nomia, em contraste com a escassa meia dúzia que existia em 1960.

Por inquérito directo, realizado pelo I. N. I. I. junto de uma «amostra» destes centros, concluiu-se que os respectivos trabalhos se têm desenvolvido principalmente no âmbito da organização e gestão das principais funções da empresa; direcção, geral, comercial, financeira, etc., e se realizam nos mais diversos ramos de actividade.

Verificou-se ainda que, de modo geral, os gabinetes nacionais de consultores actualmente existentes no País estão aptos a dar resposta satisfatória a grande parte dos problemas de organização moderna que se põem às empresas que exercem a sua actividade em território nacional, muito embora seja ainda reduzido o número de técnicos portugueses especializados relativamente às necessidades existentes e convenha regulamentar o funcionamento dos gabinetes.

Lacuna importante é a falta de suficientes escolas que ministrem ensino sobre técnicas modernas de organização, gestão e administração de empresas, pelo que tem de recorrer-se a escolas estrangeiras ou às pouquíssimas escolas particulares dedicadas a esse tipo de ensino (como, por exemplo, a Escola Superior de Organização Científica do Trabalho, de Lisboa, e os Institutos Económico e Social do Instituto de Estudos Superiores de Évora).

Parece desejável a institucionalização de cursos especializados em escolas superiores já existentes e, logo que possível, a criação de escolas superiores de organização e administração de empresas. No que respeita ao tratamento das questões de produtividade em Portugal, conclui-se da análise anterior encontrar-se o País numa situação que, a traços muito gerais, pode sor caracterizada da seguinte forma:

A indústria tem sido (embora não em todos os seus sectores) a actividade que beneficiou especialmente das acções empreendidas, o que, dadas as relações de interdependência existentes entre a agricultura e a indústria, por exemplo, não pode deixar de se considerar aspecto a melhorar;

As acções têm incidido fundamentalmente sobre formação de dirigentes e quadros, muito embora se tenha começado já a encarar, com alguma amplitude, a formação profissional, problema da maior importância, pois dele depende, em grande parte, a melhoria progressiva do nível da produtividade do trabalho e dos salários;

Independentemente do mérito das acções realizadas por numerosos departamentos oficiais e organismos particulares, existem lacunas a preencher e considerável dispersão de iniciativas a corrigir;

Não existem suficientes escolas para o ensino de técnicas modernas de organização, gestão e administração de empresas. Dentro do contexto anteriormente resumido, os grandes objectivos do Plano neste capítulo podem enunciar-se assim:

1.º Promover, em ritmo mais acentuado, o aumento da produtividade a fim de que as nossas actividades possam tirar a máximo rendimento das estruturas existentes e efectuar as transformações necessárias, em ordem a obter a indispensável capacidade concorrencial nos mercados internacionais.

2.º Desenvolver as acções de produtividade na indústria, cuidando especialmente dos sectores ainda não atingidos com a profundidade e o dinamismo necessários, como é o caso da construção civil e obras públicas, mas iniciando idêntica acção no sector da agricultura, dos transportes e serviços (privados e públicos), pois o crescimento dos níveis de produtividade não é menos importante em tais actividades.

3.º As iniciativas a tomar com a finalidade de promover o crescimento das taxas de produtividade, em todos os sectores, devem estar de acordo com os objectivos gerais e as medidas incluídas nos respectivos capítulos do Plano, de forma a assegurar a coerência e a rentabilidade das acções a empreender.

4.º Garantir a preparação de largas categorias da população activa e a correlativa programação dos investimentos e meios humanos indispensáveis para que o complexo de acções a desenvolver no sector público e pelas entidades privadas atinja o grau de eficiência requerido.

5.º Assegurar a coordenação e orientação unitária nesta matéria, pelo que os sectores público e privado deverão, por todos os meios ao seu alcance, unir esforços na equacionação dos problemas, no estudo de soluções, na sua aplicação prática e na crítica dos resultados. O alargamento, ao nível das estruturas empresariais, da capacidade de previsão e o planeamento em bases científicas da actividade futura devem correr paralelamente ao propósito de compatibilizar os resultados da empresa ou do sector com o do desenvolvimento da economia nacional no seu conjunto. Para o cumprimento dos objectivos propostos, e independentemente de estudos cuja realização irá processar-se no decurso do Plano, parece poderem, desde, já, referenciar-se as seguintes medidas de política:

l.º O sector pública, para além da acção que lhe compete desenvolver (nomeadamente nos domínios do ensino, da investigação, da formação profissional extra-escolar, do planeamento económico), poderá, no exercício da sua função legislativa em matéria económica e financeira, e por acção directa, contribuir para a melhor adequação das estruturas de enquadramento (institucionais, de infra-estruturas, legislativas e regulamentares, etc.) às exigências de um sector privado dinâmico.

Mais concretamente, e tomando por base o resultado de trabalhos em curso deste domínio, parece de especial importância:

Fazer depender a concessão de empréstimos, a médio e longo prazos, pelas instituições bancárias, da apresentação de projectos com os suficientes elementos de natureza técnica, económica e financeira para poderem, fundamentar a análise da sua viabilidade;