mais elevados saldos fisiológicos. A sua origem encontra-se na estrutura produtiva local e na falta de dinamismo da sua economia.

Esta, de base essencialmente agrícola, não permite a criação, fora do sector primário, do número de empregos indispensável à fixação da população. Por sua vez, a actividade rural mostra-se incapaz de criar maior número de empregos ou possibilitar maiores rendimentos. A elevada pressão da população agrícola e as deficiências estruturais ocasionam uma produtividade média do trabalhador agrícola sensivelmente mais baixa do que a média continental e uma fraca rentabilidade das explorações, traduzida pelas elevadas percentagens que atingem as empresas familiares, de dimensão insuficiente, sobretudo nas ilhas de Santa Maria, Graciosa e Pico (64 por cento, 66 por cento e 84 por cento do total das explorações, respectivamente).

Estrutura agrária Percentagens

Sector secundário

A inviabilidade de grande parte das explorações agrícolas deve-se à sua falta de dimensão - em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo, 67 por cento das explorações não atingem 1 ha, percentagem que na Horta se eleva a 80 por cento, agravada neste distrito pela grande dispersão. Na ilha de S. Miguel, assume ainda importância o alto nível das rendas, resultante da grande procura de terra e que se reflecte sobre larga fracção da população agrícola.

A actividade piscatória ocupava 6,2 por cento do total da população activa do sector primário. A sua baixa produtividade média (0,75 por cento da do trabalhador agrícola) é reflexo do equipamento das frotas e da desactualização dos processos utilizados.

Nos Açores, os factores da industrialização e do urbanismo, que em determinadas regiões do continente mostram possuir força suficiente para fixar populações, são praticamente inoperantes.

O distrito mais industrializado é o de Ponta Delgada, salientando-se, dentro deste, a ilh a de S. Miguel, a qual concentra 55,7 por cento da população activa ocupada na indústria transformadora e 75,3 por cento do valor bruto da produção industrial dos Açores, e é formada essencialmente por indústrias tradicionais, destinadas à produção de bens de consumo local. Mencionam-se as seguintes, que representaram 70,3 por cento da produção industrial no 1.º semestre de 1964, com o valor de 347 718 contos.

Percentagens

Conservação de peixe e outros produtos da pesca em azeite ou molhos ou pelo sal .. 5,6

Moagem de farinhas espoadas ............ 12,6

Produção e refinação de óleos alimentares, com excepção do azeite ................. 3,3

Produtos químicos orgânicos ............ 3,8

população activa do sector terciário.

Nestas ilhas o êxodo populacional atinge valores elevados, confirmando a fraqueza das actividades secundária e terciária, incapazes de fixar as populações.

A debilidade do sector secundário traduz-se na ausência de indústrias motoras. As existentes orientam-se quase exclusivamente para o consumo corrente - lacticínios, conservas de peixe, bordados, etc., produtos que constituem também as mais importantes exportações do arquipélago (69,6 por cento do total em 1965) -, como se verifica pelo quadro seguinte:

A reduzida produção industrial, aliada às distorções do sector primário, constituem sérios obstáculos ao desenvolvimento, além dos que provêm da quase-saturação das actuais fontes de energia, da exiguidade das frotas