o nível das 20 000 t, quantitativo que, em cambiais, se representarão, aos preços actuais, por receitas da ordem dos 40 000 contos. As carnes de bovino constituem um idos produtos que mais seguramente poderão contribuir para a expansão das receitas de exportação da província nos anos mais próximos, dada a escassez mundial da carne. Na verdade, dos produtos agro-pecuários, a carne foi o único que, no comércio internacional, experimentou, durante o período de 1952-1954 a 1962-1964, um acréscimo positivo para o seu valor unitário da ordem dos 14 por cento. A fim de se inferir do interesse nacional que revestirá o fornecimento da metrópole por esta província, bastará referir que aquele território importou, em 1965, 9786 t, no valor de 180 367 contos, tendo Angola (único território nacional fornecedor) participado apenas com 4,7 por cento da quantidade global. Finalmente, interessará referir a melhoria em receitas que se poderá vir a basear no palmar.

Embora o valor exportado dos produtos derivados do palmar .assuma já volume bastante significativo no .quadro das exportações - o montante global de 144 387 contos -, as possibilidades de colocação existentes garantem a programação do adequado sistema de acréscimo de produção, do qual possa resultar notável aumento na participação destes produtos. Quanto ao caso particular do óleo de palma, deverão ser incentivados os esforços desenvolvidos no sentido da produção de óleos com menor acidez, facto que, a atingir-se, poderá, só por si, proporcionar relevante aumento da receita do produto exportado.. Implantação de um esquema visando a progressiva substituição da exportação de produtos primários pela dos produtos laborados ou semilaborados deles derivados. Neste grupo enquadram-se com carácter prioritário: madeiras, crueira, sisal, milho, couros e peles.

A exportação de madeiras de espécies indígenas, que interessa fundamentalmente ao distrito de Cabinda e à região do Luso, constitui um dos casos mais relevantes quanto à natureza dos produtos exportados, em que se assinala com mais intensidade o insuficiente aproveitamento que tem sido dado a esta riqueza da província.

Efectivamente, se se atender aos números relativos à exportação efectuada em 1965, verifica-se que a quase totalidade do produto exportado é feita sob a forma de toras em bruto, constituindo a parte referente a madeira trabalhada uma fracção pouco significativa.

Quanto às madeiras exóticas, de que existem extensas áreas plantadas, o seu aproveitamento tem sido realizado através da sua transformação em celulose e produtos derivados, que, em 1965, atingiram já função de certo relevo nas exportações, como se infere pelo quadro seguinte:

O esforço a desenvolver neste campo respeitará essencialmente a um mais integral aproveitamento das madeiras duras, através da sua industrialização local. Além da obtenção de maiores receitas da exportação de produtos mais nobres, conseguir-se-á também um aproveitamento mais completo da madeira cortada, na medida em que aquela que não reúna as condições e as características para exportação em espécie poderá ser aproveitada para a industrialização. Um outro produto cuja industrialização deverá merecer atenção especial é a crueira, cujos derivados cobrem uma extensa gama de produtos alimentares. A reduzida capacidade de consumo do. mercado interno destes produtos aconselha, todavia, que se tenha em atenção, no dimensionamento e apetrechamento das unidades a instalar, a dependência em que as unidades ficarão dos mercados externos, visto só através destes poderem conseguir o nível de consumo que justifique o volume de investimentos a realizar.

A exportação de crueira tem acusado crescimento razoavelmente firme, cujas oscilações em valor são imputáveis, fundamentalmente, às flutuações das cotações. A industrialização do sisal limitava-se praticamente à desfibração em fábricas que funcionam junto das fazendas agrícolas.

O número de indústrias de desfibração instaladas até ao final de 1964 era de 132, mobilizando 10 586 operários e representando um investimento de 170 116 contos.

Industrias instaladas de desfibração de sisal

Após a preparação levada a efeito nas instalações de desfibração, a fibra é exportada na sua quase totalidade. A parte destinada ao consumo interno tem-se mostrado insignificante relativamente ao total da produção. Com efeito, as indústrias de cordoaria, de tapetes e de redes de pesca, que utilizam o sisal como matéria-prima, são em número restrito e de pequena capacidade. Todavia, são aproveitadas anualmente na província grandes quantidades de estopa de sisal para o fabrico de papéis, designadamente do tipo Kraft, com base nas pastas de madeira.

Em 1965, porém, foi inaugurada uma importante unidade industrial de fiação e cordoaria - Cofiang -, prevendo-se que a mesma venha a influir no crescimento da procura interna.

No entanto, mais duas instalações fabris estão previstas para breve. O milho, não obstante as condições em que a sua produção se processa, tem desempenhado papel de relevo no quadro das exportações, como se pode inferir