sensíveis no domínio da transformação dos produtos agrícolas provenientes das novas áreas de regadio da 1.a fase do Plano de Rega do Alentejo (25 000 ha). Efectivamente, neste campo poder-se-á dispor de equipamento moderno e de unidades fabris com elevada produtividade, circunstâncias que se podem traduzir em maior poder competitivo nos mercados externos.

Para alcançar maiores níveis de eficiência, a agricultura terá de orientar-se para actividades cada vez mais adaptadas aos solos e, sempre que possível, mais intensivas. Um melhor ordenamento de culturas, com a conveniente expansão da floresta e da pecuária, acompanhando a intensificação que o regadio proporciona, afigura-se inteiramente desejável. Para o efeito, a agricultura alentejana dispõe de uma condição vantajosa, que é a de poder contar com áreas suficientemente amplas para implantar esquemas de produção, agrícola ou florestal, em escala industrial.

Para além das possibilidades da industrialização, articuladas principalmente com o Plano de Rega e a florestação no Alentejo, a hipótese de a expansão industrial de Lisboa se prolongar por. Vendas Novas até Évora será, simultaneamente, objecto de estudo.

Dedicar-se-á também particular atenção à necessidade de desenvolvimento dos centros urbanos existentes no Alentejo, dentro de uma hierarquia da rede urbana regional, considerando as características da sub-região, a tendência que as populações têm para se concentrarem em centros urbanizados, à medida que o desenvolvimento se processa, e a premência actual de dotar os aglomerados populacionais com o equipamento social e sanitário indispensável.

Estes aspectos deverão ser objecto de estudos urbanísticos coordenados com a evolução das actividades económicas e respectivas áreas de maior incidência, porque o facto condicionará as possibilidades de expansão dos actuais centros urbanos.

Reveste particular interesse a definição de zonas industriais, a considerar nas áreas de expansão de Évora e Beja. No caso desta última cidade, o rápido crescimento previsto, como consequência da presença da base militar é ponto de partida a aproveitar para assentar a expansão do centro urbano em outras fontes criadoras de riqueza.

Quanto à sub-região do Algarve, o seu desenvolvimento próximo basear-se-á, como se disse, fundamentalmente na expansão do turismo.

Para esse efeito, prosseguirão os estudos e projectos tendentes à salvaguarda de valores ambientais e paisagísticos, particularmente na zona costeira. Com igual finalidade de promoção turística, continuarão, também, os estudos e trabalhos de valorização das localidades e zonas onde se prevê a concentração de iniciativas turísticas, hoteleiras e de áreas residenciais, bem como o equipamento em serviços terciários dos centros urbanos actuais.

Paralelamente, deverão ser examinados os efeitos regionais da actividade turística, pois não convém basear o desenvolvimento desta sub-região ape nas numa actividade dependente de diversos factores externos.

Assim, dedicar-se-á particular atenção às possibilidades de desenvolvimento de alguns centros industriais, aproveitando o dinamismo já existente em Portimão, Faro, Olhão e Vila Real de Santo António, com indústrias alimentares e da cortiça de certa dimensão.

Considera-se também a necessidade de melhorar as condições de acesso, acostagem e apetrechamento dos principais portos algarvios, o que terá reflexos benéficos,

não só sobre as actividades tradicionais da pesca, mas também no desenvolvimento de indústrias e serviços ligados ao turismo. A exiguidade do hinterland limita necessariamente o número de portos; no entanto, os portos de Portimão e de Vila Real de Santo António apresentam boas perspectivas e condições de desenvolvimento, particularmente o primeiro, tanto como porto de pesca como de apoio ao movimento turístico.

Merecem também particular atenção os reflexos que a expansão do turismo pode ter sobre a própria actividade agrícola, aliás com vantagens recíprocas.

Na verdade, o fornecimento de produtos de qualidade (frutas, flores, primores hortícolas, etc.) às unidades hoteleiras poderá constituir incentivo à agricultura, particularmente à da orla litoral, imprimindo-lhe mais sentido comercial e apuramento da qualidade, desde que as ligações produção-consumo sejam estabelecidas através de contratos de produção e entre organizações de agricultores (cooperativas, por exemplo) e organizações de turismo (hotéis, companhias de aviação, por exemplo).

Neste último aspecto, a presença do aeroporto de Faro representa vantagem para a agricultura regional, desde que os produtores se organizem no sentido de aproveitar a rapidez do transporte aéreo para colocarem nos mercados europeus produtos precoces, que, se forem qualificados, poderão contar com preços compensadores.

Saliente-se ainda que toda a serra algarvia se pode considerar como «zona crítica», podendo agravar-se a situação por reflexo ,do turismo; merece, assim, especial cuidado a sua reconversão. Apontaram-se os diversos aspectos que deverão orientar a regionalização do desenvolvimento no continente.

Entende-se, no entanto, ser ainda necessário enunciar alguns estudos mais importantes, que poderão servir de ponto de partida à realização de acções de fomento regional.

Na sua selecção atender-se-á fundamentalmente às prioridades e urgências reveladas pela situação das diversas regiões.

Enumeram-se, entre outros, os seguintes temas:

Estudo da melhor localização para a implantação de uma primeira experiência de complexo industrial descentralizado; Estudo da legislação sobre incentivos e facilidades aplicáveis a pólos de crescimento e áreas industriais ;

Ultimação dos trabalhos referentes ao plano director da aglomeração urbana do Porto; Estudo das linhas orientadoras da reorganização e diversificação da indústria na zona têxtil do Norte; Programação dos efeitos regionais resultantes do aproveitamento integral das potencialidades do rio Douro; Estudo e avaliação dos efeitos regionais do complexo agro-industrial do Cachão; Estudo do reordenamento urbano-industrial da zona de Aveiro a Leiria; Estudo e avaliação dos efeitos regionais das obras para o aproveitamento do Mondego; Ultimação dos projectos de irrigação da Cova da Beira e estudo complementar da implantação de

um complexo agro-industrial;