1.4 - Investimentos

Considerando as perspectivas que se ofereciam ao sector durante a vigência do Plano Intercalar, calcula-se que os investimentos realizados nos últimos anos tenham atingido quantitativos relativamente importantes, financiados por meio de capitais próprios ou mediante créditos concedidos pela banca comercial, Caixa Geral de Depósitos, Banco de Fomento e, eventualmente, pelo recurso ao mercado de capitais. Estes investimentos permitiram assim a algumas das indústrias do sector equiparem-se por forma a satisfazerem o aumento acentuado de procura que esperavam encontrar, tanto no mercado interno como nos mercados externos. Não tendo, por motivos vários, esses aumentos correspondido por vezes às previsões, verifica-se a existência de capacidade produtiva excedentária em algumas empresas.

1.5 - Comércio externo

Também a este respeito interessa distinguir entre os subsectores de fabricação de produtos metálicos e de construção de equipamento. Na realidade, sendo a procura total satisfeita sensivelmente em partes iguais pela produção nacional e por importações concorrentes, estas são, no subsector de construção de equipamento, quase o dobro daquela. Na fabricação de produtos metálicos as importações não chegam a atingir um quinto da produção nacional.

Por seu turno, as exportações totais do sector situam-se também ao nível de um quinto da produção nacional, sem grande disparidade entre os dois subsectores considerados. Salienta-se, entretanto, que cerca de metade dessas exportações se destina às províncias ultramarinas.

Tratando-se de parcela de um sector chave para o desenvolvimento económico nacional, como foi definido no Plano Intercalar de Fomento, é de esperar que ao sector (e em especial à construção de equipamento) se ofereçam perspectivas de um rápido ritmo de cre scimento. Todavia, os industriais manifestam algumas preocupações sobre as possibilidades de manutenção do ritmo de crescimento dos últimos anos, não só porque em grande parte desconhecem a provável evolução dos" sectores clientes, como também por existirem ainda problemas pendentes de solução, nomeadamente quanto à disciplina do mercado, à mão-de-obra, ao financiamento dos investimentos e à exportação.

§ 2.º Objectivos e orientações básicas

Para que o sector possa retomar o ritmo de crescimento que lhe é próprio e, deste modo, contribuir para o desenvolvimento industrial do País, de acordo com as suas reais potencialidades, deve encarar-se a regulamentação de algumas das actividades nele incluídas, por forma a melhorar a tecnologia de produção, as condições de concorrência interna e, consequentemente, a tirar o máximo partido dos movimentos de integração em curso. Nesta tarefa, sabe-se estarem já empenhados os industriais, através dos seus órgãos representativos.

Para além disto, porém, importa não descurar a solução de outros problemas que têm vindo a condicionar fortemente o desenvolvimento do sector. Entre estes, salientam-se as disponibilidades de mão-de-obra e a sua formação profissional, as condições de fornecimento de matérias-primas básicas e de algumas formas de energia, a coordenação do desenvolvimento dos vários sectores fia economia, a fim de assegurar maior participação da indústria nacional , a criação ou dinamização de mecanismos financeiros que permitam canalizar os fundos disponíveis para as necessidades da indústria segundo a evolução conjuntural e tendo, designadamente, em conta as condições de concorrência nos mercados externos.

Atendendo às circunstâncias anteriormente mencionadas - preocupação dos industriais sobre o futuro próximo do sector e existência de capacidade produtiva em excesso, por virtude de investimentos realizados nos últimos anos-, prevê-se ritmo de investimentos mais lento do que o verificado até aqui.

Assim, não tendo sido viável formular projecções do investimento, apenas se indicam estimativas para algumas indústrias, que não corresponderão, possivelmente, ao conjunto do sector.

Estes investimentos, bem como outras estimativas que não foram indicadas, estão condicionados pela solução dos problemas já referidos.

§ -1.º Evolução recente e perspectivas actuais

1.1 - Âmbito do sector

O sector abrange as seguintes actividades:

Máquinas e aparelhos industriais;

Fios e cabos isolados;

Material de iluminação;

Aparelhagem ligeira e material electrodoméstico;

Elevadores e outro material eléctrico de tracção;

1.2 - Valor de produção e vendas

Em 1965, as indústrias produtoras de material eléctrico compreendiam 135 empresas, que registaram valores de vendas e de produção da ordem dos 1440 e 1470 milhares de contos, respectivamente. O valor acrescentado por este grupo de indústrias alcançou, naquele ano, cerca de 576 000 contos (40 por cento do valor das vendas), dos quais 267 000 contos (46,9 por cento) corresponderam a remunerações do trabalho, cujo volume se cifrou em 13 400 pessoas ocupadas.

O valor da produção e das vendas, da ordem do milhão e meio de contos anuais, é extremamente fraco em relação ao dos países que habitualmente se tomam como padrão.