luído lenta e irregularmente, o consumo daqueles apresenta um aumento firme, que, nos últimos cinco anos, se traduz por uma taxa média anual de crescimento de 12 por cento;

b) O consumo de carvão importado é muito irregular. A média dos últimos 10 anos anda à volta das 40 000 t, das quais entre um quarto e um meio consumidos no caminho de ferro de Benguela;

c) O carvão de madeira, de produção local, tem sido pouco utilizado; no entanto, de 1962 para cá verifica-se um aumento de consumo à taxa média anual de 26 por cento;

d.) O consumo de energia por habitante e por ano subiu de 166,9 kg de equivalente carvão, em 1960, para 201,7, em 1965. Em 1965, a energia hidroeléctrica, não obstante a sua utilização ter duplicado nos últimos cinco anos, contribuía para o consumo total com pouco mais de 10 por cento, enquanto a lenha preenchia 26,3 por cento, cabendo aos petróleos e seus derivados 55,4 por cento.

Entre estes, o consumo do fuel-oil aumentou mais rapidamente que o da gasolina e do gasóleo; e o de jct-fuel teve um crescimento espectacular - passando de 4358 l, em 1962, para 46 378 l, em 1965 -, em virtude da afluência dos aviões a jacto. (Nos mesmos anos, o consumo de gasolina foi de 55 037 e 73 174 1 e o do gasóleo de 123 559 e 164 933 1).

Em conjunto, o gasóleo e o fuel-oil foram consumidos nas seguintes percentagens sobre o total de produtos petrolíferos gastos na província:

Percentagem

1963 ............. 62,5

Dado que em 1965 a produção de energia eléctrica de origem térmica (cerca de 45 GWh) corresponderia ao consumo de 13 500 t de gasóleo, e tendo em vista que o consumo total na província foi, naquele ano, de 141 000 t, há que concluir que nas centrais eléctricas se queimou, no máximo, 10 por cento de gasóleo utilizado em Angola. Em confronto com a de outros territórios africanos, a situação da província, no capítulo «Energia», é satisfatória.

Com efeito, quanto à potência instalada, Angola vem logo a seguir à África do Sul, República Árabe Unida, Rodésia, República Democrática do Congo e Argélia; e quanto ao consumo específico, situa-se mais ou menos a meio da tabela formada por todos os países do continente negro.

Actualmente, porém, à capacidade de produção já atingida não corresponde, ainda e pelo menos nalguns casos, um suficiente aproveitamento, enquanto, por outro lado, regiões há, fora do raio de acção dos actuais centros produtores, às quais falta a energia eléctrica indispensável às necessidades que já enfrentam ou virão a enfrentar a curto prazo.

Factos tais impõem uma perfeita coordenação da produção, do transporte e da distribuição de energia eléctrica, problema que, nos seus múltiplos aspectos, a Administração - através dos seus órgãos competentes - vem já encarando e cuja consideração está na base do programa de realizações mais adiante apresentado. Actualmente, a produção, o transporte e a grande distribuição estão a cargo quer de empresas privadas, em regime de concessão, quer do próprio Estado, por intermédio da Junta Provincial de Electrificação de Angola; a pequena distribuição compete aos serviços municipais ou municipalizados e, em alguns casos, a empresas privadas concessionárias.

A zona de desenvolvimento Luanda-Dondo-Malanje é área de actividade da concessionária Sonefe, que explora as centrais das Mabubas e de Cambambe, ligadas a Luanda por linhas a 60 e 220 kV, respectivamente.

A Hidroeléctrica do Alto Catumbela (H. E. A. C.) exerce a sua actividade na área Lobito-Benguela-Alto Catumbela-Nova Lisboa, explorando as centrais do Biópio e do Lomaum, no distrito de Benguela, e abastecendo a sua zona de influência por meio de uma linha a 150 kV.

A central da Matala está a cargo da Junta Provincial de Electrificação de Angola e serve o Colonato do Cunene e as regiões de Humpata, Sá da Bandeira, Caraculo e Moçâmedes.

Finalmente, na zona nordeste do distrito da Luanda, a Companhia dos Diamantes explora a central de Luachimo, fornecendo emergia à sua área mineira por meio de uma rede a 60, 30 e 15 kV.

No mapa que se segue indica-se não só a localização das centrais referidas, mas também as suas características de maior interesse.

Características das principais centrais hidráulicas em 31 de Dezembro de 1965

(a) A energia garantida em ano médio é de 83 GWh.

(b) Com a instalação de mais dois grupos passará a 864 GWh; com a elevação da barragem para a cota definitiva passará a 1400 GWh; regularizando o caudal a montante e instalando mais duas centrais anexas à existente passará a cerca de 3100 GWh.

(d) Em ano médio 34,5 GWh; energia temporária 41,2 GWh; com regularização de caudais a Matala poderá produzir até 96 GWh.