Além dos meios de produção acima mencionados, cabe referir, pela sua relativa importância, a existência de numerosas centrais Diesel, servindo para a electrificação de pequenos aglomerados populacionais.

Estas centrais serão objecto de considerações que oportunamente se apresentarão.

Comparticipação das fontes de energia e consumo total "Importa observar o facto de que em 1965 a energia hidráulica ocupava o 3.º lugar no conjunto das fontes de energia utilizadas, não obstante o respectivo consumo ter quadruplicado nos últimos quatro anos. Luanda e respectivas subestações terminais estão ligadas às Mabubas por uma linha dupla de 60 kV e a Cambambe por uma linha simples de 220 kV.

Nesta zona a distribuição é constituída pela rede suburbana, a 15 kV, para Cucuaco, Belas e Viana; pelas linhas Cambambe-Dondo, também a 15 kV, e pela rede de grande e pequena distribuição da cidade de Luanda.

Na área da H. E. A. C. o transporte de energia está assegurado pelas linhas Biópio-Catumbela, a 60 kV, e Biópio-Lomarim-Alto Catumbela e Alto Catumbela-Nova Lisboa, a 150 kV.

A rede de distribuição compõe-se das linhas iniciais, a 20 kV, ligando a subestação de Catumbela a Lobito e Benguela, às quais se juntaram mais recentemente duas outras, a 30 k V; e da linha Benguela-Baía Farta, também a 30 kV, isto além das redes de distribuição existentes nas cidades antes mencionadas.

Na zona Moçâmedes-Sá da Bandeira-Cunene o transporte utiliza as linhas Matala-Sá da Bandeira (150 kV) e Sá da Bandeira-Moçâmedes (60 kV).

É ainda de referir a rede de grande distribuição, a 15 kV, que se estende por todo o planalto de Humpata-Chibia-Tchivinguiro e povoações daquela área, estando já concluída a ligação ao posto do Caraculo.

A regularização dos caudais do Cunene, a montante de Matala, apresenta-se como empreendimento urgentemente necessário por ser já insuficiente a energia que, nas condições actuais, é possível produzir. Numa visão de conjunto quanto ao nível actual de electrificação, pode dizer-se que, no momento, estão electrificadas todas as cidades da província, 93 por cento das vilas e 39 por cento das restantes sedes de divisões administrativas.

Os distritos menos electrificados são os do Bié, Benguela, Huambo e Cuando Cubango e os que têm mais povoações servidas são os do Uíge, Zaire, Cuanza Norte, Cabinda e Luanda.

O meio rural, dada a grande dispersão dos seus centros populacionais, apresenta grandes dificuldades ao abastecimento em energia e pode dizer-se que, praticamente, não está electrificado.

Um caso, no entanto, é de referir: o de um abastecimento na região da Humpata, através de uma rede a 15 kV e com cerca de 60 km de extensão que serve Chi-

bia, Palanca, Humpata e sua estação agrícola, Caholo, Escola Agro-Pecuária do Tchivinguiro, Huíla e Jamba. Em territórios em franco desenvolvimento, como o de Angola, qualquer previsão de evolução dos consumos é extraordinariamente arriscada e sujeita a volumosos erros.

Apesar disso, com base em valores fornecidos pela Sonefe, quanto à região de Luanda, tomando em consideração o próximo estabelecimento da indústria do alumínio e admitindo uma taxa constante de crescimento, de 13 por cento para a zona de Lobito-Benguela e de 15 por cento para as restantes, foi possível estabelecer a seguinte projecção da evolução do consumo de energia eléctrica:

Previsão do consumo de energia eléctrica

Observação. - Os valores de 1964 e 1965 são reais, tendo as taxas de crescimento referidas no texto tomado 1965 por ano de partida.

Este quadro deverá ser naturalmente encarado com as devidas reservas, importando que a evolução real seja seguida por forma a evitar desajustamento entre a produção e as necessidades impostas pelo desenvolvimento económico que se visa atingir. Um outro aspecto que será prudente não perder do vista, e em relação ao qual são também muito falíveis todas as previsões, é o que se refere à electrificação de pequenos aglomerados populacionais, que se projecta fazer em parte à custa de modestos aproveitamentos hidroeléctricos (casos do Tchicapa, Luso, etc.), mas que, por outro lado, hão-de continuar a ter de recorrer ainda a centrais Diesel.

Estes elementos obrigam apenas a um investimento inicial pequeno, têm bom rendimento e são de fácil manutenção.

No entanto, a sua utilização é quase sempre prejudicada pela deficiente conservação que lhe dispensam as entidades exploradoras - facto que justificará a criação de um serviço especial de assistência, cuja acção deverá estender-se a toda a província.

Tal serviço, forçoso é que seja acompanhado por actuação conveniente nos campos da preparação e recrutamento do pessoal técnico necessário. Frente à situação que acaba de sor descrita muito sumariamente podem definir-se no âmbito do III Plano de Fomento os seguintes objectivos: Continuação e intensificação do inventário dos recursos energéticos de Angola. - Importa obter um conhecimento tão amplo quanto possível