Conclui-se, portanto, que, se se atender apenas aos empreendimentos já em fase de projecto, em relação aos quais se prevê um aumento de produção da ordem dos 2000 milhares de contos, eles não poderão satisfazer o crescimento considerado.

Considera-se, por isso, indispensável o estudo dos restantes empreendimentos, no sentido de se realizarem os anteprojectos programados e se definirem novos projectos, baseados nas ideias de desenvolvimento encaradas ou noutras oportunidades que se apresentem viáveis.

Note-se, no entanto, que, mesmo com o ritmo de 9 por cento ao ano, a indústria química portuguesa, embora crescendo a cadência semelhante à verificada nos últimos anos nos países europeus da O. C. D. E., continuará muito desfasada em capitações, e seria necessária marcha mais acelerada para atingir em 1973 capitações semelhantes à média dos países em causa.

Torna-se, pois, necessário e urgente definir quais as necessidades prioritárias da indústria química face aos restantes sectores económicos. Isto implica a criação de estruturas e meios que possibilitem o conhecimento permanente e actualizado da respectiva posição em relação aos outros sectores de actividade que mais directamente interferem com o seu desenvolvimento.

Sistematizando os objectivos fundamentais a alcançar pela indústria química durante o Plano, podem eles enunciar-se assim:

1.º Redução do ritmo de crescimento das importações mediante a intensificação da produção interna. Neste sentido, a indústria química portuguesa deverá preparar-se para enfrentar a concorrência, cada vez mais forte, por parte dos exportadores estrangeiros;

2.º Crescimento da produção de forma equilibrada, de modo a corrigirem-se algumas das desproporções existentes entre os vários sectores industriais;

3.º Preparação das bases necessárias a um desenvolvimento mais significativo, que se espera ter boas oportunidades no período imediatamente posterior ao III Plano, nomeadamente através da criação de estruturas orientadas para o campo da investigação;

4.º Redução dos custos de produção através de medidas, como as de concentração, que permitam maior escala de fabrico e obtenção de condições que possibilitem a aquisição das matérias-primas e de outros bens de produção a preços inferiores aos actualmente praticados;

5.º Desenvolvimento do mercado de c onsumo através da expansão de outras actividades relacionadas com a indústria química e de uma acção concreta da própria indústria no sentido de fomentar, em quantidade e qualidade, a utilização de produtos químicos;

6.º Aproveitamento de todas as oportunidades no sentido de cada vez maior abertura aos mercados externos. Indústrias dos produtos minerais não metálicos, com excepção dos derivados do petróleo e do carvão

1.1 - Âmbito

O âmbito do sector foi fixado em correspondência com a classe 33 da classificação das actividades económicas portuguesas por ramos de actividades, C. A. E., e compreende: a fabricação de produtos de barro, vidro, porcelanas e faianças, cimento, fibrocimento, cal hidráulica e lousa. Os fabricos de artigos de cimento e marmorite também aqui incluídos são muito dispersos e não se pôde obter para eles estudo pormenorizado, pelo que, em alguns pontos deste trabalho, o respectivo valor é referido ao do conjunto do sector.

1.2 - Produção e valor acrescentado

O quadro I dá, para cada grupo de indústrias, o valor bruto da produção, a preços de 1963, em vários anos, e a taxa de crescimento no período de 1953-1964, tendo em atenção os elementos recolhidos pelas comissões de trabalho.

Valor da produção e taxa de crescimento no período de 1953-1964

(a) Não inclui os artigos de cimento e marmorite.

No barro vermelho a produção bruta subiu de 117 000 contos em 1953 para 300 000 contos em 1964, ou seja a uma taxa de 9,5 por cento no período considerado.

A produção de tijolos por metro quadrado de superfície dos pavimentos dos edifícios construídos passou de 213 kg em 1953 para 302 kg em 1964.