Essa influência pode, para alguns casos, traduzir-se como segue:

Madeiras - 30 por cento sobre o custo médio no produtor. 17 a 20 por cento sobre o custo quando entregues nas fábricas de pasta.

Nas indústrias da imprensa e editoriais tem considerável importância o custo das taxas de cobrança, que se considera muito elevado.

O transporte mais utilizado é a camionagem, embora o caminho de ferro o seja também em grau considerável.

No caso das pastas destinadas à exportação há que considerar ainda o transporte por via marítima e, portanto, a utilização das instalações portuárias.

É fundamental, pois, o progresso das correspondentes infra-estruturas, nomeadamente no que se refere a material circulante e organização do transporte ferroviário, manutenção e melhoria das estradas mais utilizadas, eliminação de passagens de nível, estabelecimento de novas vias e alargamento e melhoria das instalações portuárias.

2.7 - Investimentos e respectivos financiamentos

O quadro indicado em 1,5 está longe de corresponder à realidade, no que se refere aos investimentos realizados pelo sector. A dificuldade em obter elementos relativos a este aspecto é compreensível. Salvo no caso da indústria das pastas para papel, cujos investimentos representam o estabelecimento de novas unidades, nas restantes indústrias do sector os investimentos significam, na sua maior parte, ampliação ou renovação das instalações existentes. Os valores indicados no citado quadro, dadas as fontes donde foram colhidos, podem considerar-se como os valores mínimos de que se tem conhecimento.

Os investimentos realizados, salvos os que foram aplicados em novas instalações, não seguiram o rumo mais aconselhável na maior parte dos casos, visto não terem sido aplicados com base num planeamento racional.

Os autofinanciamentos predominaram neste sector, mas não é verosímil que assim continue a acontecer, dado que os grandes investimentos necessários ao desenvolvimento das indústrias em causa impõem o recurso ao crédito.

Tem-se feito sentir dificuldade, principalmente por parte das pequenas empresas, no recurso à banca comercial e a outras fontes financeiras, esperando-se que de futuro seja possível melhorar as condições de acesso às referidas pontes.

2.8 - Investigação

Verifica-se que, fundamentalmente no que respeita ao aproveitamento das matérias-primas florestais e outras, com vista ao fabrico de pastas papeleiras, se tem feito alguma investigação, quer no sector privado, quer no sector público.

Existem vários laboratórios oficiais que trabalham em assuntos ligados às actividades do sector, cuja centralização se considera conveniente para promover o desenvolvimento da investigação necessária ao sector.

2.9 - Organização e competitividade do sector

Salvo no caso da indústria das pastas, a estrutura do sector é francamente insatisfatória no que respeita ao número de unidades, impondo-se uma substancial redução no futuro, para que possam atingir um nível de produtividade que lhes consinta custos de produção à escala internacional.

Em face do desarmamento aduaneiro, a estrutura actual não poderá competir, mesmo no mercado interno, com as produções dos países mais desenvolvidos.

Para esse efeito, serão de encarar, entre outras, as seguintes providências:

Regulamentação do aproveitamento florestal;

Concessão de novas licenças para o fabrico de pastas condicionadas a determinados mínimos técnico-económicos e às disponibilidades de matérias-primas (madeira);

Localização das unidades produtoras de pasta condicionadas às possibilidades mais económicas de obtenção das matérias-primas fundamentais (madeiras) e à garantia da não poluição de águas;

Apoio às iniciativas dos industriais papeleiros, no sentido de resolverem os seus problemas, desde que reunam as seguintes condições:

Associação de várias empresas, visando o estudo e racionalização das suas operações comerciais e industriais;

Orientação para a exportação parte da capacidade

adicional que venha a ser instalada;

Completamento das suas actividades com a produção de pastas;

Revisão dos preços da energia eléctrica, dos combustíveis e de algumas matérias-primas;

Revisão das taxas aplicadas pelos CTT nas cobranças relativas a publicações;

Fomento da mão-de-obra especializada;

Negociação de um acordo colectivo de trabalho para a indústria das pastas;

Regulamentação do exercício das actividades do sector ainda não disciplinadas;

Aperfeiçoamento de alguns regulamentos existentes e sua aplicação.

A regulamentação ou a sua falta tiveram nítida influência na estrutura do sector.

Assim, o condicionamento industrial teve meritória influência na actual estrutura da indústria de pastas. Já no que se refere à indústria do papel não é fácil avaliar qual o grau de influência que o mesmo condicionamento poderá ter tido na sua defeituosa estrutura. Igualmente é difícil avaliar da influência que, na estrutura da indústria do papel, tiveram as várias portarias que têm regulamentado a indústria e o comércio do papel, mas o seu exacto cumprimento teria evitado algumas dificuldades que àquelas actividades se deparam quanto ao seu futuro.

Na maior parte das outras indústrias do sector, a ausência de condicionamento ou regulamentação, no período considerado, é responsável pela sua estrutura pulverizada.

As condições de comercialização no mercado interno têm influência de vária ordem nas diversas indústrias do sector.

Na indústria de pastas, a diminuta taxa que on era a importação leva ao nivelamento do preço da produção interna com o preço C. I. F.

Na indústria do papel, e na quase totalidade dos casos, o preço interno é mais elevado do que os preços C. I. F. praticados pelos principais produtores estrangeiros, o que é possível em virtude das consideráveis taxas ainda existentes, aplicáveis à importação.

Nas indústrias dos artigos de papel e das artes gráficas, as vendas são feitas directamente, sendo muito acentuadas as flutuações dos preços de alguns dos produtos, designa-