tradicional, no qual vive a grande massa da população, e de um sector de economia de mercado ou monetário. Segundo estimativas de 1962, o primeiro participa com 71,2 por cento no rendimento nacional e o segundo com 28,9 por cento.

Por isso, o desenvolvimento económico terá de processar-se alicerçado no fomento e comercialização da agricultura tradicional e na implantação de indústrias transformadoras de produtos agrícolas. Para já, importa sobremaneira, em ordem ao estabelecimento das funções de uma lavoura racional e ao incremento da sua produtividade: Promover a transformação das técnicas agrícolas, mediante um esforço simultâneo de investigação básica, experimentação e vulgarização; Tomar medidas para a conservação da fertilidade dos solos; Introduzir métodos intensivo s de cultivo a culturas regadas (hortas e pomares) que ajudem, paralelamente, à resolução dos problemas do desemprego estacional; Abandonar o puro regime colector, substituindo-o, progressivamente, por uma economia de plantação; Vencer a monocultura, realizando uma diversificação de culturas que subtrais a província à vulnerabilidade do seu comércio exportador: Montar um sistema de crédito e de incentivos à criação de unidades básicas cooperativas (armazéns e celeiros comerciais, cooperativas agro-pecuárias, etc.), sobra as quais ele fie possa apoiar para actuar eficazmente. Julga-se oportuno dar uma nota sobre os principais produtos da actividade agrícola e silvícola e programas do valorização em curso de execução, a par de uma brava análise prospectiva. Tentar-se-á apenas chamar a atenção para os aspectos fundamentais, limitando, tanto quanto possível, o âmbito das considerações.

Arroz de bolanha

O arroz constitui a base da alimentação dos povos guineenses. Sendo a cultura alimentar de maior interesse, é também a cultura mais rendosa para o agricultor.

Nas culturas de sequeiro, o esforço desenvolvido não é de forma alguma compensado pelos magros resultados que se conseguem, utilizando as técnicas tradicionais. Atente-se só nas produtividades atingidas:

Arroz de sequeiro:

Milhos (asil, cavalo e preto)

Área cultivada - 154 621 há (32,1 por cento da área total);

Produção unitária geral - 322 kg/ha.

Precedida frequentemente de derruba e queimada, a cultura do arroz de sequeiro e de milhos tem sido um dos principais responsáveis pelos danos causados na floresta e factor importante de destruição da fertilidade dos soios.

O arroz de sequeiro e os milhos são frequentemente cultivados em sistema de rotação com a mancarra (cereal-mancarra-pousio) ou em regime de consociação com ela.

Área cultivada - 33 438 ha (6,9 por cento da área total);

Produção unitária geral - 291 kg/ha.

Mandioca

O fomento da mandioca reveste-se de uma certa relevância, pela riqueza de virtualidades que apresenta nos aspectos alimentar e industrial. Efectivamente, na mandioca, praticamente, tudo é aproveitável. Do ponto de vista nutricional, o tubérculo constitui um alimento relativamente pobre e desequilibrado; embora de valor calórico suficiente, é escasso o seu conteúdo de proteínas, sais minerais (cálcio, fósforo e ferro) e vitaminas. Porém, resiste bem às irregularidades climáticas e supre, sem grandes inconvenientes, a falta de outras substâncias alimentares. Já, ao contrário, as folhas da mandioca soo mais ricas naqueles componentes que qualquer das hortaliças vulgares.

O fomento da sua cultura estaria indicado, pois: Actuaria como mola diversificadora da agricultura tradicional; Constituiria uma aplicação rendosa para o trabalho do agricultor. Segundo estudos efectuados, são vulgares produtividades da ordem das 20-25 t/ha, para o que é apenas suficiente uma certa disciplina nas técnicas de cultivo e uma conveniente selecção de variedades. Em culturas evoluídas, recorrendo a uma intensificação de capital, atingem-se produções unitárias entre 40-60 t/ha e superiores.

Convém, todavia, frisar que uma política de cultura do mandioca deve ser apontada à luz de dois factores:

Possibilidades de absorção da produção pelos mercados interno e externo, posto que a sua colocação poderá encontrar dificuldades, em confronto não só com os grandes exportadores (Brasil, Indonésia, Madagáscar), mas também com outras províncias ultramarinas (Angola e Moçambique).

Flutuações das cotações internas e, sobretudo, internacionais, visto que a procura da mandioca está fortemente condicionada pela produção de outros amidos, designadamente dos extraídos da batata, do milho e do arroz.