No sector da conservação de peixe e outros produtos da pesca em azeite ou molhos e pelo sal, o incremento das exportações depende do acréscimo da produção. Basta, para tanto, que possa industrializar-se proporção superior aos 50-60 por cento habituais das capturas de sardinha.

A estrutura do sector dever-se-á manter durante o período do Plano sem grande alteração. E possível que o aumento de salários e a maior dificuldade de recrutamento forcem a uma mecanização dos transportes internos nas fábricas, por implantação de órgãos de manutenção industrial. Também não é de esperar grande modificação na constituição e número de unidades industriais em cada um dos centros piscatórios. Espera-se, todavia, que as unidades continuem a apetrechar-se com instalações de frio que regularizem o seu trabalho. Solucionados os problemas actualmente existentes, é de admitir como limite superior, para o período do Plano, um crescimento à taxa acumulada de 10 por cento, aproximadamente. T al crescimento não requererá, no mesmo período, novas estruturas industriais, dada a capacidade do parque actual.

Não se prevêem quaisquer investimentos na indústria de moagem e preparação de especiarias, cujas perspectivas de sobrevivência são diminutas, devido à falta da matéria-prima principal: o pimentão.

Tendo em vista as necessidades de capital para apetrechar convenientemente a indústria de chocolates, torna-se indispensável que o mercado de capitais facilite o recurso ao crédito, em condições favoráveis quanto ao prazo e ao juro. Ao mesmo tempo, seria da maior utilidade que os interessados pudessem dispor do conselho e da ajuda de técnicos económicos dos organismos financiadores, para orientação nos estudos justificativos do alargamento ou modernização da sua actividade industrial. Faz-se também sentir, como já se disse, a falta de operários e de mestres com a necessária preparação. Não se prevêem para esta indústria quaisquer novos projectos. No entanto, jul ga-se que no período do Plano sejam despendidos cerca de 10 000 contos em substituição de maquinaria, que deverão provocar ligeiro aumento na capacidade de produção do sector.

Uma previsão quanto aos projectos a realizar na fabricação de produtos de confeitaria no período do Plano tem de ser necessariamente aceite com reservas, não só por se tratar de uma previsão, mas também porque, no caso dos sectores considerados, os investimentos sofrerão largamente a influência de outros factores. Além destes, há ainda a considerar a atitude das entidades financiadoras e a posição da Administração quanto ao problema da concentração, cuja solução depende, em parte, das facilidades e estímulos que puderem ser proporcionados. Considerando, porém, a evolução verificada nos últimos anos, são de admitir os seguintes valores para o período do Plano:

Contos

A tendência quanto à produção e refinação de azeite - em apreciável medida as cooperativas de olivicultores têm contribuído para a melhoria neste campo - é para o desaparecimento das unidades de pequena dimensão, e não parece ousado prever que dentro de algum tempo a quase totalidade dos lagares será constituída por unidades bem dimensionadas, tendo apenas que continuar a

existir unidades menores nas zonas de pequena produção de azeitona. Quanto ao óleo de amendoim, um dos mais directos, se não o mais directo, substituto do azeite, o aumento que se verificou na sua produção afigura-se reflectir a influência dos seguintes factores: estagnação da produção e aumento do consumo do País em óleos comestíveis.

A produção da indústria de fabricação de malte e cerveja no período de 1968-1973 deverá situar-se à volta de 80 milhões de litros para o primeiro dos anos considerados e de 150 milhões de litros para o último; sendo mais difícil prever o volume de exportações, pensa-se que poderá variar, naquele período, de 3 milhões de litros, no primeiro ano, a 12, no último. A expansão do consumo interno depende fundamentalmente do aumento do potencial do mercado.

Há que considerar, para o período de 1968-1973, que a liberalização do comércio no seio da E. F. T. A. pode criar problemas à indústria nacional no que diz respeito à cevada, pois o seu preço no País é muito mais elevado do que nos restantes países europeus. Assim, se a situação se mantivesse, a indústria nacional teria desvantagem nítida na concorrência que certamente se irá estabelecer. Uma solução a encarar poderá ser a de se assegurar à indústria portuguesa um preço de cevada idêntico ao praticado no estrangeiro, por exemplo através do Fundo de Abastecimento.

Prevê-se, na vigência deste plano, a construção de uma nova fábrica de cerveja. Em matéria de transportes, projecta-se, neste sector, um investimento de cerca de 5000 contos. Indústrias têxteis e do vestuário

1.1 - Âmbito

Este conjunto de indústrias abrange a totalidade do grupo 23 da C. I. T. A. (indústrias têxteis) e parte do grupo 24 (fabrico de vestuário e têxteis em obra, com exclusão do calçado). Estão, pois, incluídas as indústrias de lanifícios, algodão e fibras artificiais e sintéticas, fibras duras (juta, linho e cânhamo), tapeçarias, passamanarias, malhas, cordoaria e redes de pesca, fabrico de telas impermeáveis, corte e preparação do pêlo, fabrico de seiras e capachos, confecção, chapelaria e, ainda, bordados da Madeira e fabrico de guarda-sóis.

Em todo este conjunto sobressai, pela sua grande importância no parque industrial português, a indústria têxtil algodoeira, sendo também particularmente importantes os sectores dos lanifícios, das malhas, da confecção e da cordoaria.

Do ponto de vista da sua localização geográfica, caracteriza-se este conjunto por grande concentração: quase toda a têxtil algodoeira se situa nos distritos de Braga e Porto, os lanifícios têm os seus maiores centros na Covilhã, Gouveia e Lisboa, e a juta, no Barreiro e no Porto. As indústrias de malhas e confecção situam-se também predominantemente nos distritos do Porto, Braga e Lisboa.

1.2 - Evolução de produção

Foi muito importante o crescimento total das indústrias têxteis e do vestuário durante o período de 1953-1964, crescimento que, em termos do respectivo valor