efectuados a esta instituição pela Ca ixa Geral de Depósitos, Crédito e previdência, no montante de respectivamente, 100 e 150 milhares de contos.

(d) Inclui a variação da carteira de títulos privados, a valores de cotação, e os imóveis adquiridos.

(e) Soma dos movimentos contabilizados em importações das rubricas «Investimentos directos», «Operações sobre títulos» e «Empréstimos financeiros» da balança de pagamentos da metrópole com o estrangeiro. A partir de 1904, inclui também os «Créditos concedidos a operações de mercadorias».

Tendo presentes os elementos de que se dispõe sobre as restantes fontes, quanto ao seu contributo para o financiamento da formação interna bruta de capital privado, parece possível concluir que desempenha influência preponderante nesta variável a poupança das sociedades privadas, anteriormente referida, e o recurso ao crédito dos bancos comerciais. Nestes termos, impõe-se a adopção de medidas no sentido de se tornar possível conhecer a composição desta rubrica residual, que, pela importância relativa, determinará, decisivamente o comportamento do investimento privado no decurso da execução deste III Plano. Merece ainda referência, a partir de 1962, quanto ao Estado e Banco de Fomento Nacional, e, a partir de 1963, no que respeita às caixas económicas e empresas seguradoras, a quebra verificada na participação destas instituições no financiamento da formação interna bruta de capital privado.

Contrapondo-se a esta tendência, o recurso a financiamentos externos experimentou sensível incremento nos últimos três anos do período considerado. Com efeito, o montante das importações de capital mais do que duplicou no período em estudo: elevou-se de 1 102 0.00 contos, em 1961, a 2 583 000 contos, em 1965.

A importância do autofinanciamento na cobertura dos investimentos do sector privado foi evidenciada por recente inquérito da Corporação da Indústria, em relação às actividades do respectivo sector, no âmbito dos trabalhos preparatórios deste III Plano. De um conjunto de 4 300 000 contos investidos por 152 empresas inquiridas, apenas 32 por cento do total constituiu endividamento. O investimento foi financiado sobretudo por recursos próprios (54 por cento do total, provenientes de reservas acumuladas) e por entradas de numerário feitas pelos sócios (aumentos- de capital, 8 por cento, emissões de acções reservadas aos antigos accionistas, 2 por cento, e suprimentos « lucros não distribuídos, 5 por cento).

Das fontes estranhas às empresas, confirma-se a posição de relevo da banca comercial (10 por cento), Caixa Geral de Depósitos (5 por cento), Banco de Fomento Nacional (3 por cento), crédito de fornecedores (5 por cento) e outros empréstimos, incluindo crédito externo (9 por cento). Financiamento externo No decurso dos últimos anos, os capitais estrangeiros têm acorrido ao País de forma crescente, tanto em operações do sector privado como do sector público, com predomínio para as do primeiro, a quem couberam cerca de 55 por cento das entradas de capitais estrangeiros no último hexénio 1.

1 Não se consideraram as operações de capital a médio e longo prazos da metrópole com o ultramar, em virtude de só existirem dados a partir de 1964 e de só se conhecer a natureza das operações privadas em relação aos anos de 1965 e 1966.