3.1 - Projecções do Investimento

3.1.1 - Figuram no quadro seguinte os investimentos previstos:

(a) A Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos condiciona aquele investimento, para complemento de programas iniciados na vigência do Plano Intercalar, às possibilidades e às medidas tomadas em relação à exportação.

As indústrias metalúrgicas de base desempenham acção relevante no processo de desenvolvimento, como produtoras de bens de consumo e, principalmente, de bens intermediários, e o seu peso na produção industrial do País tende a acentuar-se progressivamente.

3.1.2 - A capacidade produtiva da unidade siderúrgica do Seixal tem de caminhar para uma dimensão que a coloque em condições menos desvantajosas, com preços que se aproximem das cotações internacionais e permitam aos consumidores condições mais favoráveis.

A expansão prevista da Siderurgia Nacional implica o crescimento normal da gama actual dos seus produtos e o lançamento de novos, devendo a sua produção evoluir, a preços do mercado, de 1 350 000 contos em 1968 para 3 748 000 contos em 1973, em que deve atingir o milhão de toneladas de aço bruto.

No hexénio do Plano, o crescimento do valor da sua produção, a preços do mercado, espera-se se processe às seguintes taxas anuais médias:

Percentagens

Nos investimentos necessários ao seu plano de expansão conta a Siderurgia Nacional com autofinanciamento, crédito dos fornecedores, crédito externo e crédito bancário nacional.

O fluxo de pagamentos correspondente aos investimentos previstos e às decisões anteriores a 1968, incluindo amortizações de capital e juros, concretizadas as previsões quanto ao crédito do fornecedor, poderá ser o seguinte :

Se as previsões se não modificarem, este fluxo conter-se-á nas possibilidades de autofinanciamento da empresa, com a ajuda do crédito bancário de curto e médio prazo.

3.1.3 - O sector da fundição -ferrosos e não ferrosos -, que padece de defeito de estrutura, requer medidas que procurem superar a permanência de índices técnico-económicos desfavoráveis.

É notório o reapetrechamento técnico do subsector dos ferrosos, e certas unidades de grandes dimensões, ao nível nacional, estão a evoluir decisivamente para se colocar a par de empresas estrangeiras de elevado nível. É neste sentido que deve orientar-se a nova estrutura do sector.

As fundições de qualidade, no conjunto do sector, devem desenvolver-se com equilíbrio, evitando-se a dispersão dos programas de fabrico, com planos a médio e longo prazo e base em previsões seguras.

A produtividade é francamente insuficiente, pelo que os custos não podem ser competitivos.

Com aumentos de produção anuais não inferiores a 10 por cento nos últimos três anos, não é demasiado esperar que nos anos do Plano se mantenha a mesma taxa anual de crescimento (cerca de 10 por cento).

Partindo das 60 000 t/ano actuais, devem atingir-se 100 000 t em 1971 e cerca de 120 000 t em 1973.

As possibilidades de alargamento do mercado nacional de fundidos estão relacionadas, directa e principalmente, com os programas de expansão da siderurgia, das indústrias cimenteira, química, petroquímica, de máquinas-ferramentas e, ainda, da construção de tractores, que se pensa vir a ter valor significativo no decorrer deste Plano. Apenas com os crescimentos esperados para a Siderurgia Nacional, cimentos, máquinas-ferramentas e construção de tractores, podem avaliar-se, assim, as expansões dos consumos dos seguintes principais factores:

Com uma boa estrutura do sector e com encomendas dos países europeus de apenas 1 por cento das suas necessidades em ferrosos, a nossa produção poderia atingir rapidamente 200 000 t/ano.

A fundição de não ferrosos encontra-se em posição extremamente insatisfatória (com excepção de algumas empresas de bom nível técnico), o que torna praticamente impossível a recolha de informações exactas sobre a sua produção e também o registo de particularidades específicas.