da população cabo-verdiana, permitem encarar com confiança o futuro económico da província. Tais factores são:

1.º Os recursos piscatórios das águas do arquipélago e, de um modo geral, do Atlântico Sul;

2.º As excelentes condições para o desenvolvimento turístico do arquipélago.

19. A localização particularmente favorável de Cabo Verde em relação aos pesqueiros do Atlântico Sul permite considerar como modalidade do seu aproveitamento, em favor da economia da província, o fornecimento de apoio logístico a frotas estrangeiras, como vem já sendo feito, e, por outro lado, o desenvolvimento por empresas nacionais de complexos integrados de capturas, de congelação e de industrialização do pescado com destino aos mercados internacionais, desenvolvimento este que já foi iniciado.

20. Quanto ao turismo, a verificação de condições de clima particularmente favoráveis para um turismo que procura o sol, a calma e as actividades náuticas, em ambientes exóticos, não exc lui o reconhecimento de que a sua valorização exigirá a concretização de empreendimentos dimensionados em função de vultosos fluxos turísticos, o que só é viável através da participação efectiva de interesses estrangeiros, em colaboração com capitais e empresas nacionais.

Trata-se, pois, de um campo de acção do qual é lícito esperar resultados favoráveis, mas que exigirá acção ponderada e coordenada de atracção, não directamente de massas turísticas, mas sim indirectamente de organizações estrangeiras de viagens e turismo, aproveitando a procura constante de novos ambientes em áreas ainda não saturadas de turismo.

21. Será, por conseguinte, na base de uma agricultura mais intensiva e virada para mercados externos, num moderado desenvolvimento industrial nas modalidades de transformação de produtos agrícolas e industriais para consumo local e, muito em especial, no aproveitamento decisivo das potencialidades do arquipélago em matéria de pesca e de turismo que é possível programar, com viabilidade e possibilidades de êxito, o futuro desenvolvimento da economia de Cabo Verde. Os pontos fulcrais de actuação no que respeita a Cabo Verde, cuja economia ficou já definida nas suas linhas gerais, e sem esquecer o turismo, com grandes potencialidades, e os transportes, situam-se nos sectores da pesca e da agricultura, esta última pelo papel que desempenha na alimentação da população e porque, apesar de tudo, se prevê a possibilidade de uma reconversão da produção para os mercados externos.

23. As dimensões da economia e o seu alto grau de dependência do exterior, bem como a própria dificuldade técnica de estabelecer modelos formais de crescimento em condicionalismos desta natureza, levaram a limitar a definição quantificada de objectivos ao aspecto mais significativo, ou seja o da criação de novos empregos exigidos pela evolução demográfica de Cabo Verde.

24. Projecções demográficas, baseadas nas tendências evolutivas mais prováveis, conduziram a avaliar as necessidades de novos empregos, para o período de 1968-1973, num montante que se situa entre 23 000 e 26 000 novos empregos.

Prevê-se que a agricultura e os serviços domésticos mantenham os níveis absolutos de ocupação verificados em 1960. Os novos empregos deverão ser criados nos sectores da pesca, da indústria e de outros serviços não domésticos (ligados aos transportes, serviços públicos, turismo), já que os empregos a criar na agricultura serão absorvidos pela mão-de-obra subempregada.

No quadro geral do desenvolvimento económico-social do arquipélago, foi este objectivo específico que se considerou na elaboração do programa provincial para o III Plano de Fomento.

Financiamento do programa provincial . de investimentos Administração Central No I e II Planos de Fomento foi esta a fonte de financiamento que assegurou a cobertura total dos investimentos programados. No Plano Intercalar de Fomento foi considerado também o recurso ao crédito externo, tendo em vista os financiamentos, em curso de negociação, de novos empreendimentos no sector da pesca. Manteve-se, no entanto, em posição de relevo a assistência financeira da metrópole, à qual deve, pois, a província de Cabo Verde a realização de infra-estruturas de que dispõe e os esforços realizados para o desenvolvimento das suas actividades produtivas e a melhoria do nível cultural e sanitário das suas populações.

Dada a escassez dos recursos mobilizáveis através de outras fontes, é ainda a ajuda financeira da Administração Central chamada a desempenhar, no III Plano de Fomento, o papel de condição essencial da realização financeira dos programas respeitantes a Cabo Verde.