bruto de produção, se traduziu pelo aumento médio anual da ordem dos 7 a 8 por cento.

Esta evolução foi, contudo, muito desigual ao longo do período, sendo, na generalidade, muito mais forte a partir de 1960.

São números significativos os dos valores brutos da produção dos seguintes sectores (em milhares de contos, a preços correntes):

Para além destes, são de registar os crescimentos espectaculares das tapeçarias, das passamanarias e da confecção com carácter industrial. Em contrapartida, outros sectores, aliás de menor expressão no conjunto, registaram crescimentos muito menores (casos do linho, das redes de pesca, do corte e preparação de pêlo, da chapelaria e dos bordados da Madeira), e mesmo regressão (caso do cânhamo).

1.3 - Estrutura de custos e valor acrescentado

Não se alterou significativamente, de 1953 para 1964, a estrutura de custos das indústrias têxteis, sendo apenas de assinalar o maior valor relativo que passaram a assumir as amortizações, como reflexo do grande reequipamento característico dos últimos anos.

As matérias-primas representam a maior parcela do custo: em percentagem de valor de produção, atingem 48 por cento nos artigos de algodão, 61 por cento nas malhas e cerca de 80 por cento nos fabricos de cordoaria e confecções.

O consumo de energia eléctrica e combustíveis cifra-se por percentagens pequenas dos valores de produção (entre 1 a 3 por cento), com a excepção muito importante do sector têxtil algodoeiro, onde essa percentagem sobe a cerca de 6 por cento.

Quanto à mão-de-obra, representa de 13 a 16 por cento do valor de produção das indústrias mais significativas (algodão, lanifícios, juta, malhas), sendo de notar que. nestas percentagens não estão incluídos os encargos da entidade patronal para a Previdência, Fundo de Desemprego, etc.

Parcela muito importante das matérias-primas incorporadas é de origem estrangeira, constituindo peso apreciável no quadro das importações portuguesas. Tem particular relevo a importação de algodão em rama, de que apenas cerca de metade cabe às províncias ultramarinas, tendo-se comprado ao estrangeiro, em 1964, ramas de algodão no valor de mais de 990 000 contos. Outras matérias-primas de relevo são as fibras artificiais e sintéticas, que surgem nas indústrias de lanifícios, algodoeira e das malhas, além de outras pequenas participações. Em 1964 foi superior a 600 000 contos o respectivo consumo, de que uma pequena parcela foi já de produção nacional.

É particularmente significativo o valor acrescentado por este conjunto de indústrias, pois constitui um dos mais expressivos indicadores da sua importância no plano da indústria portuguesa. À falta de cálculos mais exactos, estima-se que, em 1964, o valor acrescentado terá sido da ordem dos 3 800 000 a 4 000 000 contos. O sector têxtil algodoeiro contribui com mais de metade deste total (2 281 000 contos), sendo também importantes as parcelas dos lanifícios, malhas e confecção.

1.4 - Mão-de-obra e produtividade

O total de operários e empregados atingiu, em 1964, cerca de 140 000, não considerando os alfaiates e costureiras, cujo número é certamente de vários milhares, mas que não foram incluídos nos estudos agora efectuados. O sector algodoeiro conta com 69 000 operários e empregados, ou seja metade do total. É importante verificar que o aumento da população fabril foi relativamente pequeno, de 1953 para 1964, nos dois sectores mais importantes (algodão e lã). Nos lanifícios havia 15000 pessoas em 1.953 e 21 000 em 1964, e no algodão os números equivalentes foram 61 000 e 69 000.

Atendendo à evolução da produção, este facto revela apreciável aumento da produtividade do trabalho, que se estima ter sido da ordem dos 5 por cento por ano durante o período de 1953 a 1964, apresentando nos três últimos anos valores superiores (6 a 7 por cento por ano).

As remunerações atingem totais bastante elevados, sã bem que os salários médios registados ao longo deste período sejam relativamente modestos. Os totais pagos a operários e empregados (não incluída a parte patronal dos encargos da Previdência) atingiram, em 1964, mais de 725 000 contos no sector algodoeiro e mais de 290 000 nos lanifícios. Para o conjunto, o total de remunerações deve ter ultrapassado nesse ano 1 400 000 contos.

1.5 - Equipamento e investimentos

É muito importante o parque de máquinas da indústria têxtil, representando um capital fixo de muitos milhões de contos. De 1953 a 1964 verificaram-se investimentos muito volumosos, que se traduziram por aumento do número de máquinas instaladas e j principalmente, por substituição de equipamento antiquado. Os teares manuais desapareceram quase por completo e assistiu-se à progressiva substituição dos mecânicos pelos automáticos. Existiam em 1964 mais de 4000 teares de lanifícios, e de 240 000 fusos de fiação de lã; no sector algodoeiro registavam-se mais de 1 160 000 fusos de fiação e de 33 000 teares, dos quais 10 000 automáticos; nas malhas contavam-se mais de 5000 teares de vários tipos. Em relação a 1953, verificaram-se aumentos de 30 por cento nos fusos para lã e 15 por cento nos respectivos teares; de 32 por cento nos fusos para algodão e de *6 por cento nos respectivos teares; nos teares de malhas o aumento foi superior a 100 por cento.

Apesar, das volumosas substituições efectuadas, ainda permanece uma grande parcela de equipamento antiquado, que pode avaliar-se grosseiramente pelas máquinas existentes instaladas antes de 1953:

Percentagens

aproximadas

Teares automáticos de algodão....... 30