financiamentos deverá, no entanto, ir diminuindo e tornar-se-ão certamente mais exigentes as condições para o acesso na actual conjuntura a capitais em condições tão vantajosas como as que o Fundo toai proporcionado até agora. Dentre essas condições, assumirão particular relevo as incidências sobre outras actividades produtivas nacionais - agrícolas, pecuárias, industriais, de transportes e outras - que a realização dos empreendimentos a apoiar porventura acarrete.

Paralelamente, porém, continuará a atribuir-se grande importância à concessão das- facilidades e isenções decorrentes do instituto da utilidade turística, a fim de manter o estímulo das entidades oficiais aos empreendimentos de valor turístico verdadeiramente nacional. Os objectivos programados em matéria de turismo para o período de 1968-1973 assentam essencialmente nas previsões do afluxo de turistas estrangeiros à metrópole, pois é o mercado estrangeiro que comanda a expansão da capacidade, hoteleira e das actividades turísticas complementares. O papel do sector público ao planear a expansão deste sector consiste essencialmente em delinear as perspectivas possíveis do aumento da procura e esclarecer em que medida irá intervir para o seu estímulo e para o apoio das iniciativas que a referida procura suscite; à actividade privada será assim possível, por seu turno programar os empreendimentos com um conhecimento mais seguro das condições que irá defrontar.

Reconhece-se, no entanto, a incerteza de previsões deste tipo, dada a já referida volubilidade dos fluxos turísticos internacionais e a sua estreita dependência de variáveis económicas e sociais, para não referir as de carácter puramente subjectivo, alheias ao próprio sector das actividades e políticas turísticas. O esforço de promoção e de publicidade que irá intensificar-se visa também reduzir essa margem de incerteza, mas tem de contar-se, em. qualquer caso, com a capacidade de resposta do sector privado para a realização dos vultosos investimentos requeridos pela previsão que o referido esforço de promoção fundamenta. Adoptou-se, como variável definidora da evolução prevista e que com andará o investimento a realizar, o número do dormidas ma- hotelaria em território metropolitano. Para os turistas estrangeiros, prevê-se que a taxa anual de acréscimo respeitante ao número de dormidas se aproxime dos 20 por cento, o que se afigura viável, atendendo aos 17,9 por cento realmente verificados no período de 1061-1966. Admitiu-se ainda que as proporções das dormidas de turistas de cada nacionalidade nas várias categorias de estabelecimentos hoteleiros permanecerão estáveis ao nível médio registado em anos recentes, estabilidade que, de resto, já tem vindo a verificar-se.

A previsão resultante para as dormidas de estrangeiros e nacionais e sua repartição por categorias de estabelecimentos hoteleiros é a seguinte:

14. A estimativa das receitas que poderão ser proporcionadas pela exportação de serviços de turismo carece de base estatística suficientemente rigorosa; com efeito, os processos geralmente seguidos para a recolha não permitem dispor de dados que definam tendências nítidas quanto à evolução das receitas médias por turista e por dia. Para situar ordens de grandeza, no entanto, adoptou-se o valor resultante para 1965 da divisão das receitas globais registadas (4,7 milhões de contos) pelo número de dormidas de estrangeiros na hotelaria (2,7 milhões), o que conduz aproximadamente a 1,7 contos.

Receitas provenientes da exportação de serviços de turismo:

Milhares de contos A previsão da capacidade hoteleira necessária, expressa em número de quartos, foi obtida a partir das previsões de dormidas indicadas anteriormente, tendo-se admitido que 10 por conto dos quartos serão de pessoa só o que a taxa de ocupação por classes de estabelecimentos em Agosto será a seguinte: hotéis de luxo e de 1.ª classe, 85 por cento; hotéis de 2.ª classe, 95 por cento; outras categorias, 100 por cento.

Estas hipóteses são justificadas pelo facto de em princípio, parecer menos inconveniente encaminhar para meios complementares de alojamento, se necessário, os clientes que procuram os hotéis de menor categoria ou as pensões. Em contrapartida, considera-se necessário manter nos hotéis de luxo e de 1.ª classe uma margem de capacidade disponível, mesmo nos meses de ponta, que permita não ter que deslocar uma parte dos respectivos clientes para alojamentos de conforto inferior.