crédito externo, pelo menos no que respeita aos empréstimos a obter, através da metrópole, em mercados externos. Quanto ao autofinanciamento, verificado que uma grande parcela da formação de capital no sector privado foi financiada sob esta forma, será de esperar que a mesma fonte continue activa, nomeadamente no que diz respeito a diversificação e intensificação de culturas, através de investimentos privados. Dado o condicionalismo despistado (reduzido volume de depósitos à ordem na filial do Banco Nacional Ultramarino, ausência de um banco exclusivamente comercial, modéstia de movimento das caixas económicas e de crédito e respectiva política de crédito inadequada ao fomento económico, etc.), as perspectivas oferecidas pela mobilização de poupança privada são pouco optimistas. Seguidamente se apresenta o esquema de financiamento para o III Plano de Fomento: Agricultura, silvicultura e pecuária Evolução recente e problemas actuais Sendo actividade económica predominante, a agricultura são-tomense caracteriza-se por dois aspectos diferentes: A agricultura da roça, extensiva, monocultural e orientada para o comércio externo, com grandes extensões territoriais (em especial no Sul e no Nordeste da ilha de S. Tomé) na grande maioria abandonadas ou em vias de abandono, ocupa cerca de 90 por cento da terra destinada à agricultura e contribui com produções que atingem cerca de 95 por cento do total exportado pela província;

b) A agricultura autóctone, quase toda de subsistência ou de comercialização local, é realizada em pequenos ou médios tractos, de dimensões sempre antificonómicas. Os principais produtos agrícolas e os seus quantitativos em toneladas, de 195.3 a 1965, são os que constam do mapa da coluna seguinte.

(a) Produção declarada pelas empresas. Na realidade, estima-se em cerca do triplo a produção, incluindo o autoconsumo.

O sector não supre completamente o consumo interno. Com efeito, a província importa toda a qualidade de produtos de consumo primário e exporta matérias-primas. Quanto à agricultura empresarial, ela continua a assentar exclusivamente nas tradicionais culturas do cacaueiro - a cultura dominante -, cafèzeiro, coqueiro e palmeira-do-azeite, embora se registe interesse pelas culturas da banana e do ananás. O problema da elevação da produção do cacau a níveis de outros tempos tem sido devidamente estudado. Procura-se eliminar os óbices de ordem interna (baixa rentabilidade por hectare e alto custo de produção, motivado por uma mão-de-obra imigrante demasiado cara e escassa), já que os de ordem externa (a flutuação das cotações e o baixo consumo metropolitano) escapam, em parte, à influência dos produtores.

O consumo metropolitano apenas absorve um sexto da produção total de S. Tomé e Príncipe, Angola e Timor. Há que aumentá-lo através de uma política de baixos preços, retirando ao chocolate a actual qualidade de produto de luxo.

Café A disputar com outros cafés nacionais - de Cabo Verde e Timor - a primazia dos melhores cafés do Mundo, o café de S. Tomé, cuja óptima qualidade assegura o escoamento de toda a produção, nem por isso apresenta números de produção correspondentes à tranquilidade que tal facto deveria insuflar no produto. As produções dos últimos anos estão abaixo das da quase totalidade dos anos anteriores até 1950.

A queda das cotações e a influência do elevado custo da mão-de-obra tornam difícil a renovação das plantações, cujo alargamento não será, aliás, compatível com os compromissos internacionais. Os números mostram um progressivo aumento desta produção.

As perspectivas para esta cultura são bastante animadoras, se se notar que a área ocupada com coqueiral é ainda pequena (cerca de 4000 ha) e, portanto, susceptível de substancial aumento, sobretudo na ilha do Príncipe, e que a produção unitária, atingindo e ultrapassando por vezes as 3 t por hectare, convida os agricultores a aproveitarem-se de uma cultura francamente remuneradora.