Pode admitir-se, atendendo à tendência verificada, que os investimentos do sector público e do privado a fazerem-se no III Plano poderão não andar muito longe da proporção de 25 por cento para 75 por cento, respectivamente. Não se deixa de ter presente o facto de que o investimento público exercerá, até certa medida, um efeito incentivador sobre o investimento privado.
A aceitar-se a relação acima referida, sendo os investimentos públicos da ordem de 11 milhões de contos, seriam os investimentos particulares da ordem de 33 milhões de contos, perfazendo o total de 43 300 000 contos. Nesta ordem de ideias, não estariam expressamente incluídos no Plano investimentos privados da ordem dos 15 a 20 milhões de contos.
Parece, no entanto, aceitável concluir-se que não seria difícil atingirem-se investimentos globais da ordem de 43 300 000 contos, o que permitiria alcançar a meta programada de um crescimento segundo uma taxa de 7 por cento ao ano, que se julga possível atingir.
Projecções relativas ao sector público
Admitida a necessidade de conter o ritmo de expansão das despesas correntes em limites mais estreitos do que os verificados no período de 1953-1963 - o que exigirá reconhecidamente esforço considerável de austeridade e de reforma administrativa e um nível de financiamento externo da ordem de meio milhão de escudos por ano -, a cobertura com fundos públicos de 25 por cento dos investimentos totais previstos exigirá que as receitas públicas venham a atingir em 1973 o montante de 6850 ou 7120 milhares de contos, conforme se trate das hipóteses A ou B.
Mantendo-se, por outro lado, a relação verificada no passado entre os impostos indirectos cobrados e o produto interno bruto - isto é, cerca de 6 por cento -, os restantes réditos públicos terão de crescer no período do III Plano de Fomento ao ritmo médio anual de 18 por cento. Alternativamente, poder-se-á considerar uma hipótese de crescimento mais rápido dos impostos indirectos, de modo a manter a posição relativa quanto às outras fontes de receitas públicas ou ainda um aumento de ajuda financeira externa.
A carga fiscal sofrerá, assim, no seu conjunto, agravamento, ao passar de 13 por cento em 1963 para 17 por cento, nível que, sem ser excessivo (o valor comparável para a metrópole em 1965 era de 10,6 por cento), não deixará de exigir significativo esforço no campo da fiscalidade.
Projecção das despesas e receitas correntes do sector público
Projecções das balanças de comércio e de pagamentos
A expansão considerada das exportações assenta na combinação de uma extrapolação da tendência verificada no período seguinte ao ano de 1961 com o lançamento de novos empreendimentos voltados para os mercados externos, como, por exemplo, a exploração mineira de Cassinga, que exportará 5 milhões de toneladas anuais, o aumento previsto das exportações de carnes, de frutas, de produtos das indústrias de madeira e celulose e o arranque de novas produções industriais, alumínio electrolítico, etc.