Este quadro sintetiza afinal toda a crise que nos últimos tempos tem afligido a economia são-tomense: o problema das cotações, muito em especial as do cacau, que atingiram em 1965 o valor mais baixo do período. No que à importação diz respeito, e embora se verifique uma menor concentração global, o ultramar parece vir a perder a sua posição como fornecedor, aumentando em contrapartida a da metrópole e a do estrangeiro.

Grande parte dos produtos importados destinam-se ao consumo alimentar.

Se se adicionarem a estes os outros bens de consumo importados e constituídos por material electrodoméstico, vestuário e calçado, combustíveis, automóveis e. outros veículos e medicamentos, obter-se-á para o conjunto um valor correspondente a cerca de 90 por cento do total das importações da província.

Deste modo, pode dizer-se que sòmente uma pequena percentagem da importação absorve a compra de bens de equipamento, com destino sobretudo à agricultura e, eventualmente, à indústria, que, com outra pequena parcela de bens intermediários, preenche os 10 por cento restantes. Uma análise à comparticipação dos produtos que integram o comércio especial da província mostra uma acentuada concentração na exportação, onde domina o cacau, .com a média de 71,7 por cento das vendas totais, seguido a grande distância pela copra, com 12,5 por cento, o coconote, com 8,6 por cento, o café e o óleo de palma, com 3,6 por cento cada um.

Nos mercados consumidores dos produtos da província também se assinala acentuada concentração geográfica. No que se refere à balança de pagamentos da província, os movimentos das divisas do Fundo Cambial ao longo do período de 1953-1965 constam do quadro seguinte:

As entradas e saídas de cambiais referem-se em grande medida a movimentos de escudos metropolitanos, isto é, compreendem empréstimos recebidos da metrópole (entradas) e amortizações e respectivos encargos (saídas).

Quanto à balança comercial, verifica-se uma tendência decrescente do seu movimento.

Em contrapartida, parece consolidar-se o movimento positivo da balança de pagamentos. Perspectivas de crescimento económico No panorama económico da província de S. Tomé e Príncipe destaca-se, como fundamental, o sector agrícola. Não parece poder dar-se grande relevo aos restantes sectores, ressalvados os casos da indústria extractiva, se as pesquisas de petróleo forem profícuas, e, em menor escala, da pesca, se se atingir a fase da pesca industrial. A análise genérica das características essenciais da agricultura são-tomense leva a indicar como sentidos mais prometedores: uma diversificação de culturas, acompanhada de melhoramento cultural e intensificação das existentes; o encaminhamento da mão-de-obra local para a completa cobertura do sector, dispensando, tanto quanto possível, a mão-de-obra exterior, e a ocupação efectiva da terra, por meio da propriedade de tipo familiar. As estruturas económicas da província e as suas características não têm acompanhado a evolução das necessidades do seu progresso e desenvolvimento. Simultaneamente, porém, reconhece-se que são elas que permitem a vida da província e quo, não se dispondo de outras que as possam substituir a curto prazo, haverá que prever uma modificação gradual e lenta.

Desta forma, alguns dos investimentos terão de ser orientados, numa primeira fase, não directamente para um acréscimo do produto, mas sim para uma substituição de estruturas, permitindo que o vácuo criado pelo desaparecimento das existentes possa ser preenchido, em tempo oportuno, por novas estruturas convenientemente preparadas.

A falta de espírito empresarial constitui factor grandemente limitativo do desenvolvimento económico da província. Existem, de facto, empreendimentos potenciais altamente tentadores que só a falta de empresários justifica não se terem já efectivado. Uma acção de propaganda da província e das possibilidades que a mesma oferece mostra-se como muito necessária. Tem-se em conta também o significado económico de toda a acção a desenvolver no campo da promoção social, através da educação, da melhoria das condições de vida, da assistência sanitária e da subida e enriquecimento do nível alimentar das populações, acção esta cujo impulso essencial se encontra, porém, no propósito de