16. A estimativa das necessidades de mão-de-obra teve por base a previsão da capacidade hoteleira, os resultados de um inquérito efectuado pela Corporação dos Transportes e Turismo e ainda elementos apurados- pelo Sindicato dos Profissionais da Indústria Hoteleira e Similares do Distrito de Lisboa. Admitiu-se que a relação entre o número de empregados e o número de quartos necessários se manterá, em cada uma das categorias de estabelecimentos hoteleiros, ao nível evidenciado pelo inquérito a que acaba de se fazer referência.

Total de pessoal por classes de hotéis

Foi possível, no decurso dos trabalhos preparatórios do Plano, estimar a repartição destes números pelas diversas categorias profissionais; é, porém, para os postos mais qualificados que os empresários da indústria hoteleira encontram maiores dificuldades no recrutamento do pessoal, dado que o equipamento hoteleiro cresce mais rapidamente do que a oferta de profissionais nesta indústria, não só pelas dificuldades actualmente observadas neste domínio em todas as actividades económicas, como também pela falta de estabilidade no emprego em relação a certas épocas do ano. Para obviar a possíveis .estrangulamentos na expansão do turismo em Portugal, torna-se, pois, indispensável prosseguir e acelerar os esforços da formação profissional em curso, assegurando simultaneamente condições estáveis e atraentes ao exercício das profissões hoteleiras e turísticas em geral. Prevê-se que em 1968 estejam a funcionar as seguintes escolas hoteleiras:

Escola de Alexandre de Almeida .... 250

Este número é manifestamente insuficiente, apesar de a indústria hoteleira contar com o afluxo de largo contingente anual que ingressa directamente na profissão e faz auto-aprendizagem nos estabelecimentos onde trabalha. O número de indivíduos legalmente admitidos apenas na área do Sindicato dos Profissionais da Indústria Hoteleira do Distrito de Lisboa atinge anualmente mais de 3000 inscrições e no continente esse número deverá subir a cerca de 4000 por ano. Estima-se, no entanto, que sòmente 30 por cento desse total se conservam na profissão, enquanto os restantes 70 por cento se deslocam para outras actividades. Revestem-se da maior importância as acções tendentes ao. aperfeiçoamento e consequente fixação destes profissionais, o que se espera conseguir designadamente através da realização de cursos móveis e exames periódicos, que proporcionarão ensino paralelo ao ministrado pelas escolas hoteleiras. Já se deixaram apontadas as razões que levam a julgar pertinente defender a qualidade do turismo internacional que nos procura. Crê-se ser ainda possível percorrer longo caminho sem abandonar esta orientação, mas impõe-se, para tal, que ao predomínio de instalações hoteleiras de elevada categoria corresponda um serviço de qualidade e eficiência equivalentes. O estímulo do verdadeiro profissionalismo, em todos os níveis da exploração da indústria hoteleira, é, assim, uma das funções de maior alcance que aos serviços oficiais cabe desempenhar, mediante acções e providências de política turística que vão da formação e aperfeiçoamento profissionais à fiscalização propriamente dita. Continuarão a considerar-se como regiões prioritárias aquelas onde é possível fazer turismo durante todo o ano ou em que a estação alta se estende por largo período: o Algarve, a Madeira e a região de Lisboa. Durante o período abrangido pelo Plano proceder-se-á, no entanto, ao estudo do fomento turístico de outras regiões. Ter-se-á em atenção que interessa promover o aproveitamento turístico de todo o resto do território, procedendo para tal os serviços de turismo à fixação de itinerários de circuitos por onde se poderá desenvolver o turismo de passagem, a partir não só das regiões prioritárias, como dos diversos pontos da fronteira, e indicando nos referidos circuitos os pontos de apoio para a instalação preferencial de estabelecimentos hoteleiros e similares. Não deixará também de ser tomada em conta a evolução do movimento turístico nas províncias ultramarinas, cujas potencialidades são pràticamente