ao passo que o índice referente às importações do estrangeiro baixou sensivelmente. Isto quer dizer que os territórios nacionais vêm ocupando uma posição relativa cada vez mais importante.
Nos anos de 1963 a 1965 a posição da metrópole desceu ligeiramente. A posição do ultramar desceu de 1961 para 1962, mantendo-se estacionária a partir daquela data, enquanto o estrangeiro melhorou, ainda que ligeiramente, a sua posição em 1965; a posição relativa dos sectores foi a seguinte: metrópole, 52,2 por cento; ultramar, 19,9 por cento, e estrangeiro, 26,2 por cento.
Quanto à repartição geográfica das exportações cabo-verdianas, as tendências verificadas não são paralelas às registadas para as importações. A posição relativa das exportações para a metrópole em relação ao total oscilou entre 67,3 por cento em 1961 e 54,5 por cento em 1965. A posição relativa do ultramar subiu de 7 por cento em 1961 para 15,3 por cento em 1965. A do estrangeiro variou entre 38,3 por cento em 1962 e 17,5 por cento em 1965.
No que diz respeito aos produtos importados em 1965, a metrópole forneceu 90 por cento dos fios e tecidos, 80,9 por cento da madeira em obra, 83,1 por cento dos medicamentos e a totalidade dos vinhos comuns e azeite, e ainda 19,5 por cento dos automóveis.
O ultramar realizou os fornecimentos de milho (98,9 por cento), açúcar (93,6 por cento) e feijão (81,6 por cento), por intermédio de Angola. Esta província forneceu ainda 20 por cento do arroz.
No que respeita à importação de produtos estrangeiros há a salientar as vendas de automóveis pelo Reino Unido (32,3 por cento) e os fornecimentos de farinha de trigo pelos Estados Unidos da América (44,6 por cento) e Canadá (33,7 por cento).
As principais produções exportadas, também em 1965, para a metrópole foram peixe e derivados (45 por cento), bananas, café em grão (82,8 por cento) e sal comum (71,4 por cento).
Para o ultramar, a província exportou as pozolanas para Moçambique (45,7 por cento) e carne de gado bovino para a Guiné (53 por cento).
O estrangeiro comprou derivados da pesca, nomeadamente os Estados Unidos e a Itália, abrangendo ambos cerca de 48 por cento do total do produto, e ainda sal comum, que se destinou à República do Congo (14,7 por cento).
Caracteriza-se, pois, a exportação cabo-verdiana por uma acentuada concentração geográfica e por produtos.
Às entradas e saídas de cambiais referem-se em grande medida a movimentos de escudos metropolitanos, dizendo respeito a empréstimos da metrópole, aos respectivos encargos de amortização e às transferências pessoais. O saldo favorável de 1964 deve-se, contudo, à entrada de cerca de 20 000 contos em dólares (Estados Unidos da América) e libras (Reino Unido e antiga Federação da Rodésia e Niassalândia).
Dos movimentos de invisíveis, sabe-se apenas que, nos anos de 1954-1963, os vales emitidos nas províncias ultramarinas de África e pagos em Cabo Verde somaram 1833 contos.
As cartas com valores declarados provenientes das províncias ultramarinas de África e recebidas em Cabo Verde registaram a importância total, naqueles dez anos, de 1.320 contos.
Outra informação disponível refere-se aos salários enviados por migrantes cabo-verdianos em outros territórios nacionais. De 1951 a 1963 foram enviados 33 578 contos.
A situação relativamente satisfatória da província, quanto à sua capacidade de importação, baseia-se, fundamentalmente, nos meios de pagamento exteriores facultados pelos empréstimos metropolitanos.
Em tais condições, a expansão do produto sectorial só pode ser alcançada através de um aproveitamento intensivo das áreas regadas, o que significa a necessidade de reconversão, para produtos mais ricos destinados a mercados externos, da gama tradicional da produção Cabo-Verdiana. Esta reconversão envolve processo inevitavelmente prolongado, no qual as acções de extensão agrária e de formação de apoio técnico prevalecerão, com certeza, sobre os investimentos financeiros.
Não se poderá, pois, esperar que, a curto ou médio prazo, seja possível acelerar acentuadamente o crescimento do produto da agricultura de Cabo Verde.