Em todos os países da Europa ocidental têm sido promovidas concentrações às escalas mais elevadas. Pode, assim, avaliar-se o poder económico e financeiro e a dimensão relativa dos concorrentes com que a nossa indústria irá defrontar-se nos anos próximos.

Não significa isto que os nossos empreendimentos actuais não possam singrar e até desenvolver-se, porque dimensão muito grande, acima de certos mínimos, não é sinónimo de baixos custos, nem de capacidade de competição.

Mas a liberalização das trocas entre esses países e o nosso irá, sem dúvida, pôr problemas de especialização fabril e comercial - e muitos outros - para os quais cada vez se torna mais urgente que os industriais portugueses se preparem, pois haverá que ensaiar colaborações que demoram muito tempo a promover e a experimentar.

1.7 -Exportação e Importação

A exportação das indústrias em análise atingiu o valor de 175 000 contos em 1964, da ordem dos 14 por cento do valor da produção, tendo sido de 17 por cento em 1960 e de 12 por cento em 1963. Em 1964, a exportação para o ultramar atingiu 128 000 contos, ou seja 9 por cento das vendas e 73 por cento da exportação total.

Quanto às importações, é de notar o seu elevado peso. Alcançaram no ano de 1964 o montante de 1 270 000 contos, ou seja o valor da ordem do da produção, tal como no ano precedente.

Todavia, em 1960 foram de 160 por cento da produção, o que parece revelar melhoria notável. Tiveram significado relativamente importante, como se vê pelo respectivo quadro, em 1964, as importações de máquinas e aparelhos industriais (sectores 1, 2 e 3), 250 000 contos, as de lâmpadas, 36 000 contos, as de material de telecomunicações e electrónica, 430 000 contos, as de aparelhos de medida, 62 000 contos, as de aparelhagem electródoméstica, 240 000 contos, e as de diversos, no 110 000 contos.

Indicam-se seguidamente os valores, a preços correntes, das exportações (c) importações em 1960 e 1964, evidenciando-se a participação do ultramar nas trocas de material eléctrico com a metrópole. Os dados são apresentados em relação aos produtos dos diversos sectores do subgrupo.

Exportação e importação totais e com o ultramar em 1960 e 1964

§ 2.º Objectivos e orientações básicas

2.1 - Principais problemas que a indústria defronta

O mais importante dos problemas que o sector defronta é o da formação de quadros. As características próprias destes ramos de indústria, com os reflexos sobre a estrutura do pessoal já apontados, requer a existência de um núcleo de técnicos altamente especializados.

O progresso das indústrias do material eléctrico assenta numa cadência de inovações a ritmo acentuado, que só é possível manter através de indivíduos habilitados com uma preparação superior e actualizada em cada momento.

O problema financeiro surge imediatamente a seguir ao problema da preparação dos técnicos. Pode ser esquematizado da seguinte forma: O sector nacional produtor de material eléctrico poderá, dentro das suas capacidades próprias de financiamento, assegurar a médio prazo uma taxa de crescimento da produção da ordem dos 12 por cento anuais. Um esforço maior por parte desta industria para se aproximar mais rapidamente de um nível de produção que lhe permita melhor posição de concorrência c om as suas congéneres europeias, num futuro em que a protecção à indústria nacional cesse, em virtude de compromissos