e os distritos de Portalegre e Évora, devido à estrutura do sector agrícola, surgem menos desfavorecidos.

Considerando, porém, os problemas de natureza estrutural que a evolução das capitações em grande parte reflecte, e tomando a capitação de Lisboa como base

de comparação, verifica-se que, de 1953 a 1964, apenas dois distritos (Aveiro e Setúbal) revelaram tendência para melhorar a sua posição em relação a Lisboa. Em todos os outros, incluindo o distrito do Porto, agravaram-se as disparidades apontadas, acentuando-se com maior nitidez precisamente em relação aos distritos do interior, mesmo quanto a Castelo Branco e a todo o Alentejo. Analisando o valor acrescentado do sector secundário (de acordo com os números do inquérito industrial de 1957-1959 e estimativas para o produto distrital no último decénio), encontram-se grandes desníveis da produção, quer entre os distritos, quer dentro de cada distrito, verificando-se a concentração do desenvolvimento industrial apenas em alguns concelhos.

Além dos distritos de Lisboa, Porto, Aveiro, Setúbal e Braga, com valores muito diferenciados, apenas os distritos de Santarém, Leiria, Castelo Branco e Coimbra Santarém: apresentam alguma importância industrial, aparecendo em posição bastante desfavorável todos os restantes.

Em 1959, todos os concelhos possuindo estabelecimentos industriais importantes, isto é, com 100 ou mais pessoas empregadas e um valor de produção nesses estabelecimentos superior a 5 por cento do respectivo total no continente (v. quadro II), se localizam, salvo raras excepções, na faixa litoral do continente, de Viana do Castelo a Setúbal, agrupados com maior intensidade em Setúbal, agrupados com maior intensidade em redor de Lisboa e do Porto, alguns em torno de Aveiro, salientando-se ainda os de Coimbra e Figueira da Foz e, mais a sul, os de Leiria e Marinha Grande.

No interior do Norte, nenhum concelho apresenta estabelecimentos que possam classificar-se de importantes segundo o critério referido. Na Beira interior, sobressai o concelho da Covilhã e, junto ao vale do Tejo, agrupam-se os concelhos de Torres Novas, Tomar e Abrantes. No Sul interior e litoral, por todo o Alentejo e Algarve, nenhum concelho se evidencia.

Concelhos com valor de produção superior a 5 por mil do total do continente em estabelecimentos com 100 e mais pessoas

Considerando apenas as industrias transformadoras e de construção, com exclusão, portanto, das actividades directamente ligadas aos recursos naturais e que só por si não constituem actividades motoras do desenvolvimento (extractivas e produção de energia eléctrica), vê-se que os concelhos que podem considerar-se industrializados se hierarquizam pela forma constante do mapa I quanto ao valor acrescentado por aquelas actividades.

Com um valor acrescentado superior a 500 000 contos, destacam-se os concelhos de Lisboa e Porto. Com valores entre 300 000 e 500 000 contos, encontram-se quatro concelhos à volta de Lisboa (Oeiras, Loures, Vila Franca e Barreiro), os dois concelhos limítrofes do Porto (Matosinhos e Vila Nova de Gaia) e, ainda no Norte, os concelhos de Guimarães e Vila Nova de Famalicão. Entre 100 000 e

300 000 contos, sobressaem, na área de Lisboa, três concelhos (incluindo o de Setúbal), no Centro, os concelhos de Leiria e Marinha Grande, Coimbra e Figueira da Foz, seis entre Aveiro e Porto e, já no Norte, Braga e Santo Tirso; no interior, apenas se salienta a Covilhã. Com um valor acrescentado entre 20 000 e 100 000 contos, englobam-se todas as sedes de distritos, com exclusão da Guarda, Bragança e Vila Real, um grupo em redor do Porto e de Guimarães, outro no distrito de Aveiro, um grupo entre Viseu e Covilhã, outra mancha entre Leiria

e Abrantes, alguns concelhos a volta de Lisboa e na penín-