Amendoim

Numa estimativa efectuada recentemente pelos Serviços de Agricultura e Florestas, com base nos quantitativos de sementes distribuídos, calculou-se a área actualmente cultivada como sendo superior a 28 500 ha.

A cultura da mancarra é, em regra, feita pelo agricultor, autóctone, sem boas sementes, nem adubações ou estrumações. Trata-se de uma cultura que lhe proporciona fracos réditos e é das que lhe exigem maior esforço na sementeira, monda e colheita. A rigidez do aparelho de comercialização da mancarra, de que depende o grosso da exportação guineense, as baixas cotações e as produções unitárias são factores desencorajantes, que apenas se mantêm devido ao regime monocultural dominante e, por consequência, à precariedade ou inexistência de outras fontes de rendimento.

Abstraindo do objectivo primário, que é o combate à monocultura, as medidas a tomar a favor do fomento desta araquídea deverão visar:

A disseminação de sementes melhoradas;

Palmeira-do-azeite

Os povoamentos naturais de palmeira-do-azeite - Elaeis guineensis - encontram-se dispersos em florestas e savanas pôr quase todo o território, mas concentram-se, especialmente, em mais vastas e densas manchas, no arquipélago dos Bijagós, na circunscrição de S. Domingos (regiões de Varela e Susana), no concelho de Cacheu (regiões de Cacheu, Calequisse, Catió, ilhas de Jeta e Pecixe) e no concelho de Bissau (Prábis). Encontram-se ainda, aglomerados de certa importância nas regiões de Bissorã e Olossato, na floresta do Oio, junto dos rios Geba e Corubal, em Bedanda, Empada e Catió.

As linhas mestras que devem reger a política de fomento e aproveitamento desta oleaginosa já estão traçadas em variados estudos.

O desenvolvimento da oleicultura só é viável pela actuação em profundidade e intensidade numa única região, com o fim de estabelecer, a curto prazo, uma plantação suficiente para o abastecimento de uma unidade de produção de óleo de polpa, coconote e tourteaux, e dimensionada à escala do mercado internacional.

Em 1966, foi recuperada e posta a funcionar, a expensas e sob administração directa do Governo provincial, a antiga fábrica de óleo de Bubaque, parecendo impor-se um prévio estudo técnico-económico com o objectivo de montar uma nova unidade, dimensionada em moldes modernos, não descurando embora o reaproveitamento do complexo infra-estrutural já existente.

Na ilha Formosa estão também a funcionar duas pequenas unidades fabris de óleo de palma, apoiadas na colecta dos palmares naturais, cada qual com uma capacidade de laboração diária de 8 t de fruto.

São pouco variadas as culturas frutícolas na Guiné: bananeira, ananás, citrinas (laranjeira e limoeiro), papaieira, mangueira, coleira, cajueiro e coqueiro. Contràriamente ao que seria de desejar, nenhuma delas jamais foi objecto de programa que se possa qualificar como de valorização e de expansão.

O ananás apresenta perspectivas merecedoras de atenção, quanto mais não seja, numa fase inicial, para consumo interno. A papaieira e a mangueira são espécies cuja abundância e adaptabilidade particular à ecologia guineense justificam, só por si, desde que sujeitas a uma prévia selecção e intensificação das variedades mais apreciadas, um aproveitamento orientado directamente para o mercado e fabrico de compotas. A cola poderia também vir a ocupar lugar de relevo na exportação provincial, para o que se carece de medidas apropriadas de intensificação e racionalização da cultura.

Na Guiné, as zonas do litoral sul, especialmente a região de Cacine, parecem apresentar condições mais favoráveis para o fomento bananícola. Convém frisar, porém, que as zonas eleitas deverão ter superfícies capazes de produzir quantitativos tais que justifiquem econòmicamente as infra-estruturas de escoamento que haja que criar, e a consideração desta determinante elimina automàticamente a prática de uma bananicultura dispersa.

A industrialização da banana, nomeadamente no que concerne ao fabrico de farinha de banana, tem um carácter meramente subsidiário, não se crendo que seja determinante muito válida para o fomento da cultura.

Florestas

Embora se encontrem algumas manchas de floresta seca densa em S. Domingos, nas regiões de Catió, Catanhês e Cacine, é a floresta seca aberta que constitui o tipo dominante na província, desenvolvendo-se principalmente nas regiões do sublitoral e cobrindo uma faixa no sentido norte-sul, que abrange as regiões de Farim, Olossado, Mansabá, Mansoa, parte do concelho de Bafatá e Fulacunda. São conhecidas, pela sua importância, as florestas de Guedage, Oio, Xime e Fulacunda. Depara-se também floresta hidrófila ao longo das margens dos cursos de água (florestas de galena) e do litoral.

De momento não será viável lançar uma política da repovoamento florestal através de uma acção conjugada nos domínios da investigação e da execução. No entanto, dadas as relações fundamentais que existem entre florestas, fertilidade do solo, erosão e bualização, afigura-se ser a floresta, para além dos aspectos económicos, uma das formas, de ocupação da terra guineense mais justificada.

Outras culturas e actividades agrícolas

Cultiva-se o feijão um pouco por toda a província, muitas vezes em sistema de rotação ou de consociação com a mancarra e os milhos. A despeito das baixas produções unitárias, conviria talvez, do ponto de vista nutricional, incentivar o cultivo desta leguminosa. Encontra-se, também, com certa frequência, a batata-doce e o inhame.

No ramo das oleaginosas, o gergelim e a purgueira são de diminuto interesse comercial e peso insignificante na exportação. O primeiro fornece um óleo alimentar; a segunda é empregada no levantamento de sebes e o seu óleo tem aplicação na indústria de saboaria.

Relativamente às possibilidades da indústria açucareira na Guiné, parece estar demonstrada a inviabilidade da instalação racional de um empreendimento à escala industrial.