Apenas, se dispõe dos números da estatística oficial, que possivelmente pecam por defeito, atendendo à grande proliferação de pequenas empresas.

Apesar de ser difícil formular uma previsão assente em valores seguros, é de crer que a evolução se processará no sentido da redução do número de unidades, aumento da sua dimensão média e melhoria técnica progressiva.

3.1.4 - O sector da trefilagem é prejudicado pelo aumento de capacidade da oferta sem correspondente desenvolvimento da procura. Este sobreequipamento diminui a rentabilidade das empresas, das quais a maior tem capacidade para abastecer o País na maioria dos arames correntes e até especiais.

O desenvolvimento das indústrias transformadoras de arame tenderá a acentuar maior procura daquele produto para transformação (cabos, redes, colchões, molas).

As perspectivas de evolução dos mercados do sector conduzem ao consumo final interno (privado e público) em arames de aço de alta resistência para a construção, zincado para as vinhas, recozidos para enfardamentos, etc., e nos fornecimentos a outros sectores (prego, rebites, parafusos, redes, colchões, etc.).

As perspectivas de exportação dependem da forma como evoluir o mercado da matéria-prima (fio-máquina), preços da Siderurgia Nacional e preços do mercado internacional. As importações excedem largamente as reduzidas exportações feitas presentemente. Tem-se verificado ultimamente um crescimento das importações de arames destinados à indústria (molas, cabos, pesca, rede electrossoldada), devido a presumível prática de dumping pelos fornecedores estrangeiros.

A integração económica no espaço português não conduzirá a alteração sensível na procura e, paralelamente, nas condições de oferta. Mas a integração económica na E. F. T. A., pela diminuição de direitos alfandegários, porá a questão do mercado de matérias-primas.

3.1.5 - Qualquer das unidades produtoras de ferro-gusa (Minas de Vila Cova e Companhi a Portuguesa de Fornos Eléctricos) pode abastecer com larga margem o mercado interno. As nossas necessidades cifram-se, actualmente, em 20 000 t/ano, e não devem ultrapassar as 30 000 t no fim da vigência do Plano. Nessa data, aquele número representa um terço da nossa capacidade anual de produção.

Presentemente, e no futuro próximo, não se vislumbram perspectivas da exportação económica do excedente.

3.1.6 - No sector das ferro-ligas haverá aumento de capacidade da Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos, se se realizar o complemento das instalações e a montagem de um novo forno de ferro-ligas afinadas.

Seria aconselhável o estudo do aumento de produção de ferro-tungsténio (Minas da Borralha), se a indústria extractiva o assegurasse.

As unidades produtoras de ferro-ligas existentes abastecem com folga o mercado interno, e o facto de exportarem grande parte da sua produção demonstra condições de concorrência. No entanto, é indispensável ^apoiar a exportação.

3.1.7 - Relativamente aos não ferrosos, não se prevê o aumento da capacidade de refinação electrolítica do cobre na C. U. F., mas apenas, para breve, alguns aperfeiçoamentos, principalmente a construção de um segundo forno para o tratamento do cemento de cobre e sua transformação em cobre negro.

A produção de cobre electrolítico depende do mercado internacional de matérias-primas de cobre, que provoca, por vezes, retracções da produção.

Na indústria do chumbo antevê-se um bom desenvolvimento com o tratamento de poeiras de chumbo, próprias (C. U. F.) e das restantes fábricas de ácido sulfúrico.

Com o aumento de capacidade nominal do tratamento de cinzas de pirite (300 000 t/ano), que envolve a construção de um quinto forno e ampliação das secções complementares, calcula-se ser possível produzir as seguintes quantidades de metais:

7000 t de zinco metal (99,95 por cento Zn);

50 t de cobalto metálico;

10 t de cádmio metálico;

o que, durante a execução do Plano, representa um aumento de produção no zinco superior a 50 por cento da actual, e permitirá satisfazer as necessidades nacionais. Será então possível, em princípio, tratar os concentrados de zinco da indústria extractiva do País naquela instalação, deixando esta produção de ser enviada para o mercado externo.

A única unidade para a laminagem do zinco que existe no País (Compagnie Eoyale Asturienne dês Mines), embora com pequena dimensão económica, é suficiente para acompanhar o provável aumento do consumo interno, prevendo-se o alargamento do fabrico a alguns tipos de produtos até agora importados e a colocação do excedente no mercado externo.

Na laminagem do zinco será possível um aumento de produção de mais de 50 por cento no período de 1968-1973, em que serão destinados ao mercado interno 70 por cento da produção, em vez dos 98 por cento actuais, mas a construção civil condicionará, o consumo final interno de zinco laminado.

3.2.1 - Não se conseguiram dados satisfatórios para todas as indústrias, e, por isso, com base em elementos sobre mão-de-obra recentemente publicados 1, indicam-se a seguir os valores referentes a 1965:

A distribuição pelos distritos é a seguinte:

A percentagem de estabelecimentos com escassez de pessoal especializado, .por categorias profissionais mais