Porto), determinados pela posição saliente das actividades industriais e pelas estruturas urbanas mais aptas para fixar os excedentes populacionais.
Neste último aspecto, todavia, a região do Norte carece, de rápida transformação, porque a sua cobertura urbana é deficiente. Além do crescimento orientado dos centros de Braga e Guimarães, será necessário promover o desenvolvimento de alguns centros urbanos actuais ou a criação de novos centros, localizados de acordo com. um esquema coerente de dependência funcional das populações e integrados na hierarquia da rede urbana regional.
A expansão dos centros urbanos e o aproveitamento das potencialidades regionais relacionam-se também com as possibilidades de transportes e meios de comunicação, que se apresentam mais deficientes, quer quanto a intensidade, quer quanto a utilização, nos três distritos que constituem a zona crítica da região (Viana do Castelo, Vila Real e Bragança).
Nestas condições, torna-se necessário conjugar o prolongamento dos traçados actuais das vias rodoviárias e ferroviárias com o planeamento da rede urbana e da exploração dos recursos regionais, evitando que as comunicações constituam entrave ao aproveitamento integral das potencialidades das regiões mais desfavorecidas.
Alguns aspectos serão tidos especialmente em conta na programação concreta da política de desenvolvimento aplicável à região do Norte.
Assim:
A existência dos recursos do subsolo, com relevo para os minérios de ferro, com grandes reservas conhecidas, e possibilidades de enriquecimento local, para utilização metalúrgica posterior; outros produtos de extracção menos importantes, como o carvão, os minérios de estanho e volfrâmio, o caulino, ardósias e granito, são também susceptível? de aproveitamento mais amplo proporcionado pelo próprio crescimento industrial e da construção;
Um potencial de mão-de-obra não especializada ainda volumoso, apesar da emigração, e que pode beneficiar da valorização profissional dos próprios emigrantes e de uma formação ministrada oportunamente;
A tradição industrial, a experiência adquirida em sectores muito localizados e importantes e a possibilidade de conseguir rápidos progressos da produtividade pela introdução de técnicas modernas de gestão;
Quanto aos transportes, além dos aspectos gerais já mencionados, merece realce o estudo da navegabilidade do Douro, em ligação com o seu aproveitamento hidroeléctrico;
Quanto à melhoria do sector agrícola, constituem problemas em toda a região a elevação da produtividade dos factores (sobretudo do trabalho), o aperfeiçoamento da organização da produção, a melhoria da rentabilidade das explorações agrícolas, pecuárias e florestais e o ajustamento da actividade produtiva à capacidade de uso dos solos,
O enquadramento traçado permite definir algumas orientações fundamentais com vista ao progressivo desenvolvimento da região.
Assim, a modernização das estruturas produtivas do litoral industrializado e o seu reordenamento urbano terão tradução sensível na diminuição relativa da população activa do sector primário e na participação crescente do produto dos sectores secundário e terciário na produção global.
Na área do Porto, caracterizada pela concentração industrial e populacional, as providências a encarar deverão obedecer principalmente a um plano orientador da expansão urbana que delimite as áreas residenciais e industriais.
Na zona Braga-Guimarães-Viana do Castelo, a intervenção tenderá a impulsionar o crescimento industrial e a ordenar a concentração por forma a surgirem centros urbanos bem equipados e menos dependentes "da capital regional. As zonas críticas constituídas pelas áreas montanhosas destes distritos exigem estudos quanto às suas possibilidad es de reconversão e valorização.
A exploração mais intensa dos recursos naturais e o aproveitamento das possibilidades agro-florestais utilizando esquemas mistos de ordenamento agrícola e de industrialização dos produtos primários, com elevação rápida da produtividade na agricultura e redução do subemprego, apoiados em novos pólos de desenvolvimento económico e urbano, constituem o essencial da política de desenvolvimento para o interior. A evolução a favorecer deverá permitir redução sensível do peso excessivo da população activa agrícola, criando novos empregos em número elevado nas actividades secundárias.
Neste caso, a problemática da agricultura e a ausência de indústrias transformadoras e de verdadeiros centros urbanos implicam a necessidade de reconversão da primeira e a criação de pólos urbano-industriais de dimensão e estruturas adequadas, um dos quais desempenhará as funções de capital sub-regional.
A linha principal da estratégia para esta região consistirá, pois, em conseguir a penetração do desenvolvimento industrial no sentido do interior, provavelmente pela implantação de um pólo de desenvolvimento na zona delimitada pelos centros urbanos de Vila Real e Lamego, tendo em atenção as potencialidades do território e a necessidade de não estimular a atracção do Porto sobre as respectivas populações.
A delimitação da região, feita com base nos limites administrativos dos distritos, afasta-se sensivelmente das suas fronteiras naturais: a bacia do Douro, a norte, e a bacia do Tejo, a sul. É sobretudo em relação à vertente sul da bacia do Douro, por constituir um prolongamento natural da região do Norte, que se admite a necessidade de optar, no futuro, quanto ao ajustamento dos limites regionais. Analogamente, podem merecer consideração relações económicas intensas com as zonas urbanas do Porto e de Lisboa, nos extremos norte e sul da sua faixa litoral. Todavia, qualquer adaptação futura das fronteiras regionais terá de atender ao equilíbrio demográfico e económico da região do Centro e à estrutura da sua rede urbana, na qual desempenha papel importante a cidade de Aveiro.
A estratégia geral de desenvolvimento, partindo da situação actual, deverá assentar no conhecimento da respectiva estrutura económica, num inventário inicial de potencialidades e nas características mais relevantes da evolução recente.