investigação ou desenvolvimento das técnicas e processos químicos. Os sectores caracterizados por uma participação tecnológica reduzida no seu processo de fabrico, e que são numerosos entre nós, não podem, por sua natureza, impulsionar uma actividade de investigação significativa. Por outro lado, as instalações mais complexas, sendo fornecidas por empresas de engenharia estrangeiras e utilizando processos de fabricação patenteados por firmas internacionais, apoiam todo o desenvolvimento no know-how e na organização dos fornecedores.

São de apontar, no entanto, alguns movimentos incipientes de investigação, particularmente no campo da química orgânica fina (por exemplo, produtos químicos farmacêuticos) e na aplicação dos produtos (por exemplo, experimentação de adubos através de ensaios de campo e em vasos), mas não se conhece a extensão destes trabalhos, nem os resultados positivos que foram atingidos.

1.7 - Mercados

Cerca de 80 por cento da produção da indústria química foram absorvidos pelo mercado interno, sendo os principais sectores consumidores a agricultura e a própria indústria química, com uma absorção, cada uma delas, de cerca de 15 por cento da produção total. As exportações cifraram-se, em 1964, em cerca de 1100 milhares de contos, o que representa acréscimo de 25 por cento relativamente a 1963. As importações foram, em 1964, cerca de 2,5 vezes superiores às exportações e acusaram diminuição de 17 por cento em relação a 1963. O quadro seguidamente inserto dá-nos uma ideia da repartição do produto da indústria química; pode-se por ele avaliar que a parte mais significativa da indústria química se destina a consumo directo, o que caracteriza, até certo ponto, uma indústria pouco evoluída, onde dominam as actividades que se 1 inserem na parte final dos ciclos produtivos.

Repartição do mercado da indústria química (1964)

1.8 - Características gerais do sector

Uma apreciação sobre a actual situação da indústria química portuguesa e sua evolução recente permite fazer ressaltar os aspectos seguintes: A indústria de síntese orgânica, que representa actualmente o sector mais progressivo no panorama mundial da indústria química, tem em Portugal representação diminuta. Como produtos de base ou intermédios, apenas se fabrica desde há poucos anos o cloreto de vinilo. Os restantes produtos (zinebe, sulfureto de carbono, ftalatos, D. D. T. e tricloroetileno) não são dos mais representativos de uma indústria orgânica desenvolvida e utilizam na sua maioria matérias-primas importadas. Na química orgânica fina desenvolvem-se algumas iniciativas, principalmente no campo dos produtos farmacêuticos.

b) A indústria química mineral, que constitui o sector mais importante da indústria química portuguesa e para a qual existe já entre nós certa experiência e tradição, está fundamentalmente ligada ao fabrico dos produtos intermédios (ácido sulfúrico, amoníaco, ácidos nítrico o fosfórico, carboneto de cálcio) destinados à produção de adubos. Em menor escala, desenvolveu-se também há alguns anos a indústria de electrólise do cloro e a fabricação de alcalis (carbonato de sódio e soda cáustica).

c) Grande parte da indústria química portuguesa apoia-se no aproveitamento de produtos naturais, constituindo em geral actividade pouco dinâmica e com fracas perspectivas de expansão