A importação de produtos concorrentes tem crescido consideràvelmente nos últimos anos, como se depreende do quadro x.
Importação de produtos concorrentes no período de 1962 a 1964
§ 2.º Objectivos e orientações básicas
2.1 - Produção
A orientação seguida pelo sector, no que se refere à produção, não tem sido a mesma em todas as indústrias abrangidas.
Na indústria da pasta para o fabrico de papel, logo de início a produção se orientou para a exportação. Com o desenvolvimento da indústria, a partir de 1954, esse critério não se alterou, embora tivesse crescido grandemente o interesse pelo mercado interno.
Idêntica orientação se impõe no futuro, e tudo parece conduzir ao enorme desenvolvimento desta actividade industrial. Verifica-se, no entanto, a necessidade de matérias-primas, quer em quantidade, quer em qualidade e a preço de nível internacional.
Nas outras indústrias do sector apenas se tem procurado a satisfação do mercado interno, e, como este é muito limitado, o seu crescimento tem sido bastante lento. A expansão da indústria das pastas conduzirá necessariamente ao incremento da indústria do papel orientado para a exportação pela integração das unidades destas duas actividades.
Por sua vez, a produção de certos artigos de papel levará a acentuado desenvolvimento da respectiva actividade.
2.2 - Aperfeiçoamento técnico
O aperfeiçoamento tecnológico acusa grau diverso em cada uma das indústrias do sector. Assim, o recente desenvolvimento da indústria da pasta para papel empresta a esta actividade, nas últimas instalações mondadas, uma tecnologia equivalente à das modernas instalações estrangeiras.
A indústria de pasta solúvel, em início de laboração, corresponde certamente ao que de mais moderno há na produção deste tipo de pasta, sendo a primeira instalação a usar como matéria-prima o eucalipto glóbulos.
Na indústria do fabrico do papel não tem havido alterações de grande monta, mas algumas fábricas têm-se apetrechado no sentido de acompanharem as mais modernas técnicas de fabrico.
Também no caso da indústria dos artigos de papel, diversas unidades têm procurado acompanhar a evolução das técnicas produtivas.
Nas indústrias gráficas nota-se notável aperfeiçoamento na actividade litográfica e um início de aperfeiçoamento na tipografia.
Qualquer progresso tecnológico está Intimamente ligado à dimensão da instalação e esta à grandeza dos mercados. Por isso, o uso das modernas tecnologias pressupõe um conveniente dimensionamento e este só é realizável com as possibilidades de alargamento dos mercados.
2.3 - Matérias-primas
A disponibilidade de matérias-primas em quantidade e boas condições de qualidade e preço é fundamental para o desenvolvimento do sector.
A indústria da pasta para papel não tem tido problemas relativos à qualidade das matérias-primas disponíveis, mas tem vivido em permanente preocupação no que diz respeito à futura disponibilidade de madeiras e evolução do seu preço. Também a tem preocupado a insuficiente produção de enxofre no País e o elevado preço do sulfato de sódio nacional. Por sua vez, a indústria do papel queixa-se dos preços das matérias-primas, nomeadamente do preço das pastas nacionais.
Já quanto à indústria dos artigos de papel, bem como às indústrias gráficas, as dificuldades incidem, não só no que diz respeito ao preço, mas também quanto à quantidade e qualidade das matérias-primas disponíveis, nomeadamente no que diz respeito ao papel nacional.
A florestação do País e a produção de produtos químicos constituem problemas cujo desenvolvime nto é fundamental para o sector.
A evolução das indústrias da pasta e do papel resolverá certamente, mais tarde ou mais cedo, as deficiências que as outras indústrias do sector pretendem ver resolvidas.
2.4 - Energia
É fundamentalmente eléctrica a energia consumida pelo sector, sendo de produção própria a maioria utilizada pelas indústrias de pasta para papel e de pasta solúvel.
Não se têm registado problemas de disponibilidade, mas sim de irregularidades (cortes), acarretando graves prejuízos, especialmente na indústria do papel.
O preço da energia eléctrica, bem como o do fuel-oil, largamente consumido em algumas indústrias do sector, tem acentuada influência no custo da produção.
O preço do fuel-oil nacional é de 1,6 vezes o preço médio dos países europeus e de 1,9 vezes o preço na Suécia.
2.5 - Mão-de-obra
O recrutamento da mão-de-obra tem apresentado dificuldades do tipo qualitativo e quantitativo, mas principalmente do primeiro.
A emigração tem grande responsabilidade na escassez da mão-de-obra masculina, mas esta também se deve à falta de pessoal com considerável grau de instrução, quer técnica, quer profissional, quer ainda de mentalização industrial.
Neste sector, como em todos os outros, é a educação, sob todos os aspectos, que contribui para a maior ou menor eficiência do factor humano na produção.
A intensificação da formação técnica e profissional é, pois, ponto basilar, que o sector espera com o mais vivo interesse.
2.6 - Transportes
É variável a influência do custo dos transportes no preço das principais matérias-primas e produtos das indústrias deste sector.