vez mais desequilibrados, e esse desequilíbrio tende a acentuar-se;

O panorama urbano do continente apresenta várias facetas, que realçam o desequilíbrio da rede urbana: por um lado, o crescimento das aglomerações de Lisboa e Porto, em contraste com a reduzida importância urbana do interior e litoral do Sul; por outro, o crescimento desorganizado das áreas suburbanas daquelas aglomerações e o estrangulamento da expansão urbana nas áreas em vias de industrialização, no litoral entre Lisboa e Porto;

Em consequência, acentua-se a dependência excessiva de todo o País em relação a Lisboa, e Porto em matéria de equipamentos urbanos, principalmente quanto a saúde, ensino, manifestações culturais, comércio especializado, etc.;

Por outro lado, os distritos do interior e litoral do Sul, pelo menos, oferecem condições infra-estruturais desfavoráveis (habitação, energia, saúde, ensino, transportes, etc.).

Perante este panorama, a harmonização do desenvolvimento económico à escala regional é hoje exigência, não só económica, como social, pelo que se torna necessário definir os princípios que permitam enunciar um conjunto equilibrado de medidas de política regional. O arquipélago dos Açores tem a caracterizá-lo, como aspecto dominante da sua estrutura sócio-económica, uma forte repulsão populacional, que se manifesta através da existência de grandes correntes migratórias orientadas quase exclusivamente para a América do Norte, e que, no período de 1950-1960, atingiu os seguintes valores:

Este fenómeno resulta da influência conjugada de uma forte densidade populacional (142,1 hab./km2), bastante superior à verificada no continente (93,8 hab./km2) e de uma elevada percentagem de população activa ocupada na agricultura, que em 1960 atingia os 60 por cento. Todavia, assumindo os factores referidos dimensão diferente nas diversas ilhas do arquipélago, também o êxodo populacional se manifesta com intensidade que varia de ilha para ilha.

O efeito da densidade populacional é mais evidente na ilha de S. Miguel (425,8 hab./km2), onde se conjuga com elevada percentagem de população activa agrícola e ocasiona uma das mais fortes repulsões dos Açores, ultrapassada no período de 1950-1960 apenas pelo êxodo registado na ilha do Faial, que, em grande parte, é imputável aos efeitos da erupção dos Capelinhos.

A importância do fenómeno traduz-se pela elevada percentagem de população residente que abandona o arquipélago (15 por cento entre 1950 e 1960) e pelas consequências sobre o crescimento da mesma população.

No distrito da Horta, onde se registam baixas taxas de excedentes de vida (9,8 por mil no período de 1950-1960), a população residente sofreu uma redução de 10 por mil nesse mesmo período. No distrito de Ponta Delgada, em virtude da elevada taxa de excedentes de vida (21 por mil), bastante superiores à do continente português (12 por mil), os efeitos foram menos acentuados e a população residente teve o acréscimo de 3,4 por cento. Em Angra do Heroísmo, aquela taxa assume valores também elevados (15,2 por mil) e o êxodo populacional é menos intenso, tendo a população aumentado 11 por cento.

A dificuldade de o arquipélago fixar a sua população é preponderante nas ilhas mais densamente povoadas e de