As perspectivas futuras, não obstante a prudência nas estimativas dos nossos principais produtores de pirites, afiguram-se francamente boas, quer para consumo interno (cerca de 50 por cento da produção actual), quer para exportação. Internamente, é de esperar uma maior procura para satisfação das crescentes necessidades da produção de ácido sulfúrico; externamente, as limitadas disponibilidades em enxofre e a subida verificada no seu preço concorrem para uma renovação do interesse pelas pirites.

Enquanto os produtores mais prudentes prevêem um crescimento em relação a 1965, à taxa de 3,5 por cento, os fabricantes nacionais de ácido sulfúrico admitem que ele se faça à taxa de 6,5 por cento. A procura externa poderá acompanhar a interna e, assim, o crescimento é susceptível de atingir o milhão de toneladas em 1973. As reservas já conhecidas não constituem óbice ao crescimento projectado, podendo ainda vir a verificar-se evolução mais espectacular se se vierem a descobrir novos jazigos no decurso das campanhas de prospecção e pesquisa actualmente em curso no Alentejo.

O sal-gerna, bastante abundante no nosso subsolo, só em 1957, com a entrada em actividade de uma nova mina, começou a ter relevância na produção. De então para cá tem-se verificado crescimento moderado, mas contínuo, da produção. Uma nova unidade mineira no Algarve está a iniciar, muito lentamente, a sua lavra.

Prevê-se para 1973 uma produção de 3 milhões de toneladas, principalmente destinadas à exportação.

Das restantes substâncias concessíveis desta classe (diatomite, barita, talco e amianto), só as duas primeiras tiveram algum significado, aliás pequeno, na produção passada.

As substâncias não concessíveis da classe são o gesso, o quartzo e o feldspato. As estatísticas, em geral subava-liadas, não permitem fazer ideia segura do valor da produção destas substâncias.

As projecções da produção figuram no quadro III.

Finalmente, deve referir-se o sal marinho, relativamente ao qual não há elementos válidos para a sua apreciação. Trata-se de indústria muito primitiva, com extrema pulverização empresarial. Os condicionalismos que a dominam - condições atmosféricas muito .variáveis e necessidade de mão-de-obra abundante - não permitem que se encare com optimismo o seu futuro desenvolvimento.

1.8 - Exportações e importações

Nos últimos anos, as exportações globais das substâncias concessíveis mostravam, até 1963, perspectiva geral de declínio e, a partir de 1964, progressiva melhoria, com tendência a aumentar regularmente até 1972. Em 1973 deverá- verificar-se forte impulso, resultante do início das exportações das pellets de Moncorvo.

As substâncias não concessíveis têm tido evolução ascensional, bastante acentuada nos últimos anos e com boas perspectivas futuras.

Em 1965, as exportações totalizaram 323 657 contos, dirigindo-se 84,6 por cento para a C. E. E. e 9,3 por cento para os países da E. F. T. A.

As principais exportações de substâncias concessíveis foram:

Contos

Volframite ............... 56 501

Das não concessíveis, as principais foram:

Contos

As previsões para 1973 indicam 800 000 contos, sendo 800 000 contos de substâncias concessíveis e 200 000 contos de não concessíveis. Entre as primeiras, a exportação das pellets de Moncorvo atinge posição de relevo, com 300 000 contos.

As importações de produtos das indústrias extractivas têm vindo a processar-se em ritmo crescente, atingindo em 1965 o valor de 1 476 222 contos.

As principais substâncias foram:

Contos

Fosfates naturais . ........ 134 944

A repartição das importações por origem, em 1965, foi a seguinte:

Percentagens

Estados Unidos da América e Canadá 5

A acumulação na última rubrica é devida às importações de petróleo (970 874 contos de Bareiu, Irão e Iraque), de fosfatos (130 713 contos de Marrocos), de hulha (87 097 contos da Checoslováquia e da Polónia).

O peso das importações de petróleo constitui matéria para séria reflexão. Se não se encontrar petróleo na metrópole, as importações em 1973 deverão atingir cerca de 3 milhões de contos. Ao petróleo caberão 2 153 000 contos, às bulhas 559 000 contos e aos fosfatos 140 000 contos.

Relativamente ao sal marinho, não tem havido praticamente exportações, nem se espera alteração quanto ao futuro.

As importações de sal marinho comum e refinado têm sido variáveis, mas apresentam tendência para crescer.

§ 2.º Objectivos e orientações básicas

2.1 -Sector público

A Direcção-Geral de Minas e Serviços Geológicos não dispõe, actualmente, de pessoal nem de estrutura para poder desempenhar-se bem das funções que lhe cabem, sejam, as funções normais de entidade fiscalizadora e orientadora de toda a mineração, sejam as funções de investigação e fomento, através do seu Serviço de Fomento Mineiro, sejam os trabalhos de actualização da cartografia geológica, pelo departamento dos Serviços Geológicos.

A reestruturação em moldes actualizados desta Direcção-Geral é, pois, objectivo a fixar em ordem a melhor valorização do sector das indústrias extractivas.

Ao Serviço de Fomento Mineiro continuará competindo a investigação das potencialidades minerais do subsolo até ao limite que despertará o interesse de empresas privadas técnica e financeiramente capazes, às quais caberá a exploração industrial dos jazigos.

A assistência técnica e laboratorial aos exploradores será também actividade importante do Serviço.